Vale é “premiada”, Ambev sobe 3% e Gol despenca com dólar; veja os destaques

O setor de siderurgia foi beneficiado com a alta do preço do minério de ferro, além das imobiliárias que também ficaram na ponta de cima do Ibovespa junto com exportadoras que subiram com dólar

Marina Neves

Minério de ferro (Fonte: Bloomberg)

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SÃO PAULO – Nesta segunda-feira (15), o dia foi de recuperação no Ibovespa, com o índice tendo disparado no final do pregão, fechando com alta de 1,8% e com apenas 2 ações caindo mais que 1%, após a forte queda da sessão da última sexta-feira (12). Os destaques desta sessão ficaram por conta do setor siderúrgico, que subiram após alta do preço do minério de ferro, além do setor imobiliário, que liderou os ganhos de hoje.

Ainda na ponta de cima da principal carteira de ações da Bolsa, estiveram também as ações da Marcopolo (POMO4, R$ 4,26, +4,93%) – que recentemente entraram para o índice -, além das ações das exportadoras Fibria e Suzano, ambas do setor de celulose, que se beneficiaram com a alta do dólar. Ainda ficaram no verde os papéis da Ambev, que reagiram com ganhos à notícia que a AB Inbev, controladora da brasileira, estaria interessada em adquirir a SABMiller.

Vale mencionar também as ações da Kroton (KROT3, R$ 15,24, +1,26%), que operam cotadas a R$ 15 após o desdobramento de ações aprovado na semana passada pela companhia – as ações valiam R$ 61 no fechamento de quinta-feira (11). O desdobramento realizado foi na razão de 1 para 4.

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Na ponta de baixo do índice estiveram as ações da Gol, que também reage à alta do dólar, porém de maneiras opostas, já que uma alta da moeda significa maiores gastos para a companhia. Assim como elas, as ações da JBS caíram nesta sessão. No radar da empresa, a companhia informou a contratação de um executivo como diretor financeiro para a subsidiária JBS Foods.

Confira os destaques da Bolsa:

Siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 29,11, +1,71%; VALE5, R$ 25,67, +1,70%)  fecharam esta sessão em alta, reagindo ao preço do minério de ferro. A commodity – principal produto da brasileira – voltou a subir e fechou com forte alta de 3,9%, atingindo US$ 85,20 por tonelada. Além da Vale, as ações da CSN (CSNA3, R$ 9,65, +2,66%) reagiram também ao preço do minério e fecharam entre as maiores altas do Ibovespa.

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Além disso, no radar da Vale, nesta segunda-feira acontece o vencimento de opções sobre ações, o que costuma trazer volatilidade para as ações das blue chips da Bolsa, com destaque para Petrobras e Vale. 

Ambev (ABEV3, R$ 16,05, +3,75%)
Após as ações da Ambev chegaram a subir 3,36% na máxima do dia, os papéis fecharam com fortes ganhos, ficando entre as maiores altas do índice. A alta ocorreu em meio aos rumores de que sua controladora, a AB Inbev, está conversando com bancos sobre o financiamento de uma possível oferta de aquisição da SABMiller por US$ 122 bilhões.

O jornal, citando uma pessoa familiarizada com o tema, disse que a AB InBev não está em discussões ativas com a SABMiller, acrescentando que a companhia está aguardando alinhar o financiamento antes de fazer uma abordagem formal.

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Petrobras (PETR3, R$ 19,46, +1,78%; PETR4, R$ 20,55, +2,04%)
As ações da Petrobras fecharam a sessão com alta de mais de 1%, tendo acelerado os ganhos perto do final do pregão – que teve o cenário político como segundo plano. No radar da estatal, segue a pesquisa eleitoral Vox Populi/Record que será divulgada nesta segunda-feira. 

Além disso, nesta segunda-feira aconteceu o vencimento de opções sobre ações, o que costuma trazer volatilidade para as ações das blue chips da Bolsa, com destaque para Petrobras e Vale. 

