Imobiliárias “comemoram” medidas de Mantega; Petrobras sobe 15% em 4 pregões

Em dia positivo na Bolsa, ações da Petrobras alcançam maior fechamento desde março de 2012; MMX volta a afundar na Bovespa, B2W cai com temor de "overhang" e Brasil Pharma dispara novamente

Marina Neves

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SÃO PAULO – No 5º pregão seguido de alta do Ibovespa, as ações da Petrobras foram mais uma vez um dos principais destaques positivos, tendo alcançado seu maior fechamento desde março de 2012. Ainda entre os ganhos, as ações das imobiliárias ganharam forças após medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda Guido Mantega, enquanto as elétricas estenderam os ganhos das últimas semanas.

Do lado negativo do índice, mais uma vez aparecem as ações da MMX Mineração, que ontem despencaram 10% em meio aos rumores de que entrará em recuperação judicial. Junto com a mineradora de Eike Batista, aparecem as empresas setor financeiro não bancário, que inclui algumas “queridinhas” da Bolsa, como BB Seguridade, Cielo e BM&FBovespa.

Fora do “radar”, as ações de Brasil Pharma estendem os ganhos de ontem e já acumulam alta de quase 15% desde ontem. Já a B2W caiu reagindo ao temor de “excesso de liquidez” decorrente da maciça entrada de novas ações no mercado após a conclusão do aumento de capital. As transmissoras de energia Taesa e Alupar também caíram, reagindo a cortes de recomendação.

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Confira os principais destaques da Bolsa nesta quarta-feira: 

Elétricas 
Entre as maiores altas do Ibovespa, as ações das empresas do setor elétrico seguiram com forte alta nesta sessão. Nesta quarta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o aumento médio de 37,78% nas contas de luz de clientes da Elektro. Apesar do reajuste anunciado ser exclusivamente para os clientes desta distribuidora, a Aneel já autorizou outros altos reajustes para outras empresas do setor, devido ao aumento no preço de energia do país. Além disso, segundo o analista Elad Revi, da Spinelli Corretora, estes reajustes ajudam as companhias elétricas a cobrir os rombos que elas possuem nos caixas.

Nesta sessão, destaque para as ações da CPFL Energia (CPFE3, R$ 21,90, +3,99%), que alcançaram o maior patamar desde maio de 2013. Copel (CPLE6, R$ 38,06, +4,79%) e Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,57, +2,32%) também fecharam no positivo.

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Estatais
À espera pelo anúncio da candidatura de Marina Silva na chapa do PSB hoje, as estatais – Petrobras (PETR3, R$ 20,12, +2,18%; PETR4, R$ 21,45, +2,58%), Eletrobras (ELET3, R$ 7,09, +3,05%; ELET6, R$ 11,42, +2,70%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,32, +1,67%) -, reagiram com alta. As estatais, juntamente com o setor financeiro, têm sido as ações que mais reagiram com a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas, diante da expectativa do mercado de que uma mudança de governo possa trazer uma melhor gestão para estes segmentos da economia.

Sobre a Petrobras, vale mencionar que as ações atingiram nesta quarta-feira seu maior patamar intradiário desde desde setembro de 2012, além de também terem alcançado o maior fechamento desde março daquele ano.

Imobiliárias
Os papéis do setor imobiliário também ganharam destaque, após discurso do ministro da Fazenda Guido Mantega apresentar medidas que, segundo ele, deixarão mais fácil a compra de m imóvel financiado. O ministro ainda anunciou o lançamento de um novo título, o “Letras Imobiliárias Garantidas, que serão isentas de IR (Imposto de Renda) e são mais garantidas que outros títulos, explica o ministro.

