Petrobras afunda 4% após Vox Populi; imobiliárias e bancos caem forte

Cenário corporativo segue agitado nesta quarta-feira; pesquisa eleitoral mostrou empate técnico no 2º turno

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em uma quarta-feira (10) agitada pelo noticiário corporativo e político, os destaques desta sessão ficam com a forte queda das ações das estatais após a divulgação da pesquisa eleitoral Vox Populi/Carta Capital. Ainda no radar das companhias, segue a divulgação do Datafolha hoje à noite, no Jornal Nacional. 

Além do cenário político, repercute nos papéis do setor bancário o corte da Moody’s na perspectiva das notas de depósitos de longo prazo em moeda locas e estrangeira dos bancos, além da nota de vigor financeiro. A revisão ocorreu depois que a agência cortou a perspectiva do rating brasileiro para negativa.

Entre os destaques negativos aparecem também os papéis do setor de siderurgia e mineração, que refletem corte de recomendação e desvalorização no preço do minério de ferro. No mesmo sentido, os papéis das imobiliárias recuam forte em meio à alta nos juros.

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Na ponta oposta, chama atenção a alta dos papéis da Embraer (EMBR3), que ganham força com a terceira sessão de alta do dólar. A empresa é beneficiada pelo movimento uma vez que suas receitas são atreladas à moeda norte-americana. 

Confira os destaques da Bolsa:

Petrobras (PETR3, R$ 19,62, -3,78%PETR4, R$ 20,61, -4,05%)
As ações da Petrobras aceleram as perdas e caem mais de 4% após a divulgação do Vox Populi nesta manhã. A pesquisa eleitoral mostrou Dilma Rousseff, do PT, com 36% das intenções de voto, contra 28% de Marina Silva, do PSB, e 15% de Aécio Neves, do PSDB, no 1º turno. Em uma provável disputa pelo 2º turno, Vox Populi mostrou um empate técnico entre as duas candidatas. a candidata do PSB aparece à frente com 42% dos votos, enquanto Dilma teria 41%.

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O mercado agora aguarda a divulgação do Datafolha, que deve acontecer no Jornal Nacional, da Globo, esta noite.

Ontem, no final do dia foi relevado o Ibope em São Paulo e Rio de Janeiro. Na pesquisa realizada em SP, a candidata pelo PSB à Presidência, Marina Silva, aparece à frente com 38% das intenções de voto, seguida por Dilma Rousseff (PT), com 25%, e Aécio Neves (PSDB), 15%. Já o levantamento do Ibope do estado do Rio de Janeiro mostra que Dilma detém 37% do apoio popular, ante 34% de Marina. Na sequência, Aécio aparece com apenas 9% das intenções de voto.

Bancos
Além do cenário político, repercute no setor bancário a notícia de que a Moody’s cortou a perspectiva das notas de depósitos de longo prazo em moeda local e estrangeira dos bancos, além da nota de vigor financeiro. Segundo a agência, as alterações de perspectiva para nota de vigor financeiro afetam cinco bancos.

No caso de ratings de longo prazo em moeda local foram 13 instituições afetadas e no longo prazo em moeda estrangeira, 14. Entre as instituições citadas, estão: Banco do Brasil (BBAS3, R$ 31,72, -1,95%) Bradesco (BBDC3, R$ 37,77, -2,05%; BBDC4, R$ 38,19, -2,63%) Itaú Unibanco (ITUB4R$ 38,30, -1,54%)  e Santander (SANB11R$ 15,80, 0,00%).

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 12,84, -4,11%)
Além das estatais e bancos, outra ação que vem sofrendo em setembro com a realização do Ibovespa depois do forte rali eleitoral é a da BM&FBovespa. Hoje, os papéis figuram como a pior ação do índice. No mês, a queda acumula é de 4,6%. 

Vale (VALE3, R$ 28,32, -1,01%; VALE5, R$ 24,96, -0,68%)
As ações da Vale voltam a cair nesta sessão depois de esboçarem uma recuperação na véspera. Essa é a 14ª queda dos papéis em 16 sessões. O desempenho acompanha a queda do preço do minério de ferro, que renovou mínima em cinco anos hoje no mercado à vista da China, atingindo US$ 82,2 a tonelada. 

Siderúrgicas
Acompanhando o desempenho de queda do Ibovespa, destaque negativo também para as ações das siderúrgicas: Usiminas (USIM5, R$ 7,87, -3,67%), Gerdau (GGBR4, R$ 12,40, -2,59%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 15,01, -2,72%) e CSN (CSNA3, R$ 9,48, -0,42%). Hoje, o Bank of America Merrill Lynch rebaixou a recomendação das ações da Usiminas de neutra para underperform (desempenho abaixo da média). 

