Dólar puxa exportadoras, Petrobras cai 4% e Marfrig desaba 6% com UBS

O dia foi marcado por alta da Tim em meio à notícias de fusão e aquisição, rebaixamento das ações da Marfrig pela UBS e siderúrgicas subindo com notícia de que o minério de ferro deverá se estabilizar

Marina Neves

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SÃO PAULO – Esta quinta-feira (18) foi predominantemente negativa na Bolsa, com o Ibovespa fechando em queda de 1,24%, com 51 companhias em queda, e o mercado aguardando a próxima pesquisa eleitoral do Datafolha que sai ainda nesta quinta. Com investidores cautelosos sobre o resultado do levantamento, os papéis de estatais e bancos caíram forte hoje.

Por outro lado, os papéis de empresas com perfil voltado à exportação foram beneficiadas nesta sessão pela continuidade da alta do dólar. A moeda americana subiu pela 8ª vez em nove sessões. 

Ainda do lado positivo do Ibovespa estiveram as ações da Ambev (ABEV3), que subiram após relatório da UBS, que elevou os papéis da companhia, enquanto as ações de telefonia, que chegaram a subir forte nesta quinta, aliviaram os ganhos no final do pregão em meio à notícias de fusões e aquisições entre Oi e TIM.

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O setor de educação também é destaque, com ênfase para Kroton (KROT3), que chegou a cair quase 6% na mínima do dia. Também entre os destaques negativos estiveram as ações da Marfrig (MRFG3) que chegaram a liderar as perdas do Ibovespa em meio ao rebaixamento de suas ações para venda pela UBS.

Confira os destaques da Bolsa:

Estatais e bancos
Após terem vivido um dia predominantemente “morno”, com leves perdas, as ações das estatais intensificaram as quedas próximo ao fechamento. Vale mencionar que nestes últimos três pregões, os papéis das companhias apresentaram forte alta em meio ao cenário político. 

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Destaque para as ações de Petrobras (PETR3, R$ 20,21, -3,12%; PETR4, R$ 21,29, -3,75%), Eletrobras (ELET3, R$ 7,74, -1,53%; ELET6, R$ 11,30, -1,40%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,68, -1,57%). Além delas, as ações dos bancos, que também são sensíveis a dados eleitorais, registraram quedas nesta sessão – Bradesco (BBDC3, R$ 37,97, -2,06%; BBDC4, R$ 38,90, -1,32%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 38,67, -1,18%). Vale mencionar que as ações da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 13,00, -2,91%) também estão seguindo o “rali eleitoral”, apresentando portanto, perdas no pregão.

No radar delas segue a expectativa da divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha, que acontece nesta quinta-feira. 

Suzano (SUZB5, R$ 10,10, +2,54%), Fibria (FIBRE3, R$ 27,05, +3,44%)
As ações da Fibria e Suzano registraram fortes altas nesta sessão, reagindo novamente ao preço do dólar. Dado o perfil exportador dessas empresas, um movimento como esse é visto como favorável já que as receitas dessas companhias são atreladas ao dólar. Nesta quinta-feira o dólar fechou com alta de 0,31%, cotado a R$ 2,3650 na venda, estrelando sua oitava alta em nove pregões.

Além disso, a Standard & Poor’s revisou a perspectiva dos ratings da Suzano para estável, de negativa, e reafirmou o rating ‘BB’ na escala global para a companhia. Segundo a S&P, as medidas refletem o bem-sucedido início da nova fábrica de celulose no Maranhão, inaugurada no final de 2013 e com capacidade de produção de 1,5 MM de tons/ano, o que está em linha com as expectativas da agência.

Ainda vale mencionar as ações da Braskem (BRKM5, R$ 16,20, +2,34%), que também tem sua receita atrelada ao dólar, o que fez com que as ações também fossem impulsionadas pela alta da moeda nesta sessão, figurando entre as maiores altas do índice.

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas subiram nesta sessão e ficaram no topo dos ganhos, apesar da queda no preço do minério de ferro nesta quinta-feira. A commodity caiu 1,4% nesta quinta-feira e fechou cotada a US$ 83 por tonelada.  

Em compensação, o minério de ferro deverá se estabilizar com o fechamento de minas, disse Gavin Wendt, fundador e analista sênior de recursos da Mine Life Pty referindo-se aos potenciais fechamentos de minas que restringiriam o crescimento da produção. “Nós ainda veremos o ciclo e a volatilidade do preço nisso, mas se os produtores de alto custo saem do mercado, isso reduzirá o abastecimento, então dará alguma estabilidade ao preço”.

Vale destacar os papéis de Usiminas (USIM5, R$ 8,20, +1,86%), CSN (CSNA3, R$ 9,99, +3,52%) e Gerdau (GOAU4, R$ 15,22, +0,46%).

