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SÃO PAULO – O Ibovespa ameniza as perdas na sessão desta terça-feira (30) após chegar a cair 1,99% na mínima do dia, à espera de novas pesquisas eleitorais e também de olho em Wall Street. O índice fechou esta sessão com perdas de 0,93%, aos 54.115 pontos – mesmo nível do dia da goleada sofrida pelo Brasil na Copa. Com essas perdas, o benchmark termina setembro com queda de 11,70%, o que representa seu pior pregão desde maio de 2012.
Enquanto isso, o dólar disparou 9,33% no mês e fechou setembro a R$ 2,4480 na venda, sendo sua maior alta mensal desde setembro de 2011 – lembrando que ontem a moeda atingiu os R$ 2,48, maior nível em seis anos. Entre as ações, destaque novamente para as estatais, com a Petrobras caindo quase 3%, com o mercado agora na expectativa pelas pesquisas, que serão divulgadas hoje à noite. Enquanto isso, os papéis do Banco do Brasil despencaram mais de 7%.
Ontem, a Pesquisa MDA, realizada nos dias 27 e 28 de setembro, mostrou que Dilma Rousseff subiu de 36% para 40,4% das intenções de voto, enquanto Marina recuou de 27,4% a 25,2%. Dilma cresceu 6,22 pontos percentuais neste mês, enquanto sua principal concorrente perdeu 3 pontos. O candidato do PSDB, Aécio Neves, oscilou de 16% no final de agosto para 17,6%. No principal cenário de disputa para segundo turno, Dilma ganha de Marina por nove pontos: 47,7% contra 38,7%.
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Já o Vox Populi mostrou que, na simulação de primeiro turno, a vantagem de Dilma voltou a cresceu, pois a candidata petista tem 40% das intenções de voto contra 24% de Marina e 18% de Aécio Neves. Na pesquisa anterior, divulgada na quinta-feira, Dilma, Marina e Aécio tinham 38%, 25%, e 17%, respectivamente. Na simulação de segundo turno, Dilma aparece com 46% contra 39% de Marina. Na mostra anterior, a petista somava 42% contra 41% de Marina.
“Acreditamos que devem continuar mostrando aquilo que as mais recentes [pesquisas] mostraram: um cenário mais favorável à Dilma. Os movimentos que vimos ontem nos mercados devem continuar, já que o quadro eleitoral deve se manter, os dados de confiança seguem piorando e as contas fiscais de agosto devem mostrar números muito fracos do governo central e do setor público consolidado”, ressalta a equipe de análise da XP Investimentos.
Chama a atenção ainda as contas públicas de agosto: o setor público consolidado teve déficit primário de R$ 14,460 bilhões em agosto, o quarto seguido de déficit. Com isso, o Brasil teve o pior resultado primário da história para meses de agosto, prejudicado pelo impacto da fraqueza econômica na arrecadação e aumento das despesas, e ficou ainda mais distante de cumprir a meta fiscal deste ano mesmo com manobras contábeis que o governo pretende fazer.
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No radar corporativo, a Vale (VALE3; VALE5) informou ontem que enviou para aprovação do seu conselho de administração a segunda parcela de dividendos de seus acionistas no valor de US$ 2,1 bilhões, montante equivalente a US$ 0,407499 por ação, com base no número de ações da véspera. Caso o conselho aprove o pagamento, em reunião que está marcada para o dia 16 de outubro, o montante será repassado para os acionistas em 31 de outubro deste ano. As ações da companhia caem cerca de 0,6%.
