Ex-diretor da Petrobras começa delação premiada; BTG sendo julgado, OGX e mais agitam 4ª

Eliezer Batista deixa conselho da OGPar, reajuste no imposto de bebidas para 2015 e mais movimentam sessão desta quarta-feira, além de pesquisas eleitorais

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quarta-feira começa agitada em meio ao noticiário corporativo e com a expectativa da divulgação das pesquisas eleitorais Ibope e Datafolha ainda nesta sessão. Ontem, duas pesquisas eleitorais regionais, de SP e RJ, mostraram um forte crescimento de Marina Silva. Em São Paulo, a ex-senadora atingiu 39% das intenções de voto, aumentando para 16 pontos percentuais sua vantagem para Dilma Roussef, mostrou o Ibope. 

Já no Rio de Janeiro, a candidata do PSB arrancou e ultrapassou Dilma, e agora tem 38% dos votos, ante 30% na última pesquisa. A candidata do PT perdeu 6 pontos e passou de 38% na semanada passada para atuais 32% das intenções. 

Além do noticiário eleitoral, a Petrobras (PETR3;PETR4) está em destaque uma vez que o ex-diretor da companhia, Paulo Roberto Costa, iniciou seus depoimentos para ajudar a polícia a desvendar, com detalhes, um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef. O acordo prevê atenuantes para a pena em troca de informações. O executivo teria dito, na prisão, que se contasse tudo o que sabe, não haveria eleições neste ano. 

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Advogado de Youssef, Figueiredo Bastos diz não saber se o acordo foi efetivado, mas afirma que seu cliente está cercado por “delatores” e que, em algum momento, terá de decidir se também fará ou não a delação. 

Eliezer Batista deixa conselho da OGPar
A OGPar (OGXP3), antiga OGX Petróleo, comunicou ao mercado na noite desta terça-feira (2) que Eliezer Batista, pai do empresário Eike Batista, renunciou ao cargo de membro do conselho de administração da empresa. Segundo a nota da empresa, Eliezer fez o comunicado por meio de carta no último dia 31 de agosto.

Eliezer Batista da Silva, 90, é engenheiro e ganhou destaque na presidência da Companhia Vale do Rio Doce, cargo no qual exerceu por duas vezes, além de sua atuação no Programa Grande Carajás (PGC), a primeira iniciativa de exploração das riquezas da província mineral dos Carajás, abrangendo áreas do Pará até o Xingú, Goiás e Maranhão.

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Nesta manhã, a “novela” envolvendo a OGPar – que pediu recuperação judicial no fim do ano passado – e seu credores ganhou mais um capitúlo. Desta vez, a discussão gira em torno da participação de um grupo no financiamento tipo DIP (debtor in posession, na sigla em inglês) à companhia – que resultará posteriormente em participação acionária. Ao todo, serão injetados US$ 215 milhões na petroleira de Eike Batista.

Uma fonte próxima às negociações disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a companhia quer barrar credores que foram contra a homologação do plano, após aprovação em assembleia, por considerar “incoerente” a participação deles na segunda fase do financiamento. A etapa totaliza US$ 90 milhões e está dividida em “segunda série” e “terceira série”, sendo esta última aberta a todos credores.

O grupo de minoritários, por sua vez, considera que a empresa está descumprindo o plano ao deixá-los de fora da terceira série, que foi oferecida a todos os credores interessados em participar. A primeira parte do aporte, de US$ 125 milhões, foi concluída com a participação só de credores majoritários. O empréstimo é parte chave da reestruturação da companhia.

Reajuste no imposto de bebidas vai ficar para 2015
Segundo informações do jornal Valor Econômico, o aumento da tributação das bebidas frias, categoria que reúne cerveja, água, isotônicos e refrigerantes, previstos para o início deste mês de setembro, ainda não tem prazo para acontecer e deverá ficará para depois das eleições, o que pode mexer com as ações da Ambev (ABEV3). A possibilidade de se jogar a correção para o próximo ano também não está totalmente descartada, afirma o jornal.

BR Properties negocia aquisição de R$ 3 bilhões de ativos
Em entrevista ao Valor, o diretor-presidente da BR Properties (BRPR3), Claudio Bruni, destacou estar
 otimista com o mercado de escritórios comerciais de alto padrão e tem aproveitado a queda de preços para negociar a compra de grandes lajes corporativas.

No momento, a empresa de propriedades comerciais negocia a aquisição de R$ 3 bilhões de ativos, a maioria de escritórios, seu principal segmento de atuação.

Cade aprova aquisição de fatia de 40% da Petrobras na Gasmig pela Cemig
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou sem restrições a aquisição pela Cemig (CMIG4) de participação de 40% na Gasmig, segundo despacho publicado na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União.

A aquisição da fatia na empresa de gás, que pertencia indiretamente à Petrobras, representa uma consolidação do controle por parte da Cemig, já que a elétrica mineira já era detentora de 59,6% de participação na Gasmig.

A operação, avaliada em R$ 600 milhões, segundo divulgado pela Petrobras (PETR3;PETR4) ao final de julho, faz parte da reestruturação do portfólio da estatal de petróleo na área de Gás e Energia, no âmbito do Plano de Negócios e Gestão 2014-2018, que contempla uma série de desinvestimentos.

A Gasmig, concessionária exclusiva de distribuição de gás natural canalizado no estado de Minas Gerais, é responsável pela distribuição de um volume de 4,1 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, através de uma rede de mais de 850 km de gasodutos.

BTG será julgado pela CVM por uso de informação não divulgada
O processo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) apura eventual responsabilidade do Banco BTG Pactual (BBTG11) gestor do FIM CP LS Investimento no exterior, por infração de artigo que proíbe uso de informação relevante não divulgada com a finalidade de auferir vantagem no mercado de valores mobiliários.

O assunto será julgado em sessão no dia 23 de setembro, segundo pauta de julgamentos publicada no Diário Oficial da União. 

Prumo
Em comunicado, a Prumo Logística (PRML3) assinou, como interveniente, termo aditivo de acordo de acionistas entre Eike

Batista, Centennial Asset Mining Fund LLC e EIG LLX Holdings, segundo comunicado à CVM. O acordo de acionistas será rescindido se Eike reduzir participação a menos que 10%. 

Eternit
A Eternit (ETER3) propõs o desdobramento de suas ações ordinárias de 1 para 2, para votação em assembleia do próximo dia 15. As ações fecharam o último pregão a R$ 8,21. 

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.