“Bovespa vai subir mas momento é das small caps”, diz gestor americano

Para James Gulbrandsen, sócio da NCH Brasil, o ideal agora seria olhar para papéis que ainda não precificaram o que pode acontecer no Brasil (em referência à eleição)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O rali do Ibovespa iniciado em março teve mais influencia externa do que propriamente especulações sobre as eleições, diz James Gulbrandsen, sócio e chefe de investimentos da NCH Brasil, companhia que gere 24 fundos de investimentos focados em países emergentes. 

“Das conversas que tenho com conhecidos e gestores de fora, continuo acreditando que o fator mais relevante na Bovespa tem sido o potencial do Federal Reserve de aumentar as taxas de juros no ano que vem, e não tanto as eleições”, afirmou, em entrevista ao InfoMoney

Para Gulbrandsen, a arrancada da Bolsa brasileira de março até agora, período em que o principal índice de ações subiu mais de 30%, tem questões políticas envolvidas, mas o que todo mundo lá de fora está de olho é quando o Fed irá alterar sua política monetária. “Acho que o americano já aceitou que o pior já passou no Brasil e quaisquer que sejam os candidatos, todos já estão falando em mudanças”, disse.

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Segundo ele, mesmo em meio à indecisão que o índice tem passado nos últimos dias (movimento que muitos analistas têm atribuído a apenas uma correção técnica), o momento para o Ibovespa ainda é de alta. “Sou bullish (otimista) com o Brasil mas acredito que a liderança vai mudar agora, o momento é das small caps”, disse.

O que Gulbrandsen comenta é que como todo o movimento de alta visto no Ibovespa foi em função da arrancada de blue chips, em especial estatais e bancos, o momento será das small caps, que ficaram praticamente estáveis nesse período. Ele exemplifica com as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que bateram no início no mês suas máximas históricas. 

“Precisamos olhar papéis que não estão precificando o que pode acontecer aqui no Brasil (em referência à eleição). Nossa tendência agora é vender blue chips e comprar small caps”, disse. 

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Um ação interessante agora seria a Guararapes (GUAR4), comenta. Segundo ele, a empresa é “muito bem gerenciada e não subiu tanto na Bolsa como seu par Lojas Renner (LREN3)”. “Provavelmente é a varejista mais barata atualmente e por causa de sua baixa liquidez o papel não está não acompanhou o último rali, apresentando agora no momento perfeito”, disse.

Gulbrandsen acredita que os investidores, principalmente estrangeiros, vão olhar para papéis menores agora e a tendência será de alta. “Quero participar dessas companhias, que esão baratas e com boa tendência para subir. A Guararapes, por exemplo, não sofreu como Cia Hering (HGTX3) e superou resultados de outras varejistas do Brasil”, complementou.