Petrobras sobe 5% após pesquisas e teles disparam mais de 9%; frigoríficos avançam

Cenário político agita sessão desta quarta-feira; notícias corporativas seguem no radar também

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em uma quarta-feira (27) movimentada pelo cenário político e por notícias corporativas, os destaques desta sessão ficam com as fortes alta nas ações das estatais e da empresas de telecomunicações, segundo cotação das 14h07 (horário de Brasília). Nesta sessão, os papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), Eletrobras (ELET3; ELET6) e Banco do Brasil (BBAS3) reagem forte a duas pesquisas eleitorais – Ibope e CNT/MDA.

No caso das teles, as ações da Oi (OIBR4) disparam neste pregão após a companhia anunciar que mira comprar a Tim da Telecom Itália. Já a Telefônica Brasil (VIVT4) reage ao anúncio da espanhola Telefónica, controladora da brasileira, de que irá melhorar a oferta pela unidade de banda larga da GVT, depois que a Telecom Italia comunicou que também queria comprar a GVT, do grupo francês Vivendi. 

Na ponta do Ibovespa, destaque também para as ações da Cosan (CSAN3), que sobem com o novo “rali eleitoral”, impulsionadas pelo bom momento de Marina Silva nas pesquisas. (Para entender melhor a disparada de Cosan, clique aqui). Do lado de baixo do índice, as ações da Natura (NATU3), após serem rebaixadas pelo Santander, e Gol (GOLL4), seguem entre as maiores perdas.

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Estatais e Bancos
As ações das estatais e bancos sobem forte, reagindo ao cenário político com a divulgação ontem da pesquisa eleitoral Ibope e à pesquisa CNT/MDA revelada hoje de manhã. Na CNT/MDA, Dilma Rousseff (PT) teria 34,2% no primeiro turno, à frente de Marina Silva (PSB), com 28,2% e de Aécio Neves (PSDB), com 16% dos votos. No segundo turno, Marina Silva ganharia de Dilma Rousseff por 43,7% a 37,8%

Destaque para os papéis das estatais – Petrobras (PETR3, R$ 21,50, +4,12%; PETR4, R$ 22,79, +4,35%), Eletrobras (ELET3, R$ 7,80, +3,86% ; ELET6, R$ 12,34, +3,26%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 32,69, +4,01%) e dos bancos – Bradesco (BBDC3, R$ 39,48, +2,20%; BBDC4, R$ 39,56, +1,75%), Itaú (ITUB4, R$ 39,43, +1,97%).

Já o Ibope mostrou Marina Silva à frente de Aécio Neves em 10 pontos percentuais, enquanto em um provável 2º turno, a candidata do PSB seria eleita com 45% dos votos e Dilma ficaria com 36%.

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Destaque ainda hoje para os debates entre presidenciáveis na noite de ontem, na TV Bandeirantes; hoje à noite, no Jornal Nacional da TV Globo, Marina será entrevistada por William Bonner e Patrícia Poeta. Vale mencionar que as ações das estatais foram as que mais reagiram ao “rali eleitoral”, que tem esse nome por ter iniciado em março com as pesquisas de intenções de votos para presidente.

Gol (GOLL4, R$ 13,80, -1,43%)
As ações da Gol seguem entre as maiores perdas do Ibovespa nesta sessão, mas no ano elas acumulam alta de 31,68%. No radar da empresa, a Gol anunciou que assinou um acordo de interline com a Royal Air Maroc, permitindo que a companhia aérea do Marrocos comercialize trechos aéreos da Gol por meio de um único bilhete. Com o acordo, os passageiros da Royal Air Maroc poderão escolher entre 52 destinos nacionais atendidos pela Gol, além de destinos 15 internacionais, com trânsito pelo Aeroporto de Guarulhos, de São Paulo.

Os passageiros brasileiros também poderão ser beneficiados com malha da Royal Air Maroc na África, Europa e Oriente Médio, por meio de seu centro de conexões (hub) em Casablanca (Marrocos).

Cosan (CSAN3, R$ 43,19, +2,54%)
As ações da Cosan voltam a subir neste pregão e acumulam alta de 8,25% somente nesta semana. Os papéis da empresa reagem à disparada de Marina Silva nas pesquisas eleitorais, com o discurso de sustentabilidade da ex-senadora. A gestora de recursos da Coinvalores Corretora, Tatiane Cruz, esclarece que a alta dos papéis se deu por uma reação tardia do mercado ao “rali eleitoral”, já que os candidatos à presidência estão se aproximando cada vez mais do agronegócio. 

Perdeu a alta de 90% da Petrobras? Veja a ação cujo “rali eleitoral” apenas começou

“O mercado estava um pouco esquecido da Cosan, e neste cenário de rali eleitoral, a companhia pode começar a se beneficiar das razões que impulsionaram a Petrobras por exemplo”, complementa o gestor da Ujay Capital, Antonio Bueno. Para ele, este pode ser o início de um rali mais forte de uma companhia que “ficou para trás”, já que desde março a Petrobras viu suas ações preferenciais subirem praticamente 90%, enquanto que no mesmo período os papéis da Cosan subiram 32%.

