65 ações do Ibovespa fecham em queda; Vale afunda 4% e Petrobras “ameniza”

Das 69 ações do índice, somente as da TIM subiram mais de 1%; mineradora atingiu o menor patamar na Bolsa desde agosto de 2009

Marina Neves

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SÃO PAULO – Com uma segunda-feira (22) predominantemente negativa no mercado brasileiro, 65 das 69 ações do Ibovespa fecharam no vermelho, com destaque para a queda de mais de 4% de Banco do Brasil, Eletrobras e Vale – a mineradora, aliás, bateu sua mínima na bolsa desde 2009. A Petrobras, que também caiu quase 6% no intraday, ganhou forças na última hora de pregão e amenizou as perdas do Ibovespa.

O “kit eleições”, que liderou as perdas desta sessão em um dia em que apenas uma ação fechou com alta superior a 1%. As quedas vieram em meio à expectativa do mercado pela pesquisa eleitoral Vox Populi, que deve sair ainda hoje – sendo a primeira das 5 pesquisas que estão previstas para esta semana. Novos rumores apontam para uma recuperação de Aécio Neves (PSDB) e uma queda de Marina Silva (PSB), enquanto Dilma Rousseff (PT) se manteria na dianteira das intenções de voto.

No lado positivo, apenas as ações da TIM subiram mais de 1%, após acordo da Telefónica com a Vivendi. Além dela, o Santander (SANB11, R$ 16,28, +0,68%) viu suas units subirem em meio à confirmação de que o leilão de Oferta Voluntária de Ações do banco irá ocorrer em 30 de outubro e a Ambev (ABEV3, R$ 16,44, +0,24%) também figurou entre os ganhos do índice, chegando a subir 0,5% na máxima do dia.

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Confira os destaques da Bolsa:

Petrobras (PETR3, 19,40, -2,27%, PETR4, R$ 20,59, -1,53%)
As ações da Petrobras chegaram a cair quase 6% nesta segunda-feira, à espera da pesquisa eleitoral Vox Populi, que será divulgada hoje a noite no Jornal da Record, às 19h30. No mês, as ações da estatal já caíram mais de 15%.

Novos rumores apontam para uma recuperação de Aécio Neves (PSDB) e uma queda de Marina Silva (PSB), enquanto Dilma Rousseff se manteria na dianteira das intenções de voto. Vale lembrar que, além do Vox Populi de hoje à noite, o mercado aguarda a divulgação de uma série de pesquisas para as próximas sessões: Ibope, Sensus, MDA e Datafolha.

As pesquisas eleitorais têm guiado o rumo da Bolsa desde meados de março: de lá pra cá, o Ibovespa saltou de 45 mil para até 62 mil pontos, ao mesmo tempo em que o cenário de provável reeleição de Dilma Rousseff (PT) deu lugar a uma acirrada disputa com a oposição. A reação “compradora” do mercado às quedas de Dilma nas pesquisas explica-se pela gestão intervencionista do atual governo em importantes setores da economia – caso das elétricas, bancos e estatais. Por conta disso, esses três grupos têm sido os mais “sensíveis” na Bovespa às novidades sobre eleições.

Bancos, Eletrobras e Cosan
Além da Petrobras, as ações do setor financeiro também reagiram ao cenário eleitoral nesta sessão. Os papéis de Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,55, -4,74%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 37,24, -1,35%) e Bradesco (BBDC3, R$ 37,50, -0,40%; BBDC4, R$ 37,69, -0,82%) chegaram a cair entre 7,33% e 2,60%.

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A estatal de energia Eletrobras (ELET3, R$ 7,27, -3,96%ELET6, R$ 10,48, 4,81%) também apareceu na ponta vermelha do índice, assim como a Cosan (CSAN3, R$ 40,05, -2,65%), empresa do setor sucroalcooleiro que começou a subir muito forte desde que Marina Silva entrou na disputa eleitoral e começou a despontar como principal adversária de Dilma Rousseff.

Vale (VALE3, R$ 27,28, -3,67%; VALE5R$ 23,87, -4,14%)
As ações da Vale voltam a cair forte e atingiram seu menor patamar desde agosto de 2009, pressionadas pelo preço do minério de ferro – principal produto da exportadora – e pelas declarações do ministro das Finanças da China, Lou Jiwei.

A commodity rompeu o patamar de US$ 80 por tonelada e fechou a sessão em US$ 79,80 por tonelada, acumulando queda de 2,33% nesta sessão – em 2014, o minério de ferro já acumula perdas de 41%. Já o ministro da China afirmou no domingo que o país não vai alterar dramaticamente sua política econômica por causa de um único indicador econômico. As declarações foram dadas dias após muitos economistas terem reduzido as perspectivas de crescimento depois da última série de dados fracos.

Imobiliárias
A aversão ao risco que tomou conta do mercado e provoca hoje uma onda de elevação dos juros futuros e ajudam a pressionar os papéis das imobiliárias. Nesta sessão, os papéis da PDG Realty (PDGR3, R$ 1,23, -4,65%) atingiram, no menor patamar do dia, queda de 7,75%, a R$ 1,19.

No setor, chamam atenção também os papéis da Tecnisa (TCSA3, R$ 5,33, -4,82%), Even (EVEN3, R$ 5,90, -3,75%), Helbor (HBOR3, R$ 5,73, -5,13%) e Eztec (EZTC3, R$ 22,42, -4,31%).

TIM (TIMP3, R$ 13,54, +1,20%)
As ações da Tim lideraram os ganhos do Ibovespa e chegaram a subir quase 3%. A companhia passa a ser o principal destaque em telecomunicações depois do acordo da Telefónica com a Vivendi. O conselho de administração da Telecom Italia, dona da TIM, deve se reunir na próxima quinta-feira, 25, segundo jornal italiano Il Sole 24 Ore. Pode sair do encontro alguma definição sobre o futuro da subsidiária brasileira, já que a Oi contratou o BTG Pactual para trabalhar em uma proposta de aquisição da TIM no Brasil.

JBS (JBSS3, R$ 9,43, -2,38%)
As ações da companhia também despencaram em dia de pessimismo generalizado, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa, chegando a cair 6,5% na mínima desta segunda. A queda veio em meio a um adiamento de um plano para levantar R$ 4 bilhões com um IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) de ações de sua unidade.