Vivo dispara 9%, estatais sobem forte e JBS cai mais de 3%; veja destaques

Cenário político continua sendo o principal "driver" da Bolsa; noticiário corporativo seguiu agitado também

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em meio à uma sexta-feira (29) movimentada pelo noticiário corporativo, os destaques desta sessão ficaram com as ações da Vivo, que lideraram os ganhos do Ibovespa, e com a forte alta nas ações dos bancos, principalmente o Banco do Brasil e o Bradesco, com a espera do mercado pela divulgação da pesquisa Datafolha nesta noite.

Entre os destaques também estiveram as ações da Cosan e São Martinho, que continuaram sua escalada nesta sessão em meio ao “efeito Marina”, renovando seu protagonismo no rali eleitoral. Do outro lado do Ibovespa, as ações da Vale caíram pelo 7º pregão consecutivo, acumulando perdas de 8%.

Entre as maiores baixas do índice, as ações da MMX (MMXM3, R$ 0,82, +1,23%) caíram forte novamente nesta sessão e acumularam perdas de 80,48% no ano. Nesta sexta-feira, a BM&FBovespa divulgou a nova carteira teórica do índice, no qual a MMX ficou de fora do Ibovespa, confirmando as 1ª e 2ª prévias divulgadas anteriormente.  

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Confira os principais destaques da Bolsa:

Vale (VALE3, R$ 29,12, -0,72%; VALE5, R$ 25,97, -0,61%)
Os papéis da mineradora amenizaram as perdas nesta sexta em meio ao otimismo generalizado do mercado, deixando em segundo plano as preocupações causadas pela queda dos preços do minério de ferro – principal produto da companhia. A commodity segue em queda, atingindo US$ 87,90 a tonelada, o que representa desvalorização de 35% no ano. Em relatório, a Planner Corretora comentou que a queda dos preços do minério vai impactar o resultado da Vale e, por isso, cortaram o preço justo dos papéis de R$ 36 para R$ 33, mas manteve a recomendação de compra.

Divergindo do movimento da Vale, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 20,45, +0,44%), holding que detém forte participação no capital da mineradora, avançaram levemente, depois de terem caído 1% na mínima do dia. 

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Além delas, as siderúrgicas CSN (CSNA3, R$ 9,82, -1,41%e Usiminas (USIM5, R$ 8,08, -0,49%) estenderam as perdas da última sessão e continuaram em queda. 

Estatais e bancos
As ações das estatais e bancos perderam força nesta sessão, após abrirem em alta de mais de 1% à espera da divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha. Os papéis dessas companhias têm mostrado forte sensibilidade nos últimos cinco meses com o cenário político diante de uma expectativa de mudança de governo por parte dos investidores. Hoje, ganham destaque os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 34,99, +5,20%) e Petrobras (PETR3, R$ 22,14, +3,22%; PETR4, R$ 23,35, +2,41%); e dos bancos privados Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 40,36, +2,28%) e Bradesco (BBDC3, R$ 40,02, 0,00%; BBDC4, R$ 40,84, +2,48%) iniciaram a sessão em alta e agora operam entre leves perdas e ganhos. 

No radar da Petrobras, seguiu a notícia de que Marina Silva deixará o pré-sal em 2º plano em programa que será apresentado hoje. Vale mencionar que mais cedo as ações da estatal chegaram a cair cerca de 0,8% na mínima do dia. 

Vale lembrar que a última pesquisa Ibope, revelada na terça-feira, confirmou a tendência mostrada no primeiro Datafolha após o falecimento de Eduardo Campos. No primeiro turno, a candidata Marina Silva (PSB) abriu 10 pontos de vantagem sobre Aécio Neves (PSDB), enquanto no segundo turno, a ex-senadora seria eleita com 45% votos, contra 36% de Dilma. O mercado espera que, se eleita, Marina promoveria ajustes na política econômica do País, o que vem sustentando a alta da Bovespa nos últimos dias. 

Além disso, para o analista Luis Gustavo, da Guide Investimentos, a retração do PIB divulgada nesta sexta-feira, pode pesar ainda mais sobre a atual presidente do Brasil e diminuir as chances da candidata nesta eleição. 

