Petrobras afunda 6%; 13 ações do Ibovespa caem mais de 4% nesta sexta-feira

Além das estatais, bancos também reagem com queda nesta sessão após pesquisa eleitoral; Vale sobe

Leonardo Silva

Publicidade

SÃO PAULO – Em uma sexta-feira (12) agitada pelo noticiário corporativo e eleitoral, o destaque fica com a queda nas ações das estatais e bancos, repercutindo o Ibope divulgado nesta manhã. A pesquisa mostrou um “empate técnico” entre Marina Silva, do PSB, e Dilma Rousseff, do PT, em uma provável disputa no 2º turno. 

Ainda na ponta de baixo do Ibovespa, chama a atenção dos investidores a queda de mais de 3% nas ações das educacionais dando continuidade ao movimento negativo da última sessão. Já na parte de cima do índice, vale mencionar as ações das empresas exportadoras, que são impulsionadas pela forte alta no dólar, e as ações das siderúrgicas, quebrando uma sequência de praticamente 6 quedas consecutivas. 

Fora do Ibovespa, as ações da B2W (BTOW3) sobem mais de 2% dando continuidade ao movimento da última sessão. Vale mencionar também a forte queda nas ações da Telebras (TELB4), após fecharem a quinta-feira com disparada de quase 40%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira os principais destaques da Bolsa:

Estatais
As ações das estatais tem forte queda nesta sessão, reagindo a pesquisa eleitoral divulgada nesta manhã. O Ibope mostrou que Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT) estão em um “empate técnico”, com 43% dos votos para a candidata do PSB e 42% para a petista. No 1º turno, a pesquisa CNI/Ibope mostrou a candidata do PT, Dilma Rousseff na frente das intenções de voto no primeiro turno, com 39%, 8 pontos na frente de Marina Silva, que tem 31% dos votos. Enquanto isso, o candidato do PSDB, Aécio Neves, segue na terceira posição e agora tem 15% das intenções.

Com isso, as ações de Petrobras (PETR3, R$ 19,13, -4,97%PETR4, R$ 20,11, -5,19%), Eletrobras (ELET3, R$ 7,35, -0,54%; ELET6, R$ 10,96, -0,72%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,92, -2,72%) recuam entre -2,50% e -1,80% nesta sessão. As pesquisas eleitorais têm guiado o rumo da Bolsa desde meados de março: de lá pra cá, o Ibovespa saltou de 45 mil para até 62 mil pontos, ao mesmo tempo em que o cenário de provável reeleição de Dilma Rousseff (PT) deu lugar a uma acirrada disputa com a oposição. A reação “compradora” do mercado às quedas de Dilma nas pesquisas explica-se pela gestão intervencionista do atual governo em importantes setores da economia – caso das elétricas, bancos e das estatais. Os bancos, que também são sensíveis aos dados eleitorais, caíram. Destaque para as ações de Bradesco (BBDC3, R$ 37,01, -2,89%; BBDC4, R$ 36,86, -3,18%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,92, -3,90%).

Continua depois da publicidade

B2W (BTOW3, R$ 39,90, +4,04%)
As ações da B2W seguem o movimento da última sessão e sobem mais de 4% nesta sexta-feira. No radar da empresa, ontem saiu a notícia de que o Hotel Urbano deve anunciar a aquisição da B2W Viagens e de um outro portal de venda de ingressos, segundo informações da Revista Exame. A nota não traz nenhum valor para a transação.

No começo de agosto, uma notícia veiculada no blog Veja Mercados, de Geraldo Samor, já indicava que CVC e Hotel Urbano estariam disputando a compra do negócio de reservas online da B2W, empresa controladora das Americanas.com e do Submarino. Segundo a postagem da época, o negócio está sendo vendido por entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões de reais.

Vale mencionar que a B2W é uma das ações que mais subiram no ano, acumulando até o momento uma alta de quase 180%. Após um passado de muitos problemas operacionais – que comprimiram suas margens -, a empresa tem conseguido dar uma resposta positiva ao mercado, beneficiada principalmente pelo aporte de capital bilionário que o fundo Tiger injetou na varejista online no começo do ano.

Embraer (EMBR3, R$ 23,03, +0,88%)
As ações da Embraer sobem nesta sessão quase 2%, sendo impulsionadas pelo dólar e noticiário da empresa. A companhia fará neste mês a entrega do primeiro avião para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, da sigla em inglês). Esta é a primeira vez que a empresa vende um produto militar para a área de defesa americana. Além disso, a Embraer começa a fazer neste ano o pagamento de royalties para a Força Aérea Brasileira (FAB), sobre a exportação do Super Tucano, já que ela é a proprietária intelectual do projeto.

Com as instalações de Jacksonville, a Embraer reforça ainda mais a sua presença nos EUA e, especialmente na Flórida, onde emprega mais de 1200 pessoas.

Vale (VALE3, R$ 28,59, +0,81%; VALE5, R$ 25,16, +0,68%)
As ações quebram sequência negativa e sobem nesta sessão após o preço do minério de ferro voltar a subir. A commodity com entrega imediata subiu 0,12% nesta sexta para US$ 82 por tonelada, recuperando-se da mínima de cinco anos registrada na quinta, de 81,90 dólares. Na semana, a queda acumulada chegou a 1,95%, segundo dados do Steel Index, enquanto no já acumula perdas de 40%.

Suzano (SUZB5, R$ 9,75, +2,20%) e Fibria (FIBR3, R$ 26,08, +3,00%)
Em uma sessão negativa para o Ibovespa, as ações da Suzano e Fibria sobem nesta sessão, impulsionadas pelo ao câmbio. Com o dólar comercial atingindo a faixa dos R$ 2,30, os papéis das duas companhias acabam reagindo, tendo em vista a maior exposição ao mercado internacional.

Siderúrgicas
As siderúrgicas – Gerdau (GGBR4, R$ 12,41, +1,22%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 14,98, +0,81%), CSN (CSNA3, R$ 9,42, +0,63%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,97, +1,66%) -, voltam a subir nesta sessão e quebram uma sequência negativa de praticamente 6 quedas consecutivas.

Vale mencionar que os papéis têm vivido um mau momento na Bolsa, já que o mercado está vendo o setor com reticência após um primeiro semestre com cenário de muita produção para poucos compradores.

Nesta sexta-feira, o Citi reduziu as estimativas para Usiminas após recente interação com a companhia, mais conversas com distribuidores e outros participantes do mercado. “Os resultados do terceiro trimestre serão mais impactados pela fraca demanda doméstica, mais fraca do que o nosso modelo previa”, completa o banco

Telebras (TELB4, R$ 2,17, -9,96%)
As ações da Telebras despencam 9% nesta sessão após fecharam a quinta-feira com alta de quase 40%. Elas operam novamente com um volume financeiro muito maior que a média dos últimos 21 dias. Nesta sessão, as ações TELB4 movimentaram, aproximadamente, R$ 534,9 mil, enquanto a média dos últimos pregões tinham totalizado R$ 160 mil.  

Questionada sobre a disparada nas ações pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Telebras informou que não há qualquer fato do conhecimento da companhia que possa justificar as oscilações das ações, aumento do número de negócios e quantidade negociada.