Ibovespa fecha em queda de 1,7% com rumor eleitoral e China; dólar encosta em R$ 2,40

Petrobras e Vale pressionam índice com expectativa por novos estímulos na China cessando e à espera de pesquisa Vox Populi; Focus no radar

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em mais um dia bastante negativo, o Ibovespa segue em forte queda na tarde desta segunda-feira (22), influenciado por incerteza eleitoral após possível recuperação de Dilma Rousseff nas pesquisas sobre disputa ao Planalto, enquanto no cenário externo diminuem expectativas por novos estímulos na China. O índice fechou em queda de 1,68%, a 56.818 pontos, depois de ter atingido na mínima do dia recuo de 3,14%, a 55.974 pontos – menor patamar desde a trágica morte de Eduardo Campos (PSB), em 13 de agosto. O volume financeiro da Bovespa hoje foi de R$ 7,636 bilhões.

Ajudou a puxar a queda do índice os papéis “pesos-pesados” da Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3;VALE5). Os ativos da mineradora caíram 4%, enquanto os ativos da estatal tiveram baixa de mais de 2%. Banco do Brasil (BBAS3, 30,55), por sua vez, caiu quase 5%.

As taxas dos contratos de juros futuros, por sua vez, tiveram forte alta hoje, com destaque para as de janeiro de 2017, enquanto o dólar comercial subiu pela quarta sessão seguida, avançou 0,91%, a R$ 2,3944 na venda. Na máxima da sessão, atingiu R$ 2,3992 – o maior nível desde 19 de fevereiro, quando alcançou R$ 2,4130. 

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Rumores de pesquisas eleitorais
Novos rumores apontam para uma recuperação de Aécio Neves (PSDB) e uma queda de Marina Silva (PSB), enquanto Dilma Rousseff se manteria na dianteira das intenções de voto, de acordo com informações da coluna Radar, da Veja, de Lauro Jardim. Vale lembrar que, além do Vox Populi de hoje à noite, o mercado aguarda a divulgação de uma série de pesquisas para as próximas sessões: Ibope, Sensus, MDA e Datafolha. “Desta forma, o recente rali eleitoral perde força e o quadro parece mais acirrado do que prevíamos no começo do mês”, destaca a Guide Investimentos.

Com as pesquisas de opinião no Brasil mostrando um acirramento maior, a probabilidade de uma vitória da candidato à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, aumentou, de acordo com a Nomura. A corretora destacou continuar acreditando que a presidente só poderá ser considerada favorita se abrir uma diferença entre 5 e 10 pontos percentuais de vantagem sobre Marina no segundo turno, mas agora as chances aumentaram. 

Apesar de ainda serem esperados novos dados de pesquisas eleitorais e ainda ver como cenário base uma vitória de Marina em uma margem muito apertada, o diretor dos mercados emergentes do Nomura, Tony Volpon, destacou o que pode-se esperar de um eventual segundo governo Dilma.  

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Outros destaques
No noticiário doméstico, destaque ainda para o Focus. A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 diminuiu para 0,30%, ante 0,33% da semana anterior – esta é a 17ª semana consecutiva que os economistas diminuem as estimativas para o crescimento da atividade econômica brasileira. Para 2015, os economistas cortaram a projeção do PIB para 1,01%, ante 1,04%.

Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, os economistas aumentaram a projeção para 6,30%, ante 6,29% na semana anterior, e continuou abaixo do teto da meta, enquanto para o próximo ano a projeção ficou em 6,28%.

Já no cenário externo, as bolsas asiáticas encerraram a sessão com perdas, à espera de dados econômicos, e com uma diminuição na expectativa por novos estímulos, assim como os índices europeus, que também fecharam em queda, sendo pressionados pelo preço das commodities e com investidores ainda cautelosos com a deflação na região.

Declarações do ministro das Finanças chinês, Lou Jiwei, de que o governo não fará mudanças drásticas em suas políticas somente por conta da fraqueza de um indicador, justificam o aumento da aversão ao risco. Isso fez crescer ainda mais a expectativa quanto ao índice de atividade industrial dos gerentes de compras da China, do HSBC, que será publicado na noite desta segunda-feira.

Vale lembrar que o minério de ferro rompeu o patamar de US$ 80/ton e atingiu os US$ 79,8/ton, queda de 2,33% renovando, assim, o valor mais baixo em 5 anos, o que pesa mais uma vez sobre as ações da Vale, que caem mais de 4%. No ano, o preço do minério de ferro já acumula perdas de 41%.

Quedas e baixas da Bolsa
Em dia extremamente negativo no mercado brasileiro, somente cinco das 69 ações do Ibovespa registraram valorização, sendo somente TIM (TIMP3) acima de 1%.

Os papéis da companhia passam a ser o principal destaque da Bolsa depois do acordo entre a Telefónica (VIVT4, R$ 50,71, -0,39%) e a Vivendi. O conselho de administração da Telecom Italia, dona da TIM, deve se reunir na próxima quinta-feira (25), segundo jornal italiano Il Sole 24 Ore. Pode sair do encontro alguma definição sobre o futuro da subsidiária brasileira, já que a Oi (OIBR4, R$ 1,71, -1,72%) contratou o BTG Pactual (BBTG11, R$ 35,34, -2,64%) para trabalhar em uma proposta de aquisição da TIM no Brasil.  

Por outro lado, destaque negativo, além das estatais, bancos e Vale, para as ações das construtoras, que foram penalizadas hoje pelo movimento de alta dos juros futuros. Nesta sessão, os papéis da PDG Realty (PDGR3, R$ 1,23, -4,65%) atingiram seu menor patamar histórico. No setor, registrou forte queda também as ações da Even (EVEN3, R$ 5,90, -3,75%), Gafisa (GFSA3, R$ 3,06, -2,86%) e Cyrela (CYRE3, R$ 12,68, -3,79%). 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 10,48 -4,81 +21,25 18,29M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 30,55 -4,74 +30,01 400,77M
 PDGR3 PDG REALT ON 1,23 -4,65 -32,04 20,81M
 VALE5 VALE PNA 23,87 -4,14 -24,83 539,65M
 LAME4 LOJAS AMERIC PN 14,29 -4,09 +14,49 30,54M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 TIMP3 TIM PART S/A ON 13,54 +1,20 +12,94 58,62M
 SANB11 SANTANDER BR UNT N2 16,28 +0,68 +35,16 37,29M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 16,44 +0,24 -1,18 197,62M
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 9,97 +0,20 +9,65 47,28M