O terrível, horrível, péssimo ano do “antes rei” Bill Gross; ele dará a volta por cima?

Hoje, veio o anúncio. Após ter co-fundado em 1971 a gestora, Gross anunciou que sairá da Pimco e irá para a Janus, tentando dar a volta por cima

Lara Rizério

Conhecido como “rei dos bonds", Bill Gross foi um dos fundadores da Pimco e trabalha atualmente na Janus Henderson.

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SÃO PAULO – 2014. Se este ano foi bom para alguém, não o foi para Bill Gross. Em meio a saídas inesperadas, problemas de desempenho e investigações na Pimco, o rei dos títulos decidiu mudar: e radicalmente.

Hoje, veio o anúncio. Após ter co-fundado em 1971 a gestora, Gross anunciou que sairá da Pimco e irá para a Janus, tentando dar a volta por cima. De uma certa forma, não chegou a ser uma surpresa a saída de Gross da Pimco.

Em julho, o Wall Street Journal já havia relatado que o “rei dos bonds” ameaçou sair. Um grupo de executivos sênior do grupo ficou tão preocupado com as relações do CIO (Chief Investment Officer) com a imprensa que recomendou parar de fazer comentários públicos. E, em comunicado para divulgar a saída, a Pimco ressaltou: “diferenças fundamentais”. 

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Antes disso, em março, Mohamed El-Erian anunciou a saída da gestora em março. Recentemente, ele destacou em carta os motivos para a sua saída, sendo que um dos principais era a falta de tempo para passar com a sua filha. Porém, rumores de que os dois estariam em conflitos também ganharam forças no mercado. 

Aqui está um resumo das pedras enfrentadas por Gross nos últimos meses, conforme ressalta o Market Watch:

Mohamed El-Erian diz adeus: o executivo-chefe e co-diretor executivo de investimentos anunciou em janeiro que sairia da Pimco em março, em um momento de perdas para a dona do maior fundo de renda fixa do mundo. Analistas começaram a especular que a sua saída afetaria a gestão da empresa e poderia pesar sobre fluxos de fundos.

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Gross em estado de choque: Gross, posteriormente, disse à Bloomberg que a saída de El-Erian pegou de surpresa porque o CEO teve vem fazendo um bom trabalho. Ele disse que El-Erian afirmou que queria sair para “recarregar as baterias” e passar mais tempo com sua família. Gross rebateu: “claro que não, você não pode ir”.

O confronto: o Wall Street Journal relata que a relação entre Gross e El-Erian havia se tornado tensa no ano anterior. Os dois enfrentaram abertamente na frente de funcionários, o jornal diz em um relatório.

Estilo de gestão: há inúmeras faíscas sobre o estilo de gestão de Bill Gross, com um clima que estaria bastante tenso nos últimos meses de Gross. Havia, inclusive, um sistema de “deméritos “para quem não seguisse os protocolos do chefe. Gross disse à CNBC que o tom do artigo era “exagerado”.

Saídas (de capital) continuam: Enquanto isso, Pimco continuou a sofrer saídas, com os investidores retirando de dinheiro. Agosto marcou o 16º mês seguido de saídas. 

Ficando para trás: O Fundo Pimco Total Return teve um retorno de 3,29% no acumulado do ano, de acordo com Lipper, ficando atrás do retorno de 4,81% do índice Barclays US Aggregate Bond Total Return. O fundo ainda tem um forte histórico de longo prazo, de 5,54% nos últimos 10 anos contra um retorno de 4,72% para o índice Barclays e 4,97% de retorno para a sua categoria de fundos.

Além da questão profissional, o inferno astral também atingiu a sua vida pessoal. Em abril, em sua carta para o investidor, ele fez uma homenagem a Bob, a sua gata que faleceu aos 14 anos. “Há um final trágico para todas as coisas vivas: elas param de viver. Nossa Maine Coon [raça de gatos de pelo longo dos EUA] parou de viver na última semana. Seu nome era Bob e era um dos animais mais doces que alguém poderia ter. Eu não sei se ela se importava em ter o nome de um menino, ao menos ela nunca me falou sobre isso”, ressaltou. 

Porém, nem tudo é tristeza. Pimco e Gross têm muitos defensores e a expectativa é de que em sua nova etapa da vida, iniciada aos 70 anos, o rei dos bonds volte a ser o “rei dos Bonds”. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.