Com crescimento de Dilma nas pesquisas, Bolsa vai de alta de 20% a zero em 2 meses

Ibovespa, que teve 62.304 pontos no começo de setembro, caiu para 51.026 desde que pesquisas passaram a mostrar Dilma mais próxima de uma vitória nas urnas; Petrobras perdeu R$ 100 bilhões em valor de mercado

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Em 3 de setembro deste ano, o Ibovespa teve seu nível máximo em 2014 ao tocar nos 62.304 pontos – o que indicava alta de 21,1% no ano. O que apontava para ser um ano em que o índice apontaria para o positivo, no entanto, teve sua realidade mudada nesta quinta-feira (23): com mais um dia de forte queda – a 6ª nos últimos 7 pregões -, o benchmark da bolsa brasileira voltou aos 51 mil pontos pela 1ª vez desde o final de abril, devolvendo todo o ganho acumulado desde o começo do ano. A explicação para uma mudança tão drástica nestes 49 dias: o novo cenário da disputa eleitoral no Brasil.

Na época em que o Ibovespa chegou em sua máxima no ano, a candidata Marina Silva (PSB) começava a despontar na corrida presidencial após a trágica morte de Eduardo Campos. Ela tinha, segundo o Datafolha, 34% das intenções de voto no primeiro turno, em empate técnico com Dilma Rousseff (PT), que estava com 35%. No segundo turno, a ex-senadora ganhava da atual presidente por 48% a 41%. 

De lá para cá, Marina perdeu pontos e de favorita a ganhar, acabou saindo fora da disputa, perdendo o posto de adversária da candidata à reeleição para Aécio Neves, do PSDB. À derrocada de Marina, seguiu-se a queda do Ibovespa, que teve esteve a 54.539 pontos na sexta-feira antes da votação do primeiro turno. 

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O suspiro de alívio do índice se deu quando as urnas foram apuradas e Aécio mostrou-se 10 pontos percentuais mais forte do que vinha aparecendo nas pesquisas. Na segunda-feira pós-primeiro turno, o Ibovespa subiu 4,72%, a 57.115 pontos, e desde então se mostrou volátil, repercutindo cada mudança na corrida eleitoral com intensidades cada vez maiores.

Falando das ações
Sofrendo mais que o Ibovespa, as ações do chamado “kit eleições” – formado por papéis de estatais e bancos – mostraram quedas muito mais fortes nestes quase 2 meses. A explicação deve-se à maneira como o mercado financeiro encara a política do governo atual – considerada intervencionista e pouco transparente; a partir daí, uma alternância na condução do País traria uma nova esperança para os investidores. Por causa disso, as empresas mais “sensíveis” à condução da macroeconomia pelo governo federal, mostravam forte alta na Bovespa com pesquisas sinalizando uma chance de vitória da oposição – da mesma forma que elas reagiam negativamente a cada galgada de Dilma nas intenções de voto.

A Petrobras PN (PETR4), que estava a R$ 23,95 no dia 3, chegou a bater R$ 15,74 nesta quinta-feira, o que indica a um tombo da ação foi de 34,28% nesse período – ou R$ 45,9 bilhões em valor de mercado. Somando com as perdas da ON, a empresa perdeu mais de R$ 100 bilhões em 2 meses. Dessa forma, a estatal, que chegou a acumular ganhos de 49,22% entre janeiro e o começo de setembro, passa a mostrar queda de 0,05% em 2014. 

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Já Itaú Unibanco (ITUB4), que custava R$ 41,10 no dia 3, estava hoje, na mínima, a R$ 32,54, uma queda de 19,34%. Para o Banco do Brasil (BBAS3), a descida foi ainda mais forte, de R$ 36,90 para R$ 25,74, ou seja, 29,13%. Eletrobras (ELET3; ELET6) caiu 29,7%, de R$ 8,28 a R$ 5,82 na ação ordinária e 28% de R$ 12,12 a R$ 8,73 na preferencial. E por último, o Bradesco (BBDC3) foi de R$ 40,48 a R$ 32,63, caindo 19,3%.

Outros papéis expostos ao “rali eleitoral” também devolveram amplamente seus ganhos nestes quase 2 meses. É o caso da Cosan (CSAN3), empresa do setor sucroalcooleiro e que começou a despontar na Bovespa junto com a escalada de Marina Silva nas pesquisas. De 18 de agosto até 10 de setembro – época em que Marina esteve mais forte nas intenções de voto -, os papéis da empresa acumulavam ganhos de 27%; já de setembro pra cá, a companhia já perdeu 20,88% de valor de mercado, voltando a ser cotada na Bolsa a R$ 30,58.

Além da Cosan, a BM&FBovespa (BVMF3) é outra empresa que está amargando duras perdas nesta reta final de eleições, caindo de um patamar de R$ 14,1 para R$ 10,07. A administradora da bolsa brasileira começou a ganhar notoriedade devido ao forte volume financeiro que o mercado brasileiro ganhou com o acirramento da disputa presidencial, o que elevou o giro médio diário na Bovespa. 

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