Após a fala de Mantega em Brasília, as imobiliárias chegaram a bater sua máxima do dia, mas amenizaram os ganhos após a ata do Fomc esfriar os ânimos do mercado como um todo. As cotações das principais imobiliárias no fechamento desta sessão ficaram da seguinte maneira: Rossi (RSID3, R$ 1,29, +6,61%), Cyrela (CYRE3, R$ 13,55, +1,12%), Gafisa (GFSA3, R$ 3,33, +1,83%) e PDG (PDGR3, R$ 1,41, +2,17%).

Cielo
Uma das queridinhas da Bovespa, as ações da Cielo 
(CIEL3, R$ 42,20, -3,19%) caíram forte nesta sessão, tendo operado com perdas de 3,53% na mínima do dia, após o Bank of America Merrill Lynch ter reiniciado a cobertura dos papéis com recomendação “underperform” (similiar a venda), com preço-alvo para os próximos 12 meses em R$ 40,00 – abaixo da cotação atual do ativo, o que limita o potencial de valorização da empresa na Bolsa. Vale mencionar que a Cielo tem subido entre 40% e 60% ao ano desde 2011, o que totaliza uma valorização na faixa de 350% desde 2011.

Os analistas do banco citaram que se trata de um nome de alta qualidade, com características defensivas, mas que o impulso nos resultados deve sofrer em razão de um agressivo ciclo de investimentos. “Nós esperamos que as despesas totais alcancem o seu maior nível no segundo semestre de 2014, refletindo projetos relacionados à ‘tropicalização’ da plataforma MeS – ou seja, adaptando-a às peculiaridades do mercado brasileiro, juntamente com projetos para melhorar o serviço de apoio ao cliente”.

BB Seguridade e BM&FBovespa
Outras ações do setor financeiro, não bancário, como as do BB Seguridade (BBSE3, R$ 33,60, -2,47%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 12,92, -2,49%) também caíram forte nesta sessão, realizando lucros após fortes altas nos últimos dias.

Sobre a BB Seguridade, que já subiu quase 100% desde seu IPO em abril de 2013 e atnigiu no intraday de hoje sua máxima histórica, ainda há expectativa de que a ação continue com uma performance positiva, apontam os analistas do BTG PactualEm relatório divulgado semana passada, o banco reiterou a recomendação de compra da ação e projeta um preço-alvo de R$ 38,00, upside de 12,6% em relação ao fechamento anterior.

Sabesp (SBSP3, R$ 20,31, -0,68%)
As ações da Sabesp chegaram a subir neste pregão, mas fecharam a sessão em queda. Nesta quarta-feira, a Brain Capital cortou a recomendação dos papéis de neutra para venda e projeta um preço-alvo de R$ 15 para os próximos 12 meses – o que garante um potencial de desvalorização de 26,5% em relação ao último fechamento. 

Os papéis da companhia de saneamento de São Paulo mostraram recuperação mesmo com as perspectivas negativas acerca do nível de seus reservatórios – e seus impactos na geração de caixa da empresa – e também com o pessimismo dos analistas de mercado com o desempenho dela na Bovespa.

B2W (BTOW3, R$ 33,45, -2,42%)
Os papéis reagiram ao aumento de capital realizado pela empresa no final de janeiro. Antes de realizar o aumento, a base de ações da companhia era de 159 milhões de papéis. Com o aumento, houve a emissão de 95,2 milhões de ações a R$ 25,00, um aumento de 60% da base acionária da empresa.

A homologação do aumento de capital foi feita em 13 de agosto e as ações devem ser creditadas até 4 dias úteis – ou seja, hoje. Considerando o ganho para quem aproveitou a subscrição é de 45% – aumento com papéis a R$ 25 e preço atual de R$ 36 -, a tendência dessa sessão poderia ser de que esses investidores queiram embolsar os lucros com a ação, explicam os gestores Antonio Bueno e Diego Arruda, da Ujay Capital. Ao preço de hoje, caso o acionista do free float resolva restabelecer a exposição financeira ao papel que tinha antes do aumento de capital, poderia vender 60% de sua participação em número de ações, comentam. 

