Petrobras cai mais de 4% e Triunfo despenca 13% na Bolsa; Cielo sobe após “recomendação”

Além delas, ações de telecomunicações seguem com forte movimentação; CCX sobe com rumor de venda

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – O dia certamente será de fortes perdas na Bolsa, com destaque para, principalmente a Petrobras (PETR3;PETR4), que depois de subirem forte no início do pregão com pesquisa eleitoral Sensus perdeu força e virou para campo negativo com rumores de que Marina Silva não teria mais forças de crescimento. Além disso, repercute nesta sessão a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa.

Fora do Ibovespa, as ações da Triunfo (TPIS3, R$ 5,41, -13,79%) chamam a atenção ao chegar a cair quase 19% com uma forte pressão vendedora vinda do Itaú. O volume superou 10x a média diária, o que pode significar que um grande investidor está se desfazendo dos papéis. 

Do lado de cima do índice, destaque para as ações das empresas de telecomunicações. A Oi (OIBR4) tem “Dia D” nesta segunda-feira com a reunião dos acionistas da Portugal Telecom sobre a revisão do acordo para o processo de fusão com a brasileira. Já a Tim dispara mais de 7% nesta sessão, em meio à notícia de que a América Movel, dona da Claro, está em conversas com a Oi para fazer uma oferta pela Tim. Além delas, chama a atenção as ações da Cielo (CIEL3), após recomendação do Credit Suisse nesta segunda-feira.

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Já do lado de baixo do Ibovespa, chama a atenção dos investidores as ações da Vale (VALE3;VALE5) – após caírem quase 2% no intraday, elas amenizam as perdas mas continuam sendo pressionadas pelas fracos dados do comércio na China e o baixo preço do minério de ferro.

Confira os destaques da Bolsa:

Petrobras (PETR3, R$ 20,83, -4,14%PETR4, R$ 21,84, -4,29%)
As ações da Petrobras caem nesta sessão após chegarem a subir cerca de 3,5% na máxima do dia. Em quase 40 minutos, os papéis da estatal despencaram 6% de seu maior patamar (R$ 22,50/ R$ 23,68) no intraday para cotação atual. No menor patamar do dia, os papéis chegaram a cair 3,64% e 3,24%, respectivamente, a R$ 20,94 e R$ 22,08. 

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No radar delas segue a pesquisa eleitoral Sensus e a delação premiada do ex-diretor da estatal. Vale mencionar que as ações preferenciais da companhia ficaram quase 20 minutos em leilão. A pesquisa mostrou que com menos de um mês de campanha, Marina estaria tecnicamente empatada com Dilma no primeiro turno, mas venceria em um eventual segundo turno por 47,6% a 32,8% – uma diferença de 14,8 pontos percentuais. Já Aécio Neves (PSDB) caiu 6,2 pontos percentuais em relação à última pesquisa, passando de 21,4% para 15,2%. Numa simulação de segundo turno com a candidata petista, Dilma aparece com 39,3% ds votos enquanto Aécio aparece com 35,4%.

Segundo analistas, a euforia da Bolsa inicial com a pesquisa Sensus foi trocada por rumores de que Marina não teria mais muita força de crescimento. Para Elad Revi, da Spinelli, os investidores estão olhando com mais calma para as pesquisas, até mesmo a Sensus, que apenar de colocar uma vitória de Marina por 15 pontos no segundo turno, apresentou Dilma ganhando um pouco de espaço. 

Além da pesquisa, segue no radar da estatal a publicação da Revista Veja com a lista de nomes citados por Paulo Orberto da Costa, ex-diretor da Petrobras, na delação premiada. Segundo publicação, ele teria citado em depoimentos à Polícia Federal os nomes de parlamentares da base aliada do governo, o de um ministro e os de três governadores, entre eles Edison Lobão, Ministro de Minas e Energia, além Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney (PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República morto em um acidente de avião no dia 13 de agosto.

