Apenas 9 ações se salvaram na sequência de cinco quedas da Bolsa; confira

Setor de telecomunicações e exportadoras foram algumas das que conseguiram subir em meio à queda de quase 3 mil pontos do Ibovespa

Marina Neves

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SÃO PAULO – Com queda de 0,49% nesta terça-feira (23), o Ibovespa estende para cinco sua sequência de pregões negativos, indo de 59 mil para 56.540 pontos. Neste movimento, apenas 9 das 69 ações que fazem parte do do principal índice da bolsa brasileira conseguiram acumular ganhos nas cinco sessões entre os dias 17 e 23.

Esta queda acontece ao mesmo tempo que a corrida eleitoral começa a mudar: se desde que Marina Silva (PSB) entrou no cenário eleitoral a Bolsa tem agido com otimismo, nos últimos dias a melhora de Dilma Rousseff nas pesquisas tem significado dias negativos para a renda variável brasileira. Nesta terça, a pesquisa CNT/MDA divulgada pela manhã mostrou uma disputa ainda mais acirrada entre a ambientalista e a atual presidente em um eventual segundo turno.

Mesmo diante de tanto negativismo, algumas ações têm conseguido trazer ganhos aos investidores. As principais ganhadoras são do setor de telecomunicações: Oi e TIM passaram por momentos de euforia na Bolsa durante estes 5 dias, diante do agitado noticiário envolvendo o setor. As fabricantes de papel e celulose, que se beneficiaram pelas altas consecutivas do dólar, também ficaram no positivo, assim como a varejista Hering (HGTX3, R$ 26,81, +2,80%).

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Veja as ações que se salvaram das quedas:

TIM (TIMP3, R$13,70, +3,79%) e Oi (OIBR4, R$ 1,73, +5,49%)
Na semana passada, o Conselho de Administração da Oi autorizou a venda das participações da companhia na Africatel Holdings, representativas de 75% do capital da Africatel, e/ou seus ativos, informou a operadora de telecomunicações no fim da terça-feira. Segundo informações da coluna Radar, da Veja, a Oi vai usar o dinheiro da venda da participação para pagar dívidas e ajudar na tentativa de comprar uma fatia na TIM. Na quinta-feira, o Valor publicou que a Oi estaria disposta a negociar venda ou fusão com a TIM.

A TIM também passa a ser o principal destaque em telecomunicações depois do acordo da Telefónica com a Vivendi. O conselho de administração da Telecom Italia, dona da TIM, deve se reunir na próxima quinta-feira, 25, segundo jornal italiano Il Sole 24 Ore. Pode sair do encontro alguma definição sobre o futuro da subsidiária brasileira, já que a Oi contratou o BTG Pactual para trabalhar em uma proposta de aquisição da TIM no Brasil.

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Fibria, Suzano e Braskem
As ações do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 26,70, +3,13%) e Suzano (SUZB5, R$ 9,99, +1,83%) estão entre as principais beneficiadas pela alta do dólar, já que as receitas dessas companhias são atreladas à moeda, pois as companhias possuem perfil exportador. Nesta sessão, o dólar fechou com alta de 0,53% – a 5ª valorização seguida -, fechando a R$ 2,4070 na venda, maior patamar desde fevereiro.

Além disso, semana passada a Standard & Poor’s revisou a perspectiva dos ratings da Suzano de negativa para estável. Segundo a agência de classificação de risco, as medidas refletem o bem sucedido início da nova fábrica de celulose no Maranhão, inaugurada no final de 2013 e com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano, o que está em linha com as expectativas da agência.

Ainda vale mencionar a Braskem (BRKM5, R$ 16,19, +2,53%), que também tem sua receita atrelada em dólar.

Santander Brasil (SANB11, R$ 16,10, +1,90%)
As units do Santander foram beneficiadas durante estes cinco dias pois na semana passada foi confirmado que o leilão de Oferta Voluntária de Ações do Santander irá ocorrer em 30 de outubro. Como terá um acionista que pagará um preço fixado pelos papéis, o banco acaba ficando imune à volatilidade dentro do mercado.

Em abril deste ano o banco anunciou que sua matriz na Espanha iria lançar uma oferta voluntária de aquisição de units no Brasil e nos Estados Unidos envolvendo até a totalidade dos papéis que ainda não detém. Com a oferta, o maior banco estrangeiro no Brasil deixará o nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa, passando a ser listado no segmento tradicional da bolsa brasileira.

Marcopolo (POMO4, R$ 4,23, +1,68%)
Uma das novidades do Ibovespa em 2014, a Marcopolo enviou um comunicado viu na tarde desta terça-feira informando que a BlackRock (maior gestora do mundo em ativos sob gestão) aumentou sua participação na empresa para 5,03%.

Ambev (ABEV3, R$ 16,39, +0,99%)
Se na semana passada a Ambev foi beneficiada pelos rumores de que sua controladora, a AB InBev, estaria conversando com bancos sobre o financiamento de uma possível oferta de aquisição da SABMiller, assim como a elevação de recomendação de seus papéis de neutra para compra por parte do UBS, nesta semana a distribuidora de bebidas vive a expectativa de uma reunião de representantes do setor com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O encontro deve trazer novidades acerca de tributações para estas empresas – algo que está no radar dos acionistas da Ambev desde meados de abril.