Petrobras cai mais de 2% e Vale e bancos 1%; ação dispara com indicação de “compra”

Ações da Petrobras, bancos e BM&FBovespa recuam forte hoje em meio à pesquisa que apontou que o "rali eleitoral" do Ibovespa está perto do fim

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – Com o Ibovespa no negativo nesta sexta-feira (22) – quebrando uma sequência de seis altas -, apenas 8 das 71 ações do índice operam com ganhos hoje. No radar do investido, há uma pesquisa feita com 116 gestores e assets pela XP Investimentos e que revelou que o rali eleitoral está perto do fim.

A notícia traz cautela para o mercado e coincide com a queda de “pesos-pesados” do índice, que ganharam bastante força nos últimos meses em meio às notícias eleitorais. Às 12h58 (horário de Brasília), os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 19,67, -2,14%; PETR4, R$ 20,91, -1,83%) registravam queda de mais de 2%. 

Os bancos, que também vinham de um forte rali, assim como as ações da BM&FBovespa também caem hoje. No mesmo horário, Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 37,30, -1,61%), Itaúsa (ITSA4, R$ 10,01, -1,57%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,13, -0,79%), Santander (SANB11, R$ 15,26, -1,10%), Bradesco (BBDC3, R$ 38,07, -1,37%; BBDC4, R$ 37,57, -1,65%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 12,57, -2,10%) operavam no vermelho. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Do lado positivo, lideravam os ganhos do Ibovespa os papéis da BR Properties (BRPR3, R$ 14,58, +1,60%), Cosan (CSAN3, R$ 39,82, +1,37%) e Gol (GOLL4, R$ 13,99, +1,01%). Fora do índice, destaque hoje para as ações da General Shopping (GSHP3, R$ 11,05, +6,25%), que disparavam após corretora recomendar “compra” dos papéis. 

Confira os principais destaques da Bolsa hoje:

Petrobras (PETR3, R$ 19,67, -2,14%; PETR4, R$ 20,91, -1,83%)
Após alcançarem o maior patamar desde março de 2012 na quarta-feira, as ações da Petrobras caem mais de 2% nesta sessão com o possível fim do “rali eleitoral” na Bovespa. O resultado de uma pesquisa feita pela XP mostrou que, caso Aécio Neves vença, o “alvo” do Ibovespa estaria na faixa de 65.900 pontos, o que dá um “upside” (potencial de valorização) de 11,7% em relação ao fechamento de ontem, enquanto no caso de uma reeleição de Dilma Rousseff (pior cenário), ele mergulharia para 44.700, queda de 24,2%. 

Continua depois da publicidade

Vale mencionar que a estatal foi a empresa que mais “sofreu” com o cenário político, subindo mais de 80% no período.

Vale (VALE3, R$ 31,24, -1,01%; VALE5, R$ 27,89, -1,03%)
Os papéis da Vale registram queda hoje, reagindo ao preço do minério de ferro – principal produto da exportadora. O minério de ferro no mercado físico chinês caiu para perto de US$ 90 por toneladas nesta sexta-feira, menor patamar em dois meses, fechando a segunda semana consecutiva de queda, pressionado por ampla oferta e condições de crédito mais restritas. Algumas tradings de minério de ferro têm tido dificuldade de obter cartas de crédito em bancos, com a China controlando a oferta de recursos para setores afetados por excesso de capacidade e para evitar um crescimento na inadimplência.

TIM (TIMP3, R$ 11,23, -2,85%)
As ações da TIM figuram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje. A operadora reafirmou sua participação no leilão do 4G na frequência de 700 megahertz (Mhz). Em comunicado divulgado pela assessoria de imprensa, a companhia disse que irá analisar o edital divulgado na quinta-feira, 21, pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mas vai apresentar proposta para os lotes oferecidos no documento, já que considera a faixa fundamental para a ampliação da rede 4G. 

Segundo afirmou Arthur Barrionueve, professor da FGV e ex-conselheiro do Cade (Conselho de Administração de Defesa Econômica), o edital deve retardar a penetração da tecnologia de 4ª geração no País. Para ele, o documento impõe obrigações que vão tornar a operação do 4G menos rentável. A XP Investimentos disse que segue cética com o setor.

