Bancos disparam 7%, Vale derrete após resultado e Usiminas volta ao patamar de 2004

Entre os destaques ficaram também as ações da Petrobras que subiram com possível aumento de combustível e as units do Santander, que subiram após uma Oferta Pública de Ações

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – A quinta-feira (30) foi de alta na Bovespa, com apenas 16 das 70 ações do Ibovespa fechando em queda. A principal carteira teórica de ações da bolsa brasileira fechou com alta de 2,52%, a 52.336 pontos, com o mercado dividindo suas atenções entre os resultados, elevação da taxa básica de juros, a Selic, e um possível aumento dos preços do combustível, o que afetou diretamente as ações da Petrobras.

Se a temporada de resultados foi muito “generosa” com as ações do Bradesco, que dispararam nesta sessão após seu balanço vir acima do esperado, também foi “cruel” com ações como as da Vale, que viu seus papéis voltarem para o patamar de 2009 após balanço ruim. Ainda para a temporada de resultados, vale mencionar que a Totvs também fechou em queda após a divulgação de seu balanço para o terceiro trimestre.

Outras companhias que deverão divulgar seus resultados hoje à noite fecharam em alta, como o caso da Ambev (ABEV3, R$ 15,71, +0,51%), BRF (BRFS3, R$ 61,28, +2,99%), Fleury (FLRY3, R$ 14,65, +5,40%), Magazine Luiza (MGLU3, R$ 7,89, +3,68%), Multiplan (MULT3, R$ 50,10, +4,38%), Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 101,14, +2,47%), PDG Realty (PDGR3, R$ 1,11, +2,78%) e Smiles, que acumula ganhos de 11,7% nesta semana. A Smiles divulgou seu resultados logo após o fechamento de hoje da Bolsa.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ainda no radar, a forte queda do dólar levou a alta de alguns papéis, como a Gol – cujos custos são cotados em moeda norte-americana -, enquanto outros de empresas voltadas à exportação foram penalizados, como foram os casos das companhias do setor de papel e celulose e siderúrgicas – que têm seus lucros cotados na moeda norte-americana. As exportadoras, incluindo a Vale, foram as únicas que encerraram a sessão no negativo hoje.

Por outro lado, os papéis da BR Malls (BRML3, R$ 18,97, +6,99%) dispararam nesta sessão, chegando a alcançar a maior alta do Ibovespa nesta tarde. Procurados, analistas não souberam justificar o motivo da alta. 

Veja os destaques desta quinta-feira:

Continua depois da publicidade

Bradesco (BBDC3, R$ 34,79, +7,74%; BBDC4, R$ 36,05, +6,78%)
Refletindo o balanço do terceiro trimestre, as ações do Bradesco fecharam como a maior alta do Ibovespa nesta quinta e puxaram outros papéis do setor de bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,58, +8,08%), Itaúsa (ITSA4, R$ 9,56, +7,66%), holding que detém participação do Itaú, e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,25, +7,03%).

O primeiro do setor financeiro a reportar seu resultado, o Bradesco mostrou lucro líquido de R$ 3,875 bilhões no terceiro trimestre, crescimento de 28,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. A previsão média de sete analistas consultados pela Reuters apontava lucro recorrente de R$ 3,849 bilhões.

Gol (GOLL4, R$ 12,48, +6,76%)
As ações da Gol subiram forte hoje em meio à queda do dólar nesta sessão. Como boa parte dos custos da empresa são em moeda americana, o movimento beneficia a companhia. O dólar fechou com queda de 2,45%, cotado a R$ 2,40.

Vale (VALE3, R$ 23,70, -4,28%VALE5, R$ 20,50, -4,47%)
As ações da Vale derreteram nesta quinta-feira e fecharam como as maiores quedas do Ibovespa  junto com a Bradespar, após resultado do terceiro trimestre vir abaixo das expectativas do mercado. Com esse desempenho, a Vale renova mínima de julho de 2009. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 15,65, -4,81%), holding que detém participação nas ações da Vale.