Sobre as denúncias, a presidente Dilma afirmou que esperará “dados oficiais” para comentar as denúncias feitas pelo ex-executivo. “Eu gostaria de saber direito quais são as informações prestadas e asseguro que tomarei as providências cabíveis”, disse ela. Enquanto isso, Aécio Neves pediu a presidente apresente uma posição mais firme sobre as denúncias de corrupção, e disse ser improvável que a adversária nas eleições de outubro não soubesse dos acontecimentos na estatal.

Eletrobras, BB e Cosan
Outras ações “sensíveis” ao rali eleitoral, os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,32, -5,50%), Eletrobras (ELET3, R$ 7,42, -4,99%; ELET6, R$ 11,20, -4,84%) e Cosan (CSAN3, R$ 43,83, -2,35%) perdem força nesta sessão após iniciarem com forte alta. Assim como a Petrobras (ler acima), elas reagem à pesquisa Sensus divulgada neste final de semana.

Vale (VALE3, R$ 28,21, -0,14%VALE5, R$ 24,79, -0,84%)
A Vale volta a ser penalizada na Bolsa e atingem o menor patamar desde 8 de julho de 2013 após dados do comércio na China publicados nesta segunda-feira. Esta é a 12º queda em 13 pregões. 

As importações da segunda maior economia do mundo caíram 2,4% em agosto na comparação com o ano anterior, informou nesta segunda-feira a Administração Geral de Alfândega, contra expectativa de alta de 1,7 %. Foi o segundo mês seguido em que as importações da China foram surpreendentemente fracas, levantando preocupações de que a tépida demanda doméstica, exacerbada pelo esfriamento do mercado imobiliário, esteja cada vez mais pesando sobre a economia.

Ainda no radar da Vale, segue o preço do minério de ferro, que renovou a mínima em 5 anos e fechou cotado a US$ 83,60 por tonelada.

Oi (OIBR4, R$ 1,63, +1,88%), TIM (TIMP3, R$ 13,38, +6,95%) e Telefônica (VIVT4, R$ 50,80, +2,73%)
Hoje, ocorre a reunião dos acionistas da portuguesa que decidirá sobre a revisão do acordo para o processo de fusão com a Oi, que inclui a redução na fatia da Portugal Telecom na empresa resultante.

Além da Oi, as as ações da Tim são destaque nesta segunda-feira e disparam mais de 7%, em meio à notícia de que a América Movel está em conversas com a Oi para fazer uma oferta pela TIM, segundo informações da Bloomberg. Mais cedo, notícia de O Estado de S. Paulo apontava que iria se unir as duas na oferta também a Telefônica. De acordo com o jornal, as operadoras planejavam dar uma proposta oficial para aquisição da TIM antes do leilão da faixa de 700 MHz de internet móvel. 

Cielo (CIEL3, R$ 41,72, +1,71%)
As ações da Cielo seguem com forte alta ao longo de toda sessão, driblando o dia volátil na Bolsa. Nesta segunda-feira, os papéis da Cielo foram elevados de “neutro” para “outperform” (desempenho acima da média do mercado) pelo Credit Suisse.

A Cielo é uma das melhores ações neste ano, acumulando alta de 29,21% no período, enquanto o Ibovespa apresenta alta de 17,69%

CCX (CCXC3, R$ 0,65, 0,00%)
As ações da CCX Carvão amenizam os ganhos mas seguem com alta nesta segunda-feira após a companhia informar que vem adotando medidas para alcançar o fechamento da venda de projetos de mineração para a colombiana Yildirim até 30 de setembro, conforme objetivo originalmente previsto em contrato.

Segundo a companhia, as pendências para a transação envolvem “questões registrais e outras atividades regulatórias em andamento perante as autoridades governamentais da Colômbia”.

O acordo vinculante para a venda havia sido divulgado no início de fevereiro, por US$ 125 milhões. Na época, a CCX estimou que a operação seria concluída no segundo trimestre.

Embraer (EMBR3, R$ 22,12, +0,73%)
As ações da Embraer foram elevadas para manutenção pelo Santander nesta segunda-feira, em meio à expectativa de depreciação no real e menor exposição ao Brasil. Além disso, o banco cita a melhora na divisão executiva e potenciais novos pedidos como fatores para a elevação nos papéis da companhia.