Petrobras despenca 7%, Fibria sobe com dólar e Marisa dispara 8% com “short squeeze”

Nesta sessão, 22 papéis superaram 5% de queda em meio a dia negativo na Bolsa; destaque para ações da Vale, que fecharam em alta após dados da China e Gol que despenca com dólar

Paula Barra

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SÃO PAULO – A terça-feira (21) foi negativa para a bolsa brasileira, com o Ibovespa fechando com queda de 3,44% a 52.432 pontos, após ter chegado a cair 4,38% em sua mínima intradiária. Hoje o mercado volta sua atenção novamente à corrida eleitoral, após as pesquisas Datafolha e Vox Populi mostrarem Dilma Rousseff (PT) na frente de Aécio Neves (PSDB) para o cargo de presidente. Nesta terça, 22 das 70 ações do principal índice da Bolsa fecharam com queda superior a 5%.

Os destaques ficaram para os papéis da Petrobras, que chegaram a cair 8% na mínima do dia e fecharam entre as perdas do Ibovespa, mesmo com o mercado tentando uma recuperação de olho nas Bolsas de Wall Street, com os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P 500, que fecharam com alta nos EUA. As outras estatais Eletrobras e Banco do Brasil, além dos bancos privados Itaú Unibanco e bradesco também sentiram a movimentação nesta terça.

Nesta tarde, também foi relevada outra pesquisa eleitoral, desta vez pelo Instituto Veritá, que mostrou Aécio com 53,2% dos votos, contra 46,8% de Dilma. Apesar de mostrar o tucano à frente da petista, o analista da XP Investimentos, Thiago Souza, diz que a pesquisa sozinha tem pouco peso para frear as quedas do mercado.

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Já na ponta positiva do índice chamaram atenção as ações das exportadoras, que subiram com a alta do dólar nesta sessão. Como essas empresas têm suas receitas em moeda americana, elas são favorecidas por sua valorização. Lideravam os ganhos do Ibovespa as ações da Fibria, que fecharam a terça-feira com alta de 3%, após chegar a quase 5% na sua máxima intradiária.

O destaque também ficou por conta da Vale, que depois de caírem ontem, driblaram o mau humor do mercado e chegaram a subir mais de 2% na sua máxima do dia. No radar da mineradora, estão dados da China, que vieram melhores do que o esperado – o país é o principal destino das exportações da Vale. 

Confira os principais destaques da Bovespa: 

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Estatais e bancos
As ações das estatais fecharam esta sessão com fortes quedas com as pesquisas eleitorais. No caso da Petrobras (PETR3, R$ 16,19, -5,43%; PETR4, R$ 16,88, -6,92%), os papéis ordinários e preferenciais chegaram a voltar aos níveis pré-Copa, depois de caírem cerca de 8,5% na mínima do dia. Já os papéis preferenciais viveram seu pior fechamento desde 5 de junho.

Mesmo movimento era visto nas ações da Eletrobras (ELET3, R$ 6,29, -7,09%; ELET6, R$ 9,35, -7,88%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,10, -6,77%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,85, -5,02%), Itaúsa (ITSA4, R$ 9,13, -5,29%) Bradesco (BBDC3, R$ 33,92, -5,07%; BBDC4, R$ 34,82, -5,15%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,70, -8,23%). 

Exportadoras
Por outro lado, entre os únicos papéis que fecharam na ponta positiva do Ibovespa hoje ficaram as exportadoras. Somente 9 das 70 ações do Ibovespa fecharam em alta hoje, entre elas, Fibria (FIBR3, R$ 25,85, +2,99%), Suzano (SUZB5, R$ 9,33, +2,53%), Embraer (EMBR3, R$ 22,43, +2,09%) e Braskem (BRKM5, R$ 17,15, +0,35%). Essas empresas são beneficiadas hoje com a alta do dólar, uma vez que suas receitas são em moeda americana. O dólar fechou com alta de 0,52%, a R$ 2,47. Vale mencionar que este é o terceiro pregão de alta seguida dos papéis de Fibria, Suzano e Braskem.

Vale
Além delas, as ações da Vale (VALE3, R$ 26,76, +1,56%VALE5, R$ 23,10, +1,05%) também registraram ganhos depois de dados da China. O PIB (Produto Interno Bruto) da China – o principal destino das exportações da Vale – cresceu 7,3% no terceiro trimestre na comparação anual, em um ritmo menor do que o registrado entre abril e junho, de 7,5%. A alta, no entanto, supera a mediana das previsões anteriores consultadas pelo Wall Street Journal, que sugeriam crescimento de 7,2%. Além do PIB, o país revelou dados da produção industrial, que cresceu 8% em setembro na comparação anual, acima do esperado. Vale mencionar que os papéis da Vale também são beneficiadas pela alta do dólar, já que a companhia também possui perfil exportador.