Seguindo o movimento da Cosan, as ações da São Martinho (SMTO3, R$ 44,56, +6,81%) disparam nessa sessão e acumulam ganhos de 18,37% em agosto e atingem em sua máxima histórica. 

Telefônica (VIVT4, R$ 10,13, +3,12%)
O conselho da espanhola Telefónica, controladora da brasileira, vai estudar nesta quarta-feira uma melhora da sua oferta pela unidade de banda larga brasileira da Vivendi, a GVT, disse uma fonte familiarizada com a situação nesta quarta-feira. “Vai ser mais alta do que (a original), de 6,7 bilhões de euros, mas não vai chegar a 8 bilhões de euros”, disse a fonte à Reuters, referindo-se a reportagens de jornais que apontam para esse preço. 

A Telefónica está competindo com outra oferta esperada da Telecom Italia de cerca de 7 bilhões de euros, de acordo com fontes.

Segundo apurou o Valor, as propostas à Vivendi pela GVT, da Telefónica e Telecom Italia, são esperadas para hoje, após o fechamento do mercado americano, às 17h (horário de Brasília). Os executivos do grupo francês e também da GVT estão em Paris desde domingo. De acordo com a publicação, o mais alto colegiado da Vivendi se reúne na quinta-feira, a partir das 11h (horário de Paris).

De acordo com a Guide Investimentos, a vitória da Telecom Italia significaria mais uma vez adiar a sua consolidação no setor, além do risco de perder esse ativo ou gastar mais no futuro, enquanto, para a Telefónica, seria a chance de expandir pacotes completos de telefonia para além do estado de São Paulo. “No caso da Telecom Italia ser vencida, a expectativa é que os ativos da TIM Brasil acabem sendo realmente vendidos”, comentaram os analistas da corretora.

Oi (OIBR4, R$ 1,42, +5,97%) e TIM (TIMP3, R$ 12,09, +5,68%)
Ontem à noite, a companhia informou que assinou contrato com o BTG Pactual (BBTG11) para intermediar a proposta de compra da participação indireta pela Telecom Italia na TIM. Segundo informações da Bloomberg, a Oi trabalha na aquisição de uma fatia de U$S 8 bilhões na TIM, já que a Telecom Italia detém cerca de 67% da TIM, que tem valor de mercado próximo de US$ 12 bilhões. O que chama atenção é o o baixo valor de mercado da Oi, que é de aproximadamente US$ 5 bilhões, disse a Guide Investimentos. 

Além disso, há no radar a notícia do jornal Valor que apontou que a espanhola Telefónica e Telecom Italia irão apresentar hoje à noite oferta pelos ativos da GVT, que pertence à Vivendi. De acordo com a Guide, a vitória da Telecom Italia significaria mais uma vez adiar a sua consolidação no setor, além do risco de perder esse ativo ou gastar mais no futuro, enquanto, para a Telefónica, seria a chance de expandir pacotes completos de telefonia para além do estado de São Paulo. “No caso da Telecom Italia ser vencida, a expectativa é que os ativos da TIM Brasil acabem sendo realmente vendidos”, comentaram os analistas da corretora.

O conselheiro jurídico da Telecom Italia, Sérgio Erede, disse que a iniciativa da brasileira Oi parece ser apenas uma tática para atrapalhar.

Natura (NATU3, R$ 41,71, -0,81%)
As ações da Natura seguem entre as maiores perdas do índice, após serem rebaixadas de “neutro” para “underperform” (desempenho abaixo da média do mercado) pelo Santander. Segundo relatório do banco, as ações da Natura tem como preço-alvo de R$ 43 para o final de 2014. Esse é o terceiro pregão consecutivo de queda dos papéis, depois do rali do início de agosto até semana passada, quando as ações da companhia subiram quase 20%. (Para saber mais sobre essa arrancada, confira a entrevista exclusiva do diretor de governança corporativa da Natura no InfoMoney TV)

JBS (JBSS3, R$ 10,04, +2,03%) e Marfrig (MRFG3, R$ 7,11, +2,01%)
Esse é o terceiro pregão consecutivo de ganhos dos papéis o JBS e sétimo da Marfrig. O mercado doméstico de carnes já registra os impactos causados pelo embargo russo a produtos agropecuários de países como Estados Unidos e da União Europeia. O suíno teve o maior destaque, com alta de 20% nos preços do atacado, e deve embarcar até 100 mil toneladas para a Rússia só nos próximos quatro meses.

O presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, conta que a notícia sobre o posicionamento do Brasil como um dos principais países que irá suprir a demanda russa foi o suficiente para um aumento progressivo nos preços, apesar das exportações ainda estarem no processo burocrático.