Marfrig (MRFG3, R$ 6,76, -5,98%)
A Marfrig fechou o dia liderando as ações do lado vermelho, chegando a cair 6,68% na mínima do dia. De acordo com analista que não quis se identificar, os papéis reagiram a relatório da UBS que rebaixou as ações de neutro para venda, revisando seu preço-alvo para R$ 6,70. Ainda de acordo com o relatório, o rebaixamento se deu pelas dificuldades financeiras da companhia na venda da Seara para a JBS. 

Ambev (ABEV3, R$ 16,18, +1,44%)
As ações da Ambev fecharam em alta neste pregão após os papéis da companhia serem elevados de neutro para compra pelo UBS. Enquanto no ano os ganhos do Ibovespa atingem 14%, a companhia de bebidas registra queda acumulada de 4,13%. 

Oi (OIBR4, R$ 1,67, -0,60%)
As ações da Oi fecharam a sessão no vermelho após terem chegado a ganhos de 4,17% na máxima do dia. Ontem, o Conselho de Administração da Oi autorizou a venda das participações da companhia na Africatel Holdings, representativas de 75% do capital da Africatel, e/ou seus ativos, informou a operadora de telecomunicações no fim da terça-feira.

Segundo informações da coluna Radar, da Veja, a Oi vai usar o dinheiro da venda da participação para pagar dívidas e ajudar na tentativa de comprar uma fatia na TIM (TIMP3, R$ 13,83, +1,39%). Nesta manhã, o Valor publicou que a Oi estaria disposta a negociar venda ou fusão com a TIM. 

A Telecom Italia afirmou à sua controlada brasileira TIM Participações que não há nenhuma discussão em curso para uma oferta de compra da rival Oi, informou a TIM nesta quarta-feira.

Imobiliárias 
As ações do setor imobiliário chegaram a operar em alta, mas perderam força e fecharam em queda nesta quinta. Vale mencionar as ações da MRV (MRVE3R$ 8,36, -2,68%), PDG Realty (PDGR3R$ 1,31, +0,76%) e Even (EVEN3, R$ 6,14, -1,98%)

Ontem, o ministro Guido Mantega anunciou a ampliação do programa “Minha Casa, Minha Vida” em 350 mil unidades e a prorrogação por quatro anos o regime especial de tributação aplicado a esse segmento habitacional. 

O programa MCMV está em sua segunda fase e, segundo ministro, já foram contratadas até o momento 2,550 milhões de unidades e até o fim do ano outras 200 mil também serão contratadas. Com o acréscimo, que vale para o período de janeiro a junho de 2015, a segunda fase do programa passa ser 3,1 milhões de habitações.

Mantega ressaltou que o governo resolveu ampliar a segunda fase do “Minha Casa, Minha Vida”, e não lançar a terceira fase do programa, para agilizar o processo de contratação, atendendo a pedido da indústria de construção. O regime especial de tributação prorrogado reduz de 6 por cento para 1% sobre o valor do imóvel a cobrança unificada de tributos federais.

Kroton (KROT3, R$ 14,71, -4,79%)
Os papéis da Kroton fecharam entre as maiores perdas do índice, após notícia de que a empresa contratou o Itaú e BTG para vender R$ 1 bilhão em ativos, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. Vale mencionar que a empresa precisa vender os ativos da Uniasselvi, além de outros, para se adequar às exigências do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Vale mencionar que as ações da Estácio, também do setor de educação, estiveram no lado vermelho do Ibovespa. Além dela, vale mencionar as ações da Estácio (ESTC3, R$ 25,05, -3,99%), que também fecharam o dia em queda.

Santander (SANB11, R$ 16,35, +2,19%)
As ações do Santander chegaram a liderar os ganhos do Ibovespa nesta sessão, mas fecharam com ganhos mais leves. No radar do banco, hoje o Edital divulgado no Valor Econômico diz que leilão de Oferta Voluntária de Ações do Santander irá ocorrer em 30 de outubro. Em abril deste ano o banco anunciou que sua matriz na Espanha iria lançar uma oferta voluntária de aquisição de units no Brasil e nos Estados Unidos envolvendo até a totalidade dos papéis que ainda não detém.

Com a oferta, o maior banco estrangeiro no Brasil deixará o nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa, passando a ser listado no segmento tradicional da bolsa brasileira.

Randon (RAPT4, R$ 7,21, -1,90%)
As ações da Randon caíram mais de 2% nesta quinta-feira, após a empresa informar que sua receita líquida consolidada caiu 26,9% em agosto sobre igual mês do ano passado, a R$ 289,1 milhões.

No acumulado dos oito primeiros meses do ano, o recuo foi de 9,3%, com a receita líquida consolidada da companhia somando R$ 2,537 bilhões.