Entre China e expectativa por Datafolha, Ibovespa registra queda

Pesquisa eleitoral sai hoje à noite no Jornal Nacional; dados mistos da China pesam, enquanto mercado ainda digere decisão do Fed

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após perder forças no final da sessão de ontem, o Ibovespa tem uma sessão de baixa nesta quinta-feira (18) em meio à expectativa com Datafolha que sairá hoje no Jornal Nacional, mas repercutindo principalmente o noticiário misto da China. O mercado também digere o resultado da reunião de política monetária do Federal Reserve. Às 10h06 (horário de Brasília), o índice registrava baixa de 0,67%, a 58.713 pontos, com as ações da Petrobras caindo cerca de 2%. 

As perspectivas por redução nas exportações chinesas levaram à queda do preço do minério de ferro em 1,4% e pressiona os mercados. Em destaque também no gigante asiático, está a queda do preço das casas em 68 de 70 cidades em agosto ante julho, de acordo com o departamento nacional das estatísticas.

A princípio, apontam os analistas, a expectativa era de que as ações da Petrobras, assim como de bancos e outras estatais, tivessem um dia mais positivo. Porém, após três fortes altas, o dia de realização de ganhos. Já para Vale e siderúrgicas, o dia é positivo mesmo com os dados mistos no gigante asiático.

Vale ressaltar a fala do Gavin Wendt, fundador e analista sênior de recursos da Mine Life Pty, que destacou que o minério de ferro deverá se estabilizar com o fechamento de minas, referindo-se aos potenciais fechamentos de minas que restringiriam o crescimento da produção. “Nós ainda veremos o ciclo e a volatilidade do preço nisso, mas se os produtores de alto custo saem do mercado, isso reduzirá o abastecimento, então dará alguma estabilidade ao preço”.

Ontem, no noticiário nacional, o mercado repercutiu a pesquisa Ibope, mas fechou estável digerindo a decisão do Federal Reserve de reduzir novamente o programa de compra de títulos, mas com sinalizações de que vai manter os juros baixos por “tempo considerável”. A consultoria LCA Consultores continua a avaliar que o juro básico americano será elevado a partir de meados do ano que vem – perspectiva que fica reafirmada com o desfecho da reunião desta 4ª-feira– e projeta velocidade de ajuste apenas ligeiramente mais lenta do que o antecipado pelos participantes do FOMC.

No noticiário corporativo, as construtoras agitam o mercado nesta sessão, com destaque para a alta da MRV (MRVE3)Ainda ontem, o ministro Guido Mantega anunciou a ampliação do programa Minha Casa Minha Vida em 350 mil unidades e a prorrogação por quatro anos o regime especial de tributação aplicado a esse segmento habitacional.

O programa MCMV está em sua segunda fase e, segundo ministro, já foram contratadas até o momento 2,550 milhões de unidades e até o fim do ano outras 200 mil também serão contratadas. Com o acréscimo, que vale para o período de janeiro a junho de 2015, a segunda fase do programa passa ser 3,1 milhões de habitações.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CCRO3 CCR SA ON 18,40 -2,75
 KROT3 KROTON ON EB 15,05 -2,59
 ESTC3 ESTACIO PART ON 25,50 -2,26
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 19,67 -2,09
 LREN3 LOJAS RENNER ON EJ 70,15 -1,72

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 FIBR3 FIBRIA ON 26,61 +1,76
 SANB11 SANTANDER BR UNT N2 16,27 +1,69
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 4,18 +1,46
 MRVE3 MRV ON 8,71 +1,40
 PDGR3 PDG REALT ON 1,33 +0,76

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.