Com Dilma reeleita, Petrobras desaba 12% enquanto investidores correm para ações defensivas

Entre os destaques estiveram as ações das exportadoras Fibria e Suzano, que subiram forte com a arrancada do dólar, Estácio, que disparou quase 10% e "kit eleições", que fechou em queda

Paula Barra

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SÃO PAULO – A segunda-feira (27) pós-reeleição de Dilma Rousseff (PT) foi negativa na Bolsa, com o Ibovespa fechando a sessão de hoje com queda de 2,77% a 50.503 pontos. As ações que tiveram ganhos surfando no “rali eleitoral” entre março e agosto, tiveram fortes perdas que contribuíram para o desempenho do índice. Destaque para as ações da Petrobras (PETR3, R$ 13,92, -11,34%; PETR4, R$ 14,29, -12,33%), que chegaram a cair mais de 15% na mínima desta primeira sessão pós-eleições. 

Ainda na ponta negativa, outras ações do “kit eleições” também despencaram, mesmo com a tentativa dos bancos de amenizar as quedas. Estiveram no vermelho, Eletrobras (ELET3, R$ 5,37,-11,68%ELET6, R$ 8,26, -9,63%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,40, -5,24%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,00, -3,47%), Bradesco (BBDC3, R$ 31,42, -4,47%BBDC4, R$ 32,92, -2,17%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,42, -2,16%). 

O índice, que chegou a cair mais de 6% nesta segunda, amenizou as perdas, fechando com queda mais leve após as principais ações da carteira também aliviarem quedas, com apenas Petrobras destoando e permanecendo com fortíssima queda. Para o analista gráfico Fernando Góes, da Clear Corretora, o mercado já vinha precificando nas últimas semanas uma probabilidade muito maior de Dilma ganhar e o “call” que chegou a ser binário (ou seja, disparada em uma vitória de Aécio ou derrocada com a reeleição) foi perdendo força. “O espaço de alta estava muito maior. Houve uma precificação desse cenário no mercado”, comentou, referindo-se a queda de 10% do Ibovespa do dia 14 de outubro até a última sexta-feira. 

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Por outro lado, enquanto o dia foi negativo para a maioria das ações do índice, os investidores buscaram papéis mais defensivos e que se beneficiaram com a arrancada do dólar. Vale mencionar que as ações do setor de educação eram vistas como as mais beneficiadas em caso de reeleição, tendo em vista a disparada que deveria provocar no dólar e a continuidade de programas de financiamento estudantil, nesta ordem. Entre as maiores altas do Ibovespa hoje fecharam as ações da Kroton (KROT3, R$ 15,46, +7,89%), Fibria (FIBR3, R$ 28,95, +5,97%) e Estácio (ESTC3, R$ 26,13, +9,24%).

Confira os destaques da Bolsa hoje:

Educadoras
Em dia vermelho na Bolsa, as ações do setor de educação se salvaram da forte queda do mercado, fechando o dia no topo dos ganhos do Ibovespa. Os papéis das companhias eram vistos como um dos mais beneficiados em caso de reeleição de Dilma. Segundo uma pesquisa da XP com gestores, o mercado via no setor um cenário favorável já que não deve ocorrer ruptura nos programas de financiamento estudantil, uma plataforma do atual governo. Assim, com FIES e Pronatec mantidos, esse setor tende a apresentar bom desempenho – superior ao Ibovespa – com a reeleição de Dilma, mostrou a pesquisa.

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Nesta sessão, foram destaques as ações da Kroton, Ser Educação (SEER3, R$ 24,20, +10,35%), Estácio e Anima (ANIM3, R$ 28,40, +5,19%). Além delas, outras companhias com perfil defensivo também fecharam o dia entre as altas, sendo elas Cielo (CIEL3, R$ 37,88, +3,78%) e BB Seguridade (BBSE3, R$ 29,65, +1,72%).

Exportadoras
Também fecharam entre os ganhos do índice, as ações de empresas voltadas à exportação, com destaque para as ações da Fibria, Suzano e Klabin (KLBN11, R$ 11,71, +0,95%), do setor de papel e celulose, e a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 23,35, +3,36%). Na contramão da Bolsa, o dólar fechou com alta de 2,68%, a R$ 2,52, em reação à reeleição de Dilma Rousseff. Vale mencionar que as companhias são beneficiadas pelo movimento do câmbio já que suas receitas são em moeda norte-americana. 

Gol (GOLL4, R$ 10,78, -5,19%)
Por outro lado, as ações da Gol fecharam em queda, após serem fortemente penalizadas pelo câmbio, que chegou a bater na máxima do dia seu maior patamar em quase seis anos. A companhia sofre com o dólar valorizado já que tem seus custos em moeda norte-americana. Na mínima do dia, as ações da companhia chegaram a cair 9,15%, a R$ 10,33. 

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Hypermarcas (HYPE3, R$ 16,33, -1,86%
A Hypermarcas acompanhou o desempenho do restante das companhias do mercado e fechou em queda, embora tenha reportado um sólido resultado no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado, conforme comentou a Guide Investimentos. 

A empresa de medicamentos e produtos de consumo Hypermarcas teve lucro líquido de R$ 118,8 milhões no terceiro trimestre, alta de 48,1% na comparação anual, informou a empresa nesta sexta-feira. O resultado ficou em linha com a média de estimativa de analistas obtidas pela Reuters, que apontava para um lucro líquido de R$ 115,5 milhões.

Tractebel (TBLE3, R$ 31,32, -4,42%)
Também divulgou balanço do terceiro trimestre a Tractebel, que fechou a sessão desta segunda registrando perdas. A receita líquida foi de R$ 1,737 bilhão, crescimento de 22,6% na comparação anual, e lucro líquido de R$ 538,2 milhões, expansão de 34,0% na mesma base de comparação.

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Segundo a Guide Investimentos, o resultado ficou acima do esperado, influenciado positivamente pela estratégia de alocação de energia da empresa, que optou por vender a maior parte ao longo do segundo semestre.