Ibovespa oscila após Datafolha com estatais; Vale registra queda

Dilma ampliou vantagem no 1º turno e diminuiu distância com Marina no 2º; bolsas no exterior têm dia de alta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após iniciar a sessão com perdas que chegaram a 0,84% e zerar nos primeiros vinte minutos, o Ibovespa logo voltou a cair na sessão desta sexta-feira (19), com o mercado digerindo a nova pesquisa eleitoral que se mostrou ainda mais acirrada entre Marina Silva e Dilma Rousseff, ao mesmo tempo que o dia aponta para ser positivo no exterior.

Às 10h45 (horário de Brasília), o índice registra perdas de 0,57%, a 58.043 pontos, com as ações de estatais e bancos liderando as perdas da sessão, mas diminuindo fortemente as perdas em relação à mínima do dia. As ações da Petrobras chegaram a abrir em baixa, zerou a queda e voltou a cair, enquanto Banco do Brasil passou a ter baixa de 2%. “Em suma, acreditamos que a bolsa já tenha precificado em grande parte esta pesquisa”, avalia a equipe de análise da XP Investimentos, destacando que ontem, em meio aos rumores sobre a pesquisa, o índice já havia caído 1,24%.

O  Datafolha, divulgado na madrugada desta sexta pelo jornal Folha de S. Paulo, surpreendeu parte do mercado ao mostrar que Marina Silva (PSB), sob intenso ataque da presidente Dilma e de Aécio, continuou em queda. Na simulação de primeiro turno, Dilma obteve 37% das intenções de voto, contra 30% de Marina. E, de acordo com a LCA Consultores, esta pesquisa mostra que a disputa continuará acirrada entre as candidatas que estão na dianteira das pesquisas de intenção de voto. 

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Nas simulações de segundo turno, Marina não conseguiu se estabilizar neste levantamento, com uma vantagem de apena 2 pontos percentuais: 46% contra 44% de Dilma. “”Como se pode ver, ao contrário de outras pesquisas, Marina não conseguiu se estabilizar nas simulações de segundo turno. Nossa expectativa é que a disputa continue acirrada entre Marina e Dilma, com a possibilidade de pequenas novas oscilações das intenções de votos destas candidatas”, aponta a LCA Consultores.

Teles no radar
O noticiário corporativo também é bastante movimentado com destaque, mais uma vez, para as teles. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) rejeitou ontem os principais pedidos de impugnação de trechos do leilão de serviços 4G na faixa de 700 megahertz (MHz), cujo leilão ocorrerá no próximo dia 30. A Oi (OIBR4), Vivo (VIVT4), TIM (TIMP3) e Claro estavam entre as empresas que apresentaram questionamentos ao órgão regulador.

Ainda no setor, o grupo francês de mídia Vivendi concluiu um acordo para vender seu negócio brasileiro de banda larga GVT para a espanhola Telefónica, dona da Vivo, por dinheiro e ações no valor de cerca de 7,2 bilhões de euros (9,29 bilhões de dólares), anunciaram as empresas nesta sexta-feira. 

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A transação está sujeita à aprovação regulatória no Brasil. A Telefónica planeja incorporar a GVT à Vivo, sua marca de telefonia móvel no Brasil, para criar o maior grupo de telecomunicações do país, Telefônica Brasil.

A Petrobras (PETR3PETR4) também segue no radar corporativo também por notícias internas. A presidente da estatal, Maria das Graças Foster, disse que a empresa está dando uma guinada na produção de petróleo. Segundo a executiva, a produção atingiu um ponto de inflexão entre julho e agosto, ou seja, um período em que passou a crescer de forma mais intensa. A meta da empresa é aumentar a produção em 7,5% no Brasil em relação ao ano passado, quando havia produzido 1,93 milhão de barris.

Graça confirmou ainda o início da produção de três novas plataformas até o fim deste ano: P-61, Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilha Bela. De acordo com Graça, a P-61 está prevista para novembro, a Cidade de Mangaratiba para entre outubro e novembro e a Cidade de Ilha Bela, “neste trimestre”.

Enquanto isso, a Vale tem um dia de baixa, após uma nova queda do preço do minério de ferro. A cotação fechou a semana em queda e renovou a mínima em 5 anos em US$ 81,7 a tonelada.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 KROT3 KROTON ON EB 14,22 -3,33
 ESTC3 ESTACIO PART ON 24,10 -2,98
 BBAS3 BRASIL ON EJ 32,03 -1,99
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 7,18 -1,64
 PDGR3 PDG REALT ON 1,29 -1,53

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 LIGT3 LIGHT S/A ON 21,89 +1,96
 OIBR4 OI PN 1,70 +1,80
 HGTX3 CIA HERING ON 26,35 +1,74
 RENT3 LOCALIZA ON 36,65 +1,52
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 4,15 +1,47


Bolsas mundiais em alta
As bolsas mundiais para uma alta, reagindo ao referendo sobre a independência da Escócia e estímulos na economia da China. Além disso, os mercados são impulsionados pelos índice norte-americanos após o IPO da Alibaba.

Em referendo histórico, 55% dos escoceses votaram contra a independência do país em relação ao Reino Unido. Mais de 3,6 milhões, dos 4,3 milhões de eleitores registrados, compareceram às urnas, um recorde em relação a todas as eleições já realizadas no Reino Unido desde o sufrágio universal, em 1918.

Na Ásia, as bolsas foram impulsionadas após o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, dizer que irá executar o quanto antes a reforma do fundo público de US$ 1,2 trilhão de dólares do país, o Fundo de Investimento de Pensão do Governo, em uma reformulação vista como favorável para ações.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.