Gol (GOLL4, R$ 11,33, -5,58%
As ações da Gol, que chegaram a cair mais de 7% na mínima do dia, também fecharam com fortes quedas com a alta do dólar, já que com os custos em moeda americana, a empresa sofre com uma arrancada da moeda. Nesta sessão, o dólar fechou com alta de 0,52%, cotado a R$ 2,47.

Lojas Marisa 
As ações da Lojas Marisa (AMAR3, R$ 15,20, +4,83%) deram continuidade ao movimento de alta visto ontem e se afastraram do pessimismo que atravessou o mercado nesta terça-feira após pesquisas eleitorais. Na véspera, as ações da varejista também driblaram o dia ruim e chegaram a disparar 6% na Bolsa com um “short squeeze”. (Saiba mais, clicando aqui).

Lojas Renner (LREN3, R$ 68,09, -3,90%)
As ações das Lojas Renner fecharam a sessão desta terça-feira com perdas, após terem chegado a cair 4% na mínima do dia, quando seus papéis ficaram cotados a R$ 68,02. As ações foram iniciadas com underweight (desempenho abaixo da média) pelo Banco Fator Corretora. Os analistas atribuem preço-alvo de R$ 61,60 para o papel.  

Construtoras
Destaque também para as construtoras, que divulgaram suas prévias operacionais do terceiro trimestre. Os lançamentos da Gafisa (GFSA3, R$ 2,86, -3,70%) atingiram R$ 510,4 milhões no período, crescimento de 142% na comparação anual, enquanto o VSO (Velocidade de Vendas) alcançou 6,7%. Para a XP, a prévia foi negativa, mesmo com crescimento de lançamentos no trimestre, as vendas apresentaram queda de 31,9%. 

A Even (EVEN3, R$ 5,02, -5,28%) também revelou seus dados, com lançamentos atingindo R$ 289 milhões (parte Even), uma redução de 26%. A queda nos lançamentos e vendas contratadas já era esperada, o problema mesmo, veio no VSO, que atingiu 10% no terceiro trimestre ante 16% no mesmo trimestre de 2013, disse a XP.

Por sua vez, a Helbor (HBOR3, R$ 5,80, -2,85%) informou que foram lançados no terceiro trimestre R$ 428 milhões em VGV total no terceiro trimestre, 68,2% superior ao lançado no mesmo trimestre do ano passado. A VSO total atingiu 11,8% no trimestre e 28,4% nos nove primeiros meses.

CVC (CVCB3, R$ 15,60, -1,20%)
Além delas, a CVC abriu a temporada de balanços corporativos no Brasil ontem à noite. A companhia registrou no terceiro trimestre deste ano lucro líquido de R$ 38,6 milhões, valor 2,79% superior ao apurado em igual período de 2013. A receita com bens e serviços, nessa mesma base de comparação, subiu 0,11%, de R$ 188,503 milhões em 2013 para R$ 188,741 milhões entre julho e setembro deste ano.  

Fleury (FLRY3, R$ 13,40, -5,63%)
Os papéis da Fleury também fecharam a sessão desta terça com perdas. Na última segunda-feira, a empresa divulgou que seu controlador indireto Core Participações informou que foram encerradas sem sucesso as negociações de sua participação na companhia para a gestora de recursos Gávea Investimentos. Eles iniciaram negociações exclusivas em março para potencial alienação da totalidade da fatia da Core na Fleury.

BR Malls (BRML3, R$ 17,57, -6,64%)
A BR Malls viu seus papéis afundarem nesta sessão, fechando próximos de sua mínima intradiária, de queda de 7,33%, cotadas a R$ 17,44. Vale mencionar que hoje as ações devolvem praticamente metade da alta iniciada no começo de fevereiro e atingiu seu menor patamar de fechamento desde 26 de março deste ano. Do dia 6 de outubro – um dia após as eleições – para cá, os papéis já caíram 15% na Bolsa.

Cosan (CSAN3, R$ 32,25, -6,52%)
Nesta terça, os papéis da Cosan viveram seu menor fechamento desde 9 de abril, ultrapassando o patamar de quando o ex-candidato à presidência do PSB, Eduardo Campos, morreu em um acidente aéreo. Vale mencionar também que desde o dia 6, um dia após as eleições, até esta terça, os papéis acumulam perdas de 12%.