Gol (GOLL4, R$ 13,65, -2,50%)
As ações da Gol fecharam como as maiores perdas do Ibovespa, chegando a cair 5,6% na mínima do dia, puxadas pelo preço do dólar. Na última sexta-feira, a moeda americana registrou sua quinta alta consecutiva, enquanto hoje, o dólar subiu 0,37%, cotado a R$ 2,34 na compra. Vale mencionar que os papéis atingiram, nesta segunda, sua menor cotação intradiária desde 29 de agosto.

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Os papéis da empresa são impactados pela alta do dólar, visto que a empresa não só tem a maior parte de seu endividamento lastreado na moeda norte-americana como também tem mais da metade das suas despesas operacionais ligadas ao petróleo – que também é cotado em dólar.

JBS (JBSS3, R$ 9,53, -0,52%) e Marfrig (MRFG3, R$ 7,07, +1,87%)
As ações da JBS fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa, chegando a cair 3,34% no intraday. Hoje, a empresa de alimentos informou a contratação do executivo Maxim Medvedovsky como diretor financeiro da subsidiária JBS Foods e de Wilson Mello como diretor de Comunicação e Relações Governamentais da JBS.

A JBS Foods, divisão de alimentos processados da maior processadora de carnes do mundo, planeja uma oferta inicial de ações (IPO) e, caso ela ocorra, deverá usar os recursos para a expansão de suas atividades, investimentos e pagamento e amortização de dívidas. 

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Vale mencionar que na ponta positiva do Ibovespa estavam as ações da Marfrig, também do setor de frigoríficos, que chegaram a subir 3,75% nesta segunda-feira, cotadas a R$ 7,20.

Fibria (FIBR3, R$ 26,21, +1,39%) e Suzano (SUZB5, R$ 9,86, +0,41%)
As ações da Fibria e Suzano estenderam o movimento de alta da última semana após a disparada do dólar e sobem neste pregão. Dado o perfil exportador dessas empresas, um movimento como esse é visto como favorável já que as receitas dessas companhias são atreladas ao dólar. Na última sexta-feira, a moeda americana registrou sua quinta alta consecutiva, enquanto hoje, o dólar tem leve baixa de 0,15%, cotado a R$ 2,331 na compra.

Gerdau (GGBR4, R$ 12,40, +0,32%)
As ações da Gerdau amenizaram os ganhos no fechamento desta sessão, após subirem mais de 2% reagindo ao acordo anunciado nesta segunda-feira. A gerdau e a ArcelorMittal anunciaram um acordo de transação definitivo para vender suas respectivas participações de 50% na companhia Gallatin Steel Company para a Nucor Corporation por um montante total de US$ 770 milhões, sujeito a ajustes usuais de fechamento.

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“A decisão de vender Gallatin foi feita para que a Gerdau possa se concentrar em seus principais ativos na América do Norte”, disse o Diretor-Presidente da Gerdau (CEO), André B. Gerdau Johannpeter.

Imobiliárias
O setor imobiliário se beneficia nesta sessão, com as ações de Gafisa (GFSA4, R$ 3,25, +4,50%) e Rossi (RSID4, R$ 1,31, +5,65%) liderando os ganhos desta segunda-feira. Hoje, a pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, demonstrou que a projeção para a taxa básica de juros, a Selic, se manteve em 11,0% para 2014, enquanto para 2015, a projeção caiu de 11,63% para 11,50%, o que, de acordo com o estrategista-chefe da XP Investimentos, Celson Placido, pode ter influenciado nos ganhos do setor neste pregão, já que a indicação de menores juros beneficia as imobiliárias.

Ainda na ponta de cima do índice estavam as ações da MRV (MRVE3, R$ 8,77, +3,18%) e Cyrela (CYRE3, R$ 13,25, +1,38%).