Em meio a esse desempenho negativo, os papéis da Gerdau atingem nesta sessão o menor patamar desde junho de 2013. Ontem, o Departamento de Comércio dos EUA reduziu a tarifa total antidumping do aço importado da Turquia para 2,6% e elevou para 10,66% para o México. Ambos, são os dois maiores exportadores para os EUA e decisão pode afetar a Gerdau.

Segundo a equipe de análise da Planner Corretora, a notícia é preocupante porque o mercado da América do Norte é aquele de maior destaque para a empresa neste momento de fraqueza das vendas no Brasil. Além disso, vale mencionar as ações das outras siderúrgicas – CSN (CSNA3, R$ 9,40, -1,26%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,86,-3,79%) -, que são penalizadas com a forte queda no preço do minério de ferro. A commodity renovou a mínima em 5 anos nesta sessão, atingindo R$ 82,20 por tonelada.

Imobiliárias
Também no sentido negativo aparecem as ações das imobiliárias, que são afetadas hoje pela alta dos juros, com investidores reforçando cautela diante das dúvidas sobre o rumo da política monetária dos Estados Unidos. Entre os destaques, aparecem os papéis da MRV Engenharia (MRVE3, R$ 8,31, -5,14%), Rossi (RSID3, R$ 1,29, -4,44%) e PDG Realty (PDGR3, R$ 1,33, -3,62%). 

Embraer (EMBR3, R$ 22,65, +2,95%)
Por outro lado, na ponta positiva do Ibovespa aparecem as ações da Embraer (EMBR3), que sobem mais de 3% em meio à valorização do dólar frente ao real. A moeda avança pelo terceiro dia consecutivo. A fabricante de aeronaves é beneficiada pelo movimento já que suas receitas são atreladas ao dólar.

Hoje, o dólar registra alta de 0,69%, sendo cotado a R$ 2,30. A alta da moeda americana faz parte de mais uma rodada de ganhos do dólar no mundo, em meio às expectativas de quanto e a velocidade em que o Federal Reserve aumentará a taxa de juros nos Estados Unidos, comentou o analista-chefe da SLW, Pedro Galdi.

Oi (OIBR4, R$ 1,50, +1,34%)
Após chegarem a cair mais de 2% na abertura da sessão, as ações da Oi viram para alta de quase 1% nesta quarta-feira. No radar da companhia ainda está a notícia de que a Associação de Investidores e Analistas Técnicos (ATM), que representa os acionistas minoritários da Portugal Telecom (PT), informou ter enviado carta registrada para o Conselho de Administração da companhia. No documento, pede que os membros do conselho não executem a deliberação da última assembleia de acionistas. A reunião de ontem aprovou a revisão dos termos da fusão da tele portuguesa com a Oi.

Tim (TIMP3, R$ 13,29, -1,77%)
As ações da Tim iniciam o dia com queda de quase 2%, após o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, reiterar na terça que a empresa de telecomunicações não está à venda, e reafirmou o compromisso de longo prazo da companhia com o País.

Ontem, o presidente da Claro, Carlos Zenteno, confirmou que o grupo foi mexicano América Móvil foi procurado pelo banco BTG Pactual com uma oferta para a compra da TIM.

Eneva (ENEV3, R$ 1,17, +1,74%)
A Eneva informou nesta terça-feira que a 7ª Vara Federal do Distrito Federal concedeu liminar suspendendo pagamentos por indisponibilidade com base em apuração horária das usinas de Parnaíba I, Parnaíba III, no Maranhão, e Pecém II, no Ceará. A liminar tem efeito imediato. A decisão também determinou que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) calcule os valores já pagos pelas usinas de acordo com a nova metodologia. 

Brookfield (BISA3, R$ 1,53, -0,65%)
A Brookfield informou que foi aprovada, em reunião de conselho de administração, o empréstimo no valor de até R$ 430 milhões para a companhia por meio da BRKB RE OPP FUND LLC. Os recursos serão liberados à companhia de forma parcelada, sendo previsto o desembolso da primeira parcela para o dia 19 de setembro de 2014 e a última para o dia 03 de dezembro de 2014.

BR Malls (BRML3, R$ 20,93, -2,61%)
Os papéis da BR Malls caem nesta sessão após o Citi excluir as ações da empresa da carteira recomendada para América Latina. Esta é a 3ª queda consecutiva nas ações da empresa e acumulam queda de 10,06% no mês.