Conteúdo editorial apoiado por
IM Trader

O emocional joga contra: por que o ser humano nasceu para perder na Bolsa?

O nosso cérebro trabalha contra a matemática do mercado... o problema é que o investidor relaciona o sucesso a cada trade individual, diz Bo Williams, analista técnico da Clear Corretora

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O investidor tem medo do fracasso. “Existe uma matemática que precisa ser respeitada no mercado. Podemos desenvolver um sistema para ganhar dinheiro, mas ele vai contra o psicológico do ser humano. Temos medo de errar”, diz Leslie Williams, mais conhecido como Bo Williams, que lidera uma das mesas virtuais de análise técnica da Clear Corretora e criador da metodologia operacional PhiCube

Bo, que é engenheiro mecânico e nuclear, nasceu e morou nos Estados Unidos, onde serviu a Marinha por nove anos para depois trabalhar no mercado financeiro. Ele é um grande defensor do estudo de psicologia para o investimento. “Nosso cérebro trabalha contra a matemática do mercado. O investidor normalmente fica feliz quando ganha pouco e, com isso, aceita uma valorização baixa enquanto resiste firme a uma perda duas vezes maior”.

O problema é que o investidor relaciona o sucesso a cada trade individual, explica. “Normalmente, estamos contra a tendência de ganhar muito e perder pouco. Isso porque temos uma interpretação de ponta a cabeça. O investidor acredita que tem que comprar barato para vender caro, enquanto temos que comprar caro para vender mais caro ainda. É preciso acreditar na tendência”, diz o analista, que fará um curso sobre matemática de mercado e psicologia do trader entre os dias 6 e 8 de dezembro, em São Paulo. Para quem quiser saber mais sobre o assunto, clique aqui.   

Bo quer mostrar que, normalmente, o investidor acha que Petrobras, por exemplo, está barata a R$ 20, já que ela já bateu R$ 40 no passado, então compra olhando apenas o histórico. Quando o papel cai para R$ 15, entende que está mais barata ainda e compra mais, fazendo o famoso “preço médio”, o que é totalmente contra a matemática do mercado, diz. 

Segundo ele, isso ocorre porque o investidor resiste em acreditar na tendência dos papéis – muito usada por grafistas. Uma tendência de alta, por exemplo, é definida quando pode-se detectar pelos gráficos fundos ascendentes. Isto é, quando o papel está formando fundos em patamares cada vez mais alto. Por isso, ele diz: “comprar caro para vender mais caro ainda”. 

O erro é que o ser humano gosta de ter razão. “Eu, por exemplo, pilotava submarino nuclear. Tudo que fazia tinha que ter êxito. Quando fui para o mercado imaginava que era a mesma coisa. Tive que aprender a usar esses conceitos de psicologia. Errei muito até ter esses conceitos bem definidos”, comenta. 

“As pessoas acham que comprar um papel e ser stopado está errado. As pessoas tem que entender que levar ‘stop’ não tem problema. O preço não é previsível”, comenta.