Elétricas voltam a subir, Petrobras “esfria” e MMX cai 20% em 3 dias; veja mais

Fora do índice, ações de farmacêuticas e B2W voltam a chamar atenção dos investidores

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em uma quinta-feira (21) em que o Ibovespa opera próximo da estabilidade, em meio às definições no cenário político com a escolha de Marina Silva pelo PSB como candidata à presidência, o cenário político “sai de cena” e as notícias corporativas voltam a ser o principal guia para os papéis dentro do índice. Entre os destaque, chama atenção a forte alta nas ações da Marfrig, que reage aos dados operacionais divulgados ontem.

Também do lado de cima do Ibovespa, as ações das elétricas dão continuidade ao movimento positivo das últimas sessões. Já na parte de baixo do índice, os papéis da MMX chamam atenção ao ganharem força após chegarem a liderar as perdas do dia, nos últimos 3 dias, a queda chega a 21%. 

Fora do índice, as ações das farmacêuticas, Brasil Pharma e Raia Drogasil, reagem a decisão do STF, que rejeitou, por unanimidade, a ação da Procuradoria Geral da República para barrar as vendas de itens de conveniência em farmácias. Já os papéis da B2W, reagem ao “efeito” do aumento e caem pelo segundo pregão seguido.

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Confira os destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 20,01, -0,55%; PETR4, R$ 21,26, -0,47%)
Após subirem 15% em quatro pregões e alcançarem na última quarta-feira (20) o maior patamar desde março de 2012, as ações da Petrobras, neste momento, mostram menos força para seguir o movimento de alta, com os investidores divididos entre uma nova guinada dos papéis com o cenário político e a realização de ganhos. 

Nesta sessão, as ações da estatal atingiram no intraday máxima de 1,45% e mínima de -0,70%.

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B2W (BTOW3, R$ 34,69, -2,14%)
As ações da B2W dão continuidade ao movimento de queda do último pregão. Como já havia sido apontado, a pressão vendedora sobre os ativos deve pesar nesses dias após as ações do aumento de capital realizado pela empresa no final de janeiro terem sido creditadas aos investidores. Considerando o ganho para quem aproveitou a subscrição é de 45%, a tendência desde ontem é de que os investidores queiram embolsar os lucros com a ação após o aumento de capital, pressionando o papel.

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 4,20, +4,48%) e Raia Drogasil (RADL3, R$ 22,19, +0,86%)
O STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou a ação da Procuradoria Geral da República de impedir a venda de itens de conveniências em farmácias. Segundo analista de mercado, que não quis se identificar, a notícia é bem importante pro setor, pois cria precedentes pra venda de itens de conveniência em farmácias de todo país. Além disso, abre espaço pra que Brasil Pharma e Raia Drogasil, por exemplo, consigam trabalhar melhor o seu mix, com benefícios sobre a produtividade de vendas por m² e margem das farmácias.

Vale mencionar que os papéis BPHA3 tem a 5ª alta nos últimos seis pregões, acumulando ganhos de 28%, embora no ano elas ainda apresentam queda de 38,02%. Enquanto isso, as ações da Raia Drogasil chegam a sua máxima desde junho de 2013, sendo que apenas nos últimos 30 dias a valorização atinge 13,82%, enquanto no ano a alta é de 50%.

Suzano (SUZB5, R$ 8,96, -2,08%)
As ações da Suzano Papel e Celulose aparecem entre as maiores perdas do Ibovespa, após os rumores de que a empresa avalia a compra de florestas, entre elas a da Queiroz Galvão por R$ 1 bilhão, segundo informações da Sonia Racy. Conforme a colunista, isso ajudaria a diminuir o déficit de madeira da nova fábrica do grupo, que pertence à família Feffer. De acordo com a equipe de análise da XP Investimentos, se confirmado, o endividamento da empresa, que já é alto, aumentaria ainda mais, lembrando que a Suzano passa por um processo de desalavancagem.

Imobiliárias
Os papéis do setor imobiliário seguem em direções opostas um dia após subirem forte com as novidades apresentadas pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, que anunciou ontem medidas que, segundo ele, deixarão mais fácil a compra de imóvel financiado. O ministro ainda anunciou o lançamento de um novo título, o “Letras Imobiliárias Garantidas, que serão isentas de IR (Imposto de Renda) e são mais garantidas que outros títulos, explica o ministro.

As ações da Rossi (RSID3, R$ 1,30, +1,56%) aparecem entre as maiores altas do Ibovespa, enquanto Gafisa (GFSA3, R$ 3,30, -0,90%) e PDG (PDGR3, R$ 1,40, -0,71%) têm uma sessão mais volátil, chegando a operar com ganhos de mais de 1% e queda de 2%.

