Petrobras cai 7% para mínima de abril e BB desaba 9% após pesquisas; Fibria dispara

Das 70 ações do índice, apenas 13 fecharam em alta; exportadoras lideraram os ganhos

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com duas pesquisas de intenção de voto esperadas para o final desta tarde, o Ibovespa teve mais um pregão em tom eleitoral. Com o Ibope e Datafolha divulgados nos minutos finais da sessão, o índice encerrou em queda de 3,21%, a 50.713 pontos, levando os principais papéis do benchmark para as mínimas do dia. Das 70 ações do índice, apenas 13 fecharam em alta. 

As duas pesquisas trouxeram pela primeira vez Dilma Rousseff (PT) à frente de Aécio Neves (PSDB), mas desta vez fora o empate técnico. O Ibope mostrou a petista com 54% dos votos válidos, contra 46% de Aécio. Enquanto isso, o Datafolha trouxe Dilma com 53% dos votos e abrindo 6 pontos sobre Aécio, que tem 47%.

Com o resultado, as ações da Petrobras bateram no fechamento o pior patamar desde 15 de abril, assim como o Ibovespa. Por outro lado, as ações das exportadoras, que ganham com um cenário de reeleição de Dilma tendo em vista uma expectativa de dólar mais alto, dispararam. Os papéis da Fibria (FIBR3), por exemplo, encerraram a sessão com alta de 6,56%, a R$ 27,78. Esse foi o quinto pregão consecutivo de valorização das ações da empresa. 

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Confira os principais destaques da Bolsa hoje:

Petrobras (PETR3, R$ 15,05, -6,23%; PETR4, R$ 15,41, -7,22%)
Com a divulgação das pesquisas Ibope e Datafolha muito próximas do fechamento dos mercados desta quinta, as ações da Petrobras, que já registravam forte perdas, acentuaram nos últimos minutos de pregão. Para analistas da XP Investimentos, o mercado já está precificando um cenário mais favorável para vitória de Dilma. 

Assim como as ações da Petrobras, o setor financeiro também fechou a quinta-feira com quedas. Entre as instituições financeiras, destaque para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,25, -4,53%), Bradesco (BBDC3, R$ 32,51, -4,19%; BBDC4, R$ 32,80, -6,02%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 25,30, -7,83%) – que fechou esta sessão como a maior queda do índice -, além dos papéis da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,10, -4,54%). 

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Fibria (FIBR3, R$ 27,78, +6,56%) e Suzano (SUZB5, R$ 9,76, +4,50%)
Em dia extremamente negativo na Bolsa, as ações da Fibria fecharam em alta pelo quinto pregão consecutivo, um dia após a companhia divulgar seu resultado do terceiro trimestre. No período, os papéis acumularam valorização de 8,5%. Fechou entre as poucas altas do dia ainda as ações da Suzano, que subiram pelo sexto pregão seguido. 

Contribuiu para o desempenho positivo das companhias o movimento do dólar, que fechou com alta de 1,35%, cotado a R$ 2,5130. Vale mencionar que nesta sessão, o real atingiu seu menor patamar desde abril de 2005. A alta da moeda americana beneficia a Fibria e Suzano pelo seu perfil exportador, ou seja, suas receitas são atreladas ao dólar. 

Siderúrgicas
Também se desvencilhando do dia ruim na Bolsa, destaque para as ações das siderúrgicas, que assim como as exportadoras, ficaram entre as altas do Ibovespa. Destaque para os papéis da Usiminas (USIM5, R$ 6,06, +2,71%), CSN (CSNA3, R$ 8,70, +4,95%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,54, +5,58%) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4, R$ 14,05, +4,62%). 

Vale (VALE3, R$ 27,25, +1,83%VALE5, R$ 23,62, +1,90%)
As ações da mineradora Vale fecharam o dia entre as altas do Ibovespa após a companhia divulgar seus dados de produção do terceiro trimestre. A brasileira Vale registrou a melhor performance de produção da sua história no terceiro trimestre deste ano, com a extração de 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro, informou a mineradora nesta quinta-feira, em relatório de produção. 

O volume, que excluindo a produção atribuível à Samarco, foi 3,1% superior ao registrado entre os meses de julho e setembro de 2013 e 7,9% acima da produção do segundo trimestre deste ano, que havia sido o melhor resultado para os meses entre abril e junho de sua história. Vale mencionar que a Bradespar (BRAP4, R$ 18,29, +0,55%), holding que possui participação na mineradora, também fechou a sessão entre as altas.

Natura (NATU3, R$ 34,10, -4,48%)
A Natura fechou em queda nesta sessão negativa do Ibovespa em meio à divulgação dos resultados, que ficaram em linha com o esperado pelo mercado. A companhia alcançou lucro líquido de R$ 215 milhões, crescimento de 16,8% na comparação anual, enquanto a receita líquida atingiu R$ 1,867 bilhão, aumento de 5%. Segundo a companhia, alguma iniciativas relacionadas a lançamentos e segmentação do canal ajudaram no crescimento da receita, mas o patamar ainda está abaixo das expectativas. O ambiente se mantém competitivo e isso tende a continuar impactando os números da Natura.

Cia Hering (HGTX3, R$ 21,50, -2,27%)
Depois de caírem 2,73%, as ações da Cia Hering fecharam a sessão desta quinta com perdas próximas à sua mínima intradiária. A companhia divulgou ontem à noite resultado do terceiro trimestre, que veio abaixo do consenso do mercado no terceiro trimestre. A varejista viu o lucro líquido subir 21,7% no terceiro trimestre ante igual período de 2013, a R$ 70,89 milhões, impulsionado por benefícios fiscais em um período marcado por fraco desempenho de vendas. 

Entre julho e setembro, a receita líquida da companhia somou R$ 363,6 milhões, alta de 0,7% sobre um ano antes e abaixo das estimativas de analistas, de R$ 376,3 milhões em pesquisa da Reuters.