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 13,50, +3,13%)
As ações da BM&FBovespa fecharam o dia com forte alta também em meio ao aguardo do mercado à pesquisa do Datafolha, já que ela também poderá ser beneficiada com uma possível mudança de governo. Além das estatais, as ações BVMF também se mostraram bastante sensíveis aos dados eleitorais, com um aumento de indicação de voto para a candidata Marina Silva, do PSB.

Vivo (VIVT4, R$ 47,85, +9,07%
As ações da Vivo acentuaram os ganhos nesta sessão, após a espanhola Telefónica, dona da Vivo, afirmar que a operação e integração da operadora de banda larga da GVT com negócios no Brasil será rentável desde o primeiro dia, em um acordo que pode proporcionar sinergias mínimas de 4,7 bilhões de euros. 

Segundo a companhia, a transação deve ser concluída em meados de 2015 e colocará a subsidiária brasileira da Telefónica como a principal operador integrado com a maior quota de mercado em termos de receitas e números de acessos no mercado brasileiro. A oferta da Telefónica pela GVT foi de 7,45 bilhões de euros, dos quais 4,66 bilhões serão pagos em dinheiro e o restante ao equivalente a 12% das ações da empresa combinada.  

JBS (JBSS3, R$ 10,12, -3,25%) Marfrig (MRFG3, R$ 7,60, +0,66%)
As ações dos frigoríficos perderam força nessa sessão, com os papéis da JBS tendo fechado o pregão como a maior queda do índice. Nesta semana, os papéis das empresas acumularam ganhos de mais de 10%. No radar delas, segue a notícia de que o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, assinou um decreto que pode viabilizar exportações adicionais de carnes bovina e de frango do Brasil para o país – o que beneficia diretamente a companhia. 

“Efeito Marina”
Unindo-se às estatais e aos bancos, as ações do setor sucroalcooleiro apareceram como novas protagonistas do rali eleitoral: Cosan (CSAN3, R$ 46,50, +4,61%), São Martinho (SMTO3, R$ 45,39, +1,59%) e Tereos (TERI3, R$ 2,80, -1,41%). Apesar de queda nesta sessão,  as ações da Tereos subiram mais de 18% nos últimos dois pregões.

Nesta sexta-feira, as empresas podem reagir às expectativas da divulgação da pesquisa eleitoral Datafolha. No mês, os papéis dessas companhias sobem 19,59%, 18,77% e 15,92%, respectivamente. Ambas empresas reagem à disparada de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, com o discurso de sustentabilidade da ex-senadora. A gestora de recursos da Coinvalores Corretora, Tatiane Cruz, esclarece que a alta dos papéis se deu por uma reação tardia do mercado ao “rali eleitoral”, já que os candidatos à presidência estão se aproximando cada vez mais do agronegócio. 

Para acompanhar o desempenho do “portfólio Marina”, clique aqui.

Eternit (ETER3, R$ 8,40, -14,75%)
As ações da Eternit registraram queda, reagindo ao processo do Ministério Público do Trabalho no qual a empresa pode ser condenada a pagar até R$ 1 bilhão. A ação é resultado de uma investigação na fábrica da empresa em Guadalupe, no Rio, que apontou risco de exposição dos trabalhadores ao produto, cuja fibra pode causar câncer no pulmão e outras doenças.

Esse é o segundo processo que o MPT move contra a empresa no valor de R$ 1 bilhão. Em agosto do ano passado, a companhia foi acionada por contaminação de amianto na fábrica de Osasco (SP), fechada em 1993.

Oi (OIBR4, R$ 1,45, +1,40%)
As ações da Oi chegaram a aparecer como como a maior queda do Ibovespa nesta manhã, mas fecharam o dia em alta. Ontem, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da Oi para Ba1 em nível global – grau já considerado especulativo -, “com base na flexibilidade financeira reduzida e indicadores de crédito fracos da empresa, o que a Moody’s acredita que resultará em um enfraquecimento da posição concorrencial da Oi”, disse a nota. A agência destaca que a companhia articulou planos para reduzir o gasto de capital e pode não participar integralmente do leilão do espectro 4G no Brasil.

Marcopolo (POMO4, R$ 4,35, +1,40%)
As ações da Marcopolo fecharam a sessão em alta, após a divulgação da carteira teórica do Ibovespa que entrará em vigor a partir de 1° de setembro. Assim como na 1ª e 2ª prévia, divulgadas anteriormente, a fabricante de carrocerias de ônibus foi incluída no principal índice de ações da Bolsa brasileira.