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São Paulo – O Ibovespa volta a cair com mais força conforme se aproxima o final do pregão. Depois de chegar a cair 4,38% por conta do cenário eleitoral, a Bolsa ameaçou amenizar perdas no início da tarde com um cenário externo positivo, mas acelerou novamente a queda e se aproxima dos valores mais baixos do pregão. Às 15h35, o índice caía 3,62%, a 52.337 pontos. Enquanto isso, o dólar subia com menos força, ficando cotado a R$ 2,46, alta de 0,52%.
Nos últimos minutos houve a divulgação de uma pesquisa do instituto Veritá mostrando Aécio Neves na frente de Dilma com 53% das intenções de voto contra 46% da petista. No entanto, essa pesquisa pouco deve ter impacto na Bovespa, explica o analista Thiago Souza, da XP Investimentos. “O mercado olha mais para Ibope e Datafolha”, diz o analista, que credita a melhora do Ibovespa ao cenário externo.
Na abertura, o Ibovespa despencou 2.378 pontos em pouco mais de 15 minutos, batendo 51.922, na mínima do dia, no menor patamar em mais de quatro meses. O índice foi negativamente afetado pela divulgação de pesquisas eleitorais divulgadas ontem (20). A menos de uma semana para as eleições, o Datafolha apresentou um quadro de virada de Dilma, que, em votos válidos, passou de 49% para 52%, enquanto Aécio caiu de 51% para 48% das intenções. Além disso, a rejeição do tucano pela primeira vez superou a da presidente, saltando de 38% para 42%, contra uma queda de 42% para 39% no caso de Dilma. A avaliação positiva do governo atual também melhorou, atingindo os 43%, maior nível desde as manifestações de junho do ano passado.
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Pesquisa Vox Populi, contratada pela TV Record e também divulgada ontem, foi quase uma “repetição” do quadro visto pelo Datafolha, apresentando mesma vantagem da petista em relação ao tucano. CNT/MDA já tinha colocado Dilma à frente no começo do dia.
Para o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, o movimento de desaceleração na queda do índice, que começou com a abertura dos mercados nos EUA, se deveu ao cenário externo mais positivo. “A gente viu os futuros mais comportados nos EUA, um balanço positivo da Apple e, na China, o PIB também veio um pouco mais forte que o esperado”, disse.
Os resultados mais favoráveis da China, inclusive, foram responsáveis pela virada da Vale (VALE3; VALE5), que responde por, aproximadamente, 8% do Ibovespa. Segundo Luis Gustavo, um pouco da amenização nas perdas da Bolsa foi consequência da alta da mineradora.
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Destaques
As maiores quedas do dia ficam por conta das ações do chamado “kit eleições”, composto por papéis de estatais e bancos. As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) caíam mais de 3%, tendo voltado ao nível do período pré-Copa na mínima, também caíam Eletrobras (ELET3; ELET6), Bradesco (BBDC3) e Itaú (ITUB4).
Outras ações que também ganharam com o “rali eleitoral” também têm dia de queda. BM&F Bovespa (BVMF3), Cosan (CSAN3) e GOL (GOLL4) caíam por volta de 5%. No caso da companhia aérea, a queda se dá por conta da alta do dólar, uma vez que os custos da empresa (principalmente em combustíveis) são cotados na moeda norte-americana.
O mercado mostra maior preferência pelo candidato Aécio Neves, já que Dilma não é bem vista devido à percepção de maior intervencionismo governamental e expectativa de um menor ajuste fiscal caso ela ganhe as eleições. Além disso, no caso da Petrobras, a perspectiva é de que haja um maior represamento dos preços dos combustíveis para controlar a inflação, o que já vem afetando negativamente o caixa da Petrobras.
Por outro lado, o melhor desempenho fica com os papéis Fibria (FIBR3), que são cotados a R$ 25,93 e apresentam forte alta de 3,31%.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Cenário externo
Lá fora, vê-se um quadro menos favorável por conta da desaceleração do crescimento da China, que teve um avanço do PIB de 7,3% entre julho e setembro, o menor patamar desde a crise econômica global. No entanto, o número veio melhor que expectativa de analistas, de 7,2%.
Bolsas asiáticas fecharam em queda, na sua maioria. Enquanto isso, as bolsas europeias tinham alta em um movimento de correção depois de sucessivas baixas nos últimos dias. Segundo relatório da Guide Investimentos, “espera-se que o BCE compre títulos corporativos no mercado secundário já a partir do próximo ano – algo que favorece o tom dos mercados”.
Nos EUA, mercados esperam divulgação hoje dos dados do Existing Home Sales referentes ao mês de setembro. As bolsas americanas têm alta entre 0,65% e 1,5%. Nos EUA, destaque ainda para as vendas de moradias usadas nos Estados Unidas, que saltaram em setembro para o maior nível em um ano, a mais recente indicação de que a recuperação do mercado imobiliário está gradualmente voltando. A Associação Nacional de Corretores informou nesta terça-feira que as vendas de moradias usadas subiu 2,4%, para taxa anual de 5,17 milhões de unidades, leitura mais forte desde setembro do ano passado.