Depois do BTG Pactual, agora foi a vez do Santander cortar a recomendação da Usiminas (USIM5), de compra para underperform (desempenho abaixo da média). Segundo os analistas, as ações continuam pressionadas até que a companhia ofereça mais detalhes sobre sua estratégia de negócio, assim como sobre a disputa no bloco de controle da companhia, que provocou na semana passada a destituição do presidente da siderúrgica e mais dois diretores. As ações da Usiminas caem 2,5%.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
BBAS3 | BRASIL ON | 25,30 | -7,26 | +7,67 | 593,41M |
ELET3 | ELETROBRAS ON | 6,56 | -4,65 | +17,80 | 26,06M |
RSID3 | ROSSI RESID ON | 1,08 | -4,42 | -47,06 | 10,10M |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 11,19 | -4,11 | +3,73 | 441,71M |
USIM5 | USIMINAS PNA | 6,37 | -3,63 | -55,17 | 94,67M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
GFSA3 | GAFISA ON | 2,96 | +5,71 | -14,23 | 16,53M |
MRVE3 | MRV ON | 8,21 | +5,39 | +1,75 | 35,82M |
KROT3 | KROTON ON | 15,38 | +4,63 | +62,49 | 153,68M |
OIBR4 | OI PN | 1,74 | +4,19 | -51,53 | 57,14M |
ESTC3 | ESTACIO PART ON | 25,44 | +3,00 | +25,69 | 130,11M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 18,09 | -2,74 | 1,48B | 1,29B | 114.106 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN | 33,87 | -3,39 | 780,83M | 477,07M | 45.948 |
BBAS3 | BRASIL ON | 25,30 | -7,26 | 593,41M | 346,69M | 40.462 |
PETR3 | PETROBRAS ON | 17,25 | -2,82 | 577,90M | 410,13M | 55.481 |
BBDC4 | BRADESCO PN | 34,84 | -2,38 | 495,40M | 350,66M | 36.329 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 11,19 | -4,11 | 441,71M | 237,67M | 43.391 |
VALE5 | VALE PNA | 23,78 | +2,06 | 330,03M | 455,13M | 33.225 |
BRFS3 | BRF SA ON | 58,24 | +0,33 | 235,25M | 109,72M | 14.335 |
ITSA4 | ITAUSA PN | 9,27 | -2,01 | 232,48M | 149,69M | 31.100 |
CIEL3 | CIELO ON | 40,00 | +1,57 | 227,06M | 147,63M | 18.645 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Mês do “novo cenário”
Enquanto agosto foi o melhor mês da Bolsa desde 2012 diante da disparada de Marina Silva nas pesquisas e o ânimo do mercado sobre uma possível mudança de governo, setembro foi o completo inverso disso. Logo no primeiro pregão do mês, uma pesquisa Datafolha já começava a indicar a mudança do cenário, mas o mercado ainda sustentava as altas.
Nestes primeiros dias de setembro, o índice atingiu seu maior nível desde janeiro de 2013, quando chegou a bater os 62.304 pontos no intraday do dia 3. Porém, naquele momento, Marina parou de crescer nas pesquisas, enquanto a candidata petista voltava a subir, trazendo novamente o pessimismo ao mercado sobre uma reeleição de Dilma.
Com poucos pregões de “respiro”, o índice então caiu 13,14% desde aquela máxima e fecha o mês de setembro no mesmo patamar em que estava no dia da derrota brasileira para a Alemanha na Copa do Mundo. Vale destacar que naquela época o mercado acreditava que um mau desempenho da seleção no mundial poderia refletir na candidatura de Dilma, o que acabou não ocorrendo.
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Se em agosto tivemos a chamada “Onda Marina”, setembro termina com a consolidação de um “novo cenário”, com a volta de Dilma à liderança das pesquisas, tanto no primeiro turno, quanto na disputa de segundo turno, o que tem levado o mercado a começar a precificar o cenário de um novo mandato da atual presidente.
Para destacar este “novo cenário”, o pregão de ontem, 29 de setembro, foi o pior do Ibovespa desde setembro de 2011, com uma bateria de pesquisas ressaltando essa possibilidade de Dilma como a vencedora.
Toda essa mudança e novas expectativas eleitorais também estão afetando o câmbio, fazendo com que o dólar termine o mês cotado a R$ 2,4480, uma alta de 9,33% em setembro, maior alta mensal desde setembro de 2011 – lembrando que ontem a moeda atingiu os R$ 2,48, maior nível em seis anos. E assim como na Bolsa, a corrida eleitoral deve continuar impactando o câmbio, o que já leva especialistas a apontar pra uma divisa em R$ 2,50 no fim deste ano.
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Segundo os analistas, outubro entra com um ambiente de cautela e volatilidade na Bolsa, sendo que cada nova pesquisa pode mudar o atual cenário, como destaca o analista da XP Investimentos, Thiago Souza. Para ele, a ordem é ter cautela, uma vez que o mercado está “bastante emotivo” e o cenário eleitoral ainda está bastante indefinido: ou seja, o mercado ainda pode ter novas viradas.