Cielo (CIEL3, R$ 41,29, -1,69%)
Uma das queridinhas da Bovespa, as ações da Cielo voltam a cair forte nesta sessão, após o Bank of America Merrill Lynch ter reiniciado a cobertura dos papéis com recomendação “underperform” (similar a venda), com preço-alvo para os próximos 12 meses em R$ 40,00 – abaixo da cotação atual do ativo, o que limita o potencial de valorização da empresa na Bolsa. Vale mencionar que a Cielo tem subido entre 40% e 60% ao ano desde 2011, o que totaliza uma valorização na faixa de 350% desde 2011.

Os analistas do banco citaram que se trata de um nome de alta qualidade, com características defensivas, mas que o impulso nos resultados deve sofrer em razão de um agressivo ciclo de investimentos. “Nós esperamos que as despesas totais alcancem o seu maior nível no segundo semestre de 2014, refletindo projetos relacionados à ‘tropicalização’ da plataforma MeS – ou seja, adaptando-a às peculiaridades do mercado brasileiro, juntamente com projetos para melhorar o serviço de apoio ao cliente”.

Marfrig (MRFG3, R$ 6,63, +4,41%)
As ações da Marfrig seguem a sessão entre as maiores altas do Ibovespa, após a companhia divulgar dados operacionais de julho. A segunda maior processadora de carne bovina do país abateu mais de 250 mil cabeças de gado em julho, um crescimento de dois dígitos em relação à média mensal do último semestre, disse o presidente-executivo da Marfrig, Sérgio Rial. 

“Batemos recordes no mês de julho. Foi o maior mês, tanto em exportação como abate (de bovinos) da história da empresa”, disse Rial.

Elétricas 
Dando continuidade ao movimento de alta no último, as ações das empresas do setor elétrico seguiram com forte alta nesta sessão. Na quarta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o aumento médio de 37,78% nas contas de luz de clientes da Elektro. Apesar do reajuste anunciado ser exclusivamente para os clientes desta distribuidora, a Aneel já autorizou outros altos reajustes para outras empresas do setor, devido ao aumento no preço de energia do país. Além disso, segundo o analista Elad Revi, da Spinelli Corretora, estes reajustes ajudam as companhias elétricas a cobrir os rombos que elas possuem nos caixas.

Nesta sessão, destaque para as ações da CPFL Energia (CPFE3, R$ 22,20, +1,09%), Copel (CPLE6, R$ 38,71, +1,73%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,78, +2,47%) que seguem no positivo.

Vale (VALE3, R$ 31,56, -0,66%; VALE5, R$ 28,10, -0,67%)
As ações da Vale reagem aos dados da China – maior destino de exportações da mineradora -, divulgados nesta quinta-feira. O crescimento do setor industrial da China desacelerou para o ritmo mais fraco em três meses em agosto, com perda de força da produção e de novas encomendas, mostrou nesta quinta-feira o Índice de Gerentes de Compras (PMI) preliminar do HSBC. Porém, as ações logo diminuíram as perdas e operam entre alta e baixa. 

O PMI preliminar do HSBC/Markit caiu para 50,3 em agosto ante máxima de 18 meses em julho de 51,7 em julho, ficando abaixo da previsão do mercado de 51,5.

Além disso, a companhia obteve a licença ambiental prévia para o EIA Global, expedida pelo Ibama, para a expansão de Carajás, o que ajudará a companhia a elevar a produção de minério de ferro. “Apesar de esperada, a notícia é positiva para a companhia”, ressalta a XP Investimentos.

MMX (MMXM3, R$ 0,96, -1,03%)
As ações da MMX chegaram a recuar 6,19%, mas ganharam um pouco de força e neste momento operam em sua máxima do dia. Somente nesta semana, os papéis da companhia acumulam perdas de 20,34%. Ontem, a companhia informou que sua controladora, MMX Sudeste, unidade de produção de minério de ferro localizada na região da Serra Azul, concederá férias coletivas a seus colaboradores pelo período de 30 dias, em decorrência da prolongada e acentuada retração dos preços do minério de ferro no mercado internacional, bem como em função de restrições operacionais do órgão ambiental do Estado de Minas Gerais, impostas até que se definam as áreas de proteção de determinadas cavidades existentes em alguns setores de lavra. 

Vale ressaltar que a MMX esclarece que não há qualquer deliberação em curso acerca dessa matéria junto à companhia. 

Vale mencionar que na terça-feira os rumores apontavam que a companhia poderia entrar com pedido de recuperação judicial, segundo informou a coluna Radar, da Veja. Mais tarde, uma fonte falou à Bloomberg que a companhia buscava a venda de ativos para evitar esse desfecho, além de falar que a recuperação não estava nos planos imediatos da empresa, embora fosse uma opção. 

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.