Ibovespa sobe 4,4% e fecha semana após reeleição de Dilma com ganhos de 5%

Índice fecha em alta impulsionado pela Petrobras, que disparou 6% com expectativa de reajuste da gasolina; EUA e Bank of Japan também ajudam no dia positivo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Na semana que sucedeu a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), o Ibovespa subiu 5,18%, agitada pela alta surpresa da Selic, dados positivos nos EUA e fim do programa de estímulos do FOMC conhecido como “Quantative Easing”. O dólar viveu dias de montanha russa, indo de um patamar de R$ 2,52 após as eleições até R$ 2,40 na quinta e voltando a subir hoje. Nesta sexta-feira (31), a Bolsa subiu 4,38%, a 54.628 pontos, enquanto o dólar fechou com alta de 2,9%, a R$ 2,477. O volume financeiro negociado foi de R$ 8,311 bilhões. 

O reajuste esperado para hoje no preço da gasolina pode diminuir as perdas de caixa que a Petrobras (PETR3; PETR4) vem sofrendo por conta do represamento dos preços de combustíveis, que trouxe uma defasagem que durou meses entre os valores praticados aqui e lá fora. Diante disso, as ações da estatal fecharam com ganhos de cerca de 6%.

Enquanto isso, no noticiário, destaque para os rumores de que o preferido do ex-presidente Lula para ocupar o cargo de ministro da Fazenda é o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. O empresário é visto como a ponte que faltou no primeiro mandato de Dilma entre o governo e o mercado.

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Soma-se a isso, o dia é de forte alta nas bolsas mundiais com dados mais fortes que o esperado nos EUA. O PIB (Produto Interno Bruto) na maior economia do mundo cresceu 3,5% no terceiro trimestre de 2014. Com isso, bolsas americanas têm dia de otimismo.

Porém, o principal destaque fica com as bolsas japonesas. O índice Nikkei fechou com alta de 4,8%, o maior nível desde novembro de 2007, e o iene caiu a mínimas em quase de sete anos ante o dólar nesta sexta-feira, depois que o banco central do Japão surpreendeu os mercados com novas medidas de afrouxamento que chamou de preventivas para estimular a inflação. Bolsas europeias fecharam em altas que variaram entre 1,28% e 3,07%.

Destaques
As ações do setor de telecomunicação dispararam hoje com a notícia da Folha de S. Paulo de que a Vivo (VIVT4, R$ 50,61, +8,14%) e Claro fecharam um acordo com o banco BTG Pactual (BBTG11, R$ 31,35, +2,96%), em conjunto com a Oi (OIBR4, R$ 1,30, +13,04%), para comprar a TIM (TIMP3, R$ 13,47, +15,33%) e depois reparti-la em três. O negócio poderia chegar ao valor de R$ 31,5 bilhões. Vale mencionar que as ações da Oi negociaram por cerca de 10 minutos na Bolsa e entraram em leilão. O preço teórico para abertura dos papéis está em R$ 1,30. 

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Outra notícia relevante para o mercado hoje é o resultado da OPA (Oferta Pública de Aquisição) do Santander (SANB11, R$ 13,35, -6,45%) ontem foi a recompra de aproximadamente 56% das units de sua subsidiária brasileira em circulação no mercado. Os papéis serão permutados por recibos de ações (BDRs) da matriz espanhola. As units do banco foram as únicas ações a fecharem em baixa. 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 TIMP3 TIM PART S/A ON 13,47 +15,33 +12,36
 OIBR4 OI PN 1,30 +13,04 -63,79
 PDGR3 PDG REALT ON 1,22 +9,91 -32,60
 MRFG3 MARFRIG ON 6,05 +9,40 +51,25
 GFSA3 GAFISA ON 2,70 +9,31 -21,77

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 SANB11 SANTANDER BR UNT 13,35 -6,45 +10,84

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 15,28 +6,70 685,77M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 36,75 +3,29 653,71M
 ABEV3 AMBEV S/A ON ED 16,40 +4,39 407,89M
 BBAS3 BRASIL ON 27,73 +1,76 341,91M
 BBDC4 BRADESCO PN 37,32 +3,52 331,49M
 KROT3 KROTON ON 17,66 +4,81 289,58M
 VALE5 VALE PNA 21,55 +5,12 260,88M
 ITSA4 ITAUSA PN 9,89 +3,45 235,74M
 BRFS3 BRF SA ON 64,49 +5,24 232,12M
 PETR3 PETROBRAS ON 14,65 +6,31 221,89M

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Resumo da semana
Na segunda-feira, o dia foi de queda de 2,77% por conta da vitória da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições. O pregão foi bem mais ameno do que esperavam analistas, que cogitaram um circuit breaker causado por uma queda de 10%. Segundo o analista da Guide Investimentos, Luís Gustavo Pereira, o que amenizou a queda foi a volta das atenções aos fundamentos, olhando menos para o cenário político.

Para ele, papéis mais defensivos como os do setor de educação ou ligados ao dólar como as exportadoras cresceram forte e trouxeram “alívio” à Bolsa. Além disso, analistas acreditam que o mercado já havia precificado o resultado das eleições. Apesar disso, o dólar ultrapassou o teto psicológico de R$ 2,50 e fechou cotado a R$ 2,52.

Na terça-feira, a Bolsa encerrou uma sequência de sete quedas em nove pregões e subiu 3,62% com rumores acerca da indicação que Dilma faria para o cargo de ministro da Fazenda. Nomes de Henrique Meirelles, Luiz Carlos Trabuco e Nelson Barbosa, considerados mais pró-mercado trouxeram otimismo aos investidores. 

Já na quarta, houve novamente uma queda, intensificada depois que o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto) terminou o programa de compra de ativos chamado “Quantitative Easing”. Também havia notícias de que o reajuste de preços dos combustíveis não viria forte o suficiente para desafogar os cofres da Petrobras. O Ibovespa fechou em queda de 2,45%.

Na quinta-feira, o mercado viu como positivo o aumento da Selic de 11% para 11,25%. Se o natural seria uma queda porque ativos de renda fixa se tornam mais atraentes quanto maior for a taxa básica de juros, a Bolsa teve alta porque viu o aumento como uma sinalização de que o governo faria um combate mais forte à inflação. O Ibovespa subiu 2,52% com o dólar a R$ 2,40, o menor nível desde 23 de setembro.