Primeiro debate eleitoral, pesquisa Ibope e PIB agitam a próxima semana na Bolsa

Mercado começa a semana de olho no cenário eleitoral e termina a semana atento aos indicadores, que devem começar a ter maior destaque com "uso político"

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Mais uma semana termina e as eleições seguem no centro das atenções dos investidores. Nos últimos dias, destaque para a pesquisa Datafolha, que já colocou Marina Silva entre as opções de voto, e a confirmação da candidata pelo PSB. E as eleições continuam no radar do mercado, sendo que a semana começa bastante agitada enquanto os investidores ficam de olho no primeiro debate dos presidenciáveis e na pesquisa Ibope.

“A semana deve ser dividida em duas. Enquanto os primeiros dias serão focados no cenário eleitoral, o fim da semana deve se destacar pelos indicadores domésticos, que começam a chamar mais atenção pelo uso político que eles devem ter daqui pra frente”, destaca o economista da Austin Rating, Alex Agostini.

Após uma segunda-feira (25) de agenda mais tranquila, o dia seguinte promete ser movimentado com as expectativas pela primeira pesquisa eleitoral após a confirmação de Marina Silva como candidata à presidência, que deve ser divulgada no Jornal Nacional, enquanto na TV Bandeirantes ocorre o primeiro debate eleitoral.

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Mesmo com o foco nas eleições, Agostini destaca que os investidores devem se manter atentos à outros eventos, principalmente durante o final de semana. “A partir de agora acredito que os finais de semana ganham mais importância. Novidades sobre as investigações envolvendo a Petrobras ou os conflitos na Ucrânia e em Gaza podem se tornar o principal driver no início da semana”, afirma.

Política afeta os indicadores
Apesar da agenda poder ser considerada “mais fraca” nesta semana, alguns dados que até então não chamavam tanta atenção do mercado podem começar a ser destaque entre os investidores. “Alguns indicadores como as contas públicas podem começar a chamar atenção no sentido político, principalmente se ela vier muito positiva ou muito negativa”, destaca Agostini.

Neste sentido, a semana conta com importantes indicadores, como os dados da dívida pública, na segunda-feira, o resultado primário do Governo e o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, que serão apresentados na quinta e na sexta-feira, respectivamente. Vale ainda destacar que os números da Balança Comercial e as projeções do Focus também podem chamara atenção.

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De olho nos juros nos EUA
No exterior o destaque fica para as expectativas de quando ocorrerá a elevação dos juros nos EUA. Nesta sexta-feira, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen manteve a linha apresentada pela ata do Fomc, divulgada na quarta-feira. Para ela, a economia norte-americana está convergindo para os objetivos estipulados pelo Fed, mas que o mercado de trabalho ainda está longe do ideal, levando a autoridade monetária a precisar agir de forma cautelosa para determinar quando a economia estará forte o suficiente para que a taxa de juros suba.

A taxa de desemprego tem caído mais rapidamente do que o esperado, mas Yellen afirmou que os problemas econômicos dos últimos cinco anos deixaram milhões de trabalhadores afastados do mercado, desencorajados ou presos em empregos de meio período – fatos que não são capturados pela taxa de desemprego. Julgar se a economia está perto do pleno emprego é algo “complicado pelas mudanças contínuas na estrutura do mercado de trabalho e a possibilidade de que a recessão severa tenha provocado mudanças persistentes no funcionamento do mercado de trabalho”, disse Yellen.

Para Agostini, na próxima semana deve começar a surgir mais rumores e movimentos em relação às expectativas sobre a próxima reunião do Fed, onde novidades sobre os juros devem surgir. “A próxima semana deve seguir com os investidores olhando para o cenário de juros por lá”, completa o economista.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.