A mineradora reverteu lucro em prejuízo líquido de R$ 3,38 bilhões entre os meses de julho e setembro, ante estimativa média de lucro de R$ 4,43 bilhões feita por analistas consultados pela Bloomberg. Segundo o BTG Pactual, a primeira leitura é que o resultado foi bem fraco, com volumes ruins no segmento de minério de ferro (8% abaixo do esperado), por conta do bloqueio na ferrovia de Carajás, além da estratégia de formação de estoques da companhia na Malásia. 

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas fecharam esta quinta com forte queda em meio à queda do dólar e após um dia da divulgação do resultado da Usiminas (USIM5, R$ 5,32, -2,74%), que, segundo analistas do mercado, foi fraco no terceiro trimestre. Entre as maiores baixas do Ibovespa, apareceram as ações da CSN (CSNA3, R$ 7,80, -2,50%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,65, -2,74%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 12,90, -2,42%). Com a queda de hoje, a Usiminas bateu hoje seu menor patamar em 10 anos. 

Exportadoras
As ações de empresas voltadas à exportação caíram hoje em meio à desvalorização do dólar frente ao real. Destaque para as ações da Suzano (SUZB5, R$ 9,76, -2,89%), Fibria (FIBR3, R$ 28,05, -1,96%), Embraer (EMBR3, R$ 22,80, -1,60%) e Braskem (BRKM5, R$ 17,40, -1,14%). 

Petrobras (PETR3, R$ 13,78, +1,85%; PETR4, R$ 14,32, +2,14%)
Depois de cair forte ontem, as ações da Petrobras fecharam em alta nesta sessão em meio à notícia de reajuste dos combustíveis. Segundo informações do Valor, o conselho de administração da Petrobras se reúne amanhã e deve tratar sobre o reajuste. Com a queda dos preços internacionais do petróleo, a expectativa é de que o aumento seja na casa dos 4% a 5%. Ontem à noite, no entanto, o conselheiro da estatal Sílvio Sinedino disse à Reuters que acredita ser difícil que um reajuste da gasolina seja decidido na reunião do colegiado marcada para sexta-feira.

Totvs (TOTS3, R$ 34,14, -6,85%)
Fora do Ibovespa, merece menção ainda as ações da Totvs, que desabaram hoje após divulgação do resultado do terceiro trimestre. A companhia encerrou o período com crescimento de 8,6% na receita líquida e com Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Segundo a Concórdia, os resultados da empresa vieram abaixo das expectativas e refletem um ponto de transição em suas operações, com o lançamento de nova plataforma e gradativo aumento do foco em taxas de manutenção, em detrimento das de licenciamento. A corretora destaca, no entanto, que está otimista com o futuro da Totvs, apesar da desconfiança com a fraca demanda das empresas de maior porte, ressaltando que no curto prazo ainda tende a ser desfavorável. 

Santander (SANB11, R$ 14,27, +1,86%)
As units do Santander fecharam em alta em dia que foi realizada a OPA (Oferta Pública de Ações) do Santander, marcada para às 13h na BM&FBovespa. Ao todo, foram recompradas cerca de 160,3 milhões de units do banco em leilão promovida pela matriz espanhola. De acordo com a Bolsa, a recompra das units movimentou R$ 2,4 bilhões. Nesta sessão, os papéis chegaram a subir 2,36% na sua máxima intradiária.

Apesar da alta de hoje, na véspera os papéis do banco caíram 6,9%. Um dos motivos foi a expectativa de desvalorização e perda de liquidez das units após a oferta, disse o analista Thiago Souza, da XP Investimentos. Para ele, caso isso ocorra, existe a possibilidade do banco deixar o Ibovespa, o que estaria levando fundos atrelados ao índice se desfazerem do papel. 

Smiles (SMLE3, R$ 43,00, +5,11%)
Logo após o fechamento do mercado, a companhia divulgou seu balanço para o terceiro trimestre de 2014. Vale mencionar que os papéis sobem pelo quarto pregão seguido e, nesta semana, acumulam ganhos de 11,7%. A companhia reportou lucro líquido de R$ 59,6 milhões e receita líquida de R$ 223,9 milhões, sendo que o que era aguardado por analistas da Bloomberg era R$ 60,2 milhões e R$ 194,3 milhões, respectivamente.