ALL (ALLL3, R$ 8,01, +0,13%)
As ações da ALL voltaram a ser acompanhadas pelo Itaú BBA com recomendação “market perform” (desempenho em linha com a média), com preço alvo da ação de R$ 10 para o final de 2015 – o que garante um potencial de valorização de 25% sobre os preços atuais.

Em relatório, os analistas Giovana Araújo e Antonio Barreto afirmam que embora a empresa passe a ter um risco regulatório menor com a junção com a Cosan, ainda há incertezas da decisão do Cade e nos gargalhos no porto de Santos. “Não vemos ‘triggers’ (gatilho) para a ação nos próximos 12 meses”, completa o Itaú. O banco acredita que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) só irá aprovar a fusão com a Rumo perto do fim do prazo de 330 dias (ou seja, junho de 2015), por causa da complexidade do caso. 

As ações da ALL caíram nos últimos quatro pregões e acumulam perdas de 7% em agosto.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 8,63, -2,15%) 
As ações da Magazine Luiza caem forte nesta sessão, após o Itaú BBA rebaixar para market perform as ações da empresa. “De um modo geral, estamos adotando uma abordagem mais conservadora para o setor e julgamos que o próximo trimestre será mais difícil”, afirmam os analistas Thiago Macruz, Rachel Rodrigues e Felipe Cruz.

Natura (NATU3, R$ 43,00, +0,84%)
As ações da Natura voltam a subir nesta sessão. Os papéis da companhia subiram em 10 pregões nos últimos 11 dias, acumulando ganhos na faixa dos 20%. A alta tem relação com o anúncio da saída de Alessandro Carlucci da presidência da empresa e entrada de Roberto Lima, que deve assumir o cargo em setembro. O mercado pode ter interpretado a troca como positiva, já que Lima deve dar sequência ao trabalho deixado por Carlucci, explicou Moacir Salzstein, diretor de governança corporativa da Natura, que está na empresa há 14 anos, em entrevista exclusiva ao InfoMoney TV nesta sexta-feira. (A entrevista irá ao ar no site InfoMoney na manhã da próxima terça-feira).

General Shopping (GSHP3, R$ 11,05, +6,25%)
As ações da General Shopping voltam a disparar hoje após corretora recomendar compra. Esse é o segundo pregão de alta, período em que acumulam valorização de mais de 10%. Ontem, um relatório da Ágora/Bradesco recomendou a compra do papel, estimando uma alta de mais 133% até o final deste ano.

Em maio, o banco já havia recomendado compra da ação. De lá para cá, a valorização foi de 40%. Analistas justificam o otimismo com os resultados do segundo trimestre deste ano. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da General Shopping no período ficou em R$ 42,7 millhões, 11,1% acima da estimativa da instituição financeira.  

Marfrig (MRFG3, R$ 6,68, +1,37%)
Entre as poucas altas do Ibovespa hoje, as ações da Marfrig voltam a subir neste pregão e já acumulam ganhos de 6,37% na semana. A empresa informou que vai suspender por tempo indeterminado, a partir de 1° de setembro, as operações do frigorífico bovinos e ovinos de Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, informou o Valor.

No radar da empresa, ontem, a companhai informou que abateu mais de 250 mil cabeças de gado em julho, um crescimento de dois dígitos em relação à média mensal do último semestre, disse o presidente-executivo da Marfrig, Sérgio Rial. 

“Batemos recordes no mês de julho. Foi o maior mês, tanto em exportação como abate (de bovinos) da história da empresa”, disse Rial.

Gol (GOLL4, R$ 13,96, +0,79%)
As ações da Gol registram alta nesta sessão, reagindo aos dados operacionais divulgados nesta sexta-feira (22). A companhia aérea informou que a taxa de ocupação doméstica atingiu 80% em julho deste ano, crescimento 8,6 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2013, atingindo o maior patamar da história da companhia para o período. Já a taxa de ocupação doméstica chegou a 77% no acumulado do ano. 

Além disso, a empresa informou que demanda doméstica cresceu 8,1% em julho e 8,9% no acumulado de 2014. Segundo o analista Thiago Souza, da XP Investimentos, os números mostram mais um dado positivo para a instituição, demonstrando continuidade da tendência positiva.