Após Eike entregar OGX a credores, OSX chega a disparar 85% na Bolsa; entenda

Ontem, a companhia anunciou que o empresário deixou de ser o controlador da petrolífera e, juntamente, se livrou de uma dívida de R$ 13,8 bilhões; com a operação, os credores passaram a deter 75% da empresa

Paula Barra

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SÃO PAULO – Um dia após Eike Batista deixar de ser controlador da OGX (OGXP3) e se livrar de uma dívida de R$ 13,8 bilhões, as ações da OSX (OSXB3), companhia criada pelo empresário para construir as plataformas e estaleiros que seriam demandados pela petrolífera, “comemora” na Bolsa. Isto porque o processo envolve a transferência de mais de 70% das ações da empresa para os credores, sendo a OSX uma deles. 

Em meio à transação, as ações da OSX disparavam 46,15% na Bolsa às 15h35 (horário de Brasília), depois de alcançarem na máxima do dia valorização de 84,62%, a R$ 0,24. O volume financeiro também impressionava e atingia R$ 1,3 milhão, contra média de R$ 339 mil nos últimos 21 pregões. Já as ações da OGX operavam estáveis, a R$ 0,15. 

A partir de agora, a OGX – em processo de recuperação judicial – não tem mais um controlador definido e os titulares da dívida ficaram com 71,4% da empresa reestruturada. Entre eles estão os detentores dos bônus internacionais, fornecedores e a OSX. 

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Segundo o comunicado enviado pela OGX à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a OSX possuía um crédito de 1,5 bilhão em dólares e 46,4 milhões em reais, conforme a lista publicada pelo administrador. O montante refere-se a contratos relativos às unidades de produção de petróleo OSX-1, OSX-2 e WHP-2.

Passada reestruturação, a nova OGX terá dívida de aproximadamente US$ 290 milhões. Desse valor, US$ 215 milhões são referentes ao financiamento feito por parte dos detentores de bônus em debêntures conversíveis. Com a operação, Eike e os acionistas minoritários ficaram com 28,6% da empresa, percentual dividido quase que igualmente entre o empresário e os acionistas.

Como parte da transação, a empresa emitiu 86.255.986 novas ações ordinárias, ao preço de R$ 160 cada. Os papéis serão distribuídos entre os credores – àqueles que participaram da reestruturação da empresa – proporcionalmente ao que eles têm direito a receber. 

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Conforme o documento, as ações voltam a ser negociadas na Bovespa, sob o ticker OGSA3 – as ações existentes seguem com o código OGXP3. Ainda não há data para início da negociação desses papéis.

O reflexo em outras “empresas X”
Na mesma toada, as ações da MMX (MMXM3) disparava na Bolsa hoje. Os papéis da companhia registravam valorização de 12,50%, a R$ 0,45. Na máxima do dia, eles atingiram alta de 22,50%, a R$ 0,49. Vale mencionar que a empresa informou ontem que sua controlada MMX Sudeste Mineração, de Eike Batista, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça de Minas Gerais. A dívida sujeita à recuperação judicial é de R$ 370 milhões, o que inclui serviços já executados a fornecedores.

Por outro lado, a CCX (CCXC3), que passa também por grave situação financeira, registrava queda de 6,45%, a R$ 0,29, enquanto a Prumo Logística, que já foi do empresário, recuava 6,45%, a R$ 0,66.