MMX (MMXM3, R$ 0,98, -7,55%)
A companhia informou nesta manhã que sua controladora, MMX Sudeste, unidade de produção de minério de ferro localizada na região da Serra Azul, concederá férias coletivas a seus colaboradores pelo período de 30 dias, em decorrência da prolongada e acentuada retração dos preços do minério de ferro no mercado internacional, bem como em função de restrições operacionais do órgão ambiental do Estado de Minas Gerais, impostas até que se definam as áreas de proteção de determinadas cavidades existentes em alguns setores de lavra. 

Vale ressaltar que a MMX esclarece que não há qualquer deliberação em curso acerca dessa matéria junto à companhia. 

Vale mencionar que ontem rumores apontavam que a companhia poderia entrar com pedido de recuperação judicial, segundo informou a coluna Radar, da Veja. Mais tarde, uma fonte falou à Bloomberg que a companhia buscava a venda de ativos para evitar esse desfecho, além de falar que a recuperação não estava nos planos imediatos da empresa, embora fosse uma opção. 

Hering (HGTX3, R$ 25,95, +3,55%)
As ações da companhia registraram fortes ganhos nesta sessão e acumulam alta de 28% desde a divulgação de seu resultado, no dia 24 de julho.

A Cia Hering teve um recuo anual de 16,5% no lucro líquido no segundo trimestre, diante de um ambiente macroeconômico incerto e um calendário prejudicado pela Copa e afirmou que ainda espera desafios no restante do ano.O lucro líquido da companhia entre abril e junho caiu para R$ 74,2 milhões ante R$ 88,8 milhões no mesmo período de 2013. Embora os papéis tenham subido juntamente com a divulgação do resultado do segundo trimestre, o mercado avaliou os números da companhia como fracos, mas em linha com o esperado. A surpresa veio com o anúncio, no mesmo dia, de um programa de recompra de 5 milhões de ações em um prazo de 365 dias. 

Natura (NATU3, R$ 41,28, +2,97%)
As ações da Natura voltaram a subir e chegaram a liderar os ganhos do Ibovespa nesta quarta. Ontem, a empresa informou que o presidente do seu conselho de administração, Alessandro Carlucci, será sucedido por Roberto Lima, que já esteve no conselho de administração da empresa.

Com a alta de hoje, as ações da Natura acumulam alta de 17,29% no mês, sendo uma das melhores do Ibovespa em agosto.

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 4,02, +3,34%)
As ações da Brasil Pharma voltaram a ter forte alta neste pregão – chegando a subir 11,05% na máxima do dia –  e subiram pela 4º sessão nos últimos 5 dias. Vale mencionar que entre maio e junho, a empresa demitiu 1,6 mil funcionários, tendo a maior redução no quadro pessoal já feito na história da companhia. Para o analista Elad Revi, da Spinelli, estes cortes e despesas podem significar uma maximização das margens operacionais da Brasil Pharma.

JBS (JBSS3, R$ 9,70, +1,68%) e Minerva (BEEF3, R$ 12,25, -0,33%)
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta quarta-feira, com condições, a operação entre a Minerva Foods e a BRF, por meio da qual a Minerva assume duas unidades de abate de bovinos da BRF em Mato Grosso em troca da transferência de 15,2% de suas ações para a BRF.

Representantes do Cade não detalharam imediatamente as condições acertadas com as duas empresas.

Vale (VALE3, R$ 31,77, +1,66%; VALE5, R$ 28,29, +1,91%)
As ações da Vale foram contagiadas pelo otimismo do mercado ontem e fecharam com leve alta, estendendo os ganhos. Os contratos futuros do minério de ferro e os preços da commodity no mercado à vista na China caíram para uma mínima de dois meses, conforme dados divulgados ontem (20).

Taesa e Alupar
As ações de duas empresas do setor de transmissão de energia, Taesa (TAEE11, R$ 22,30, -2,19%) e Alupar (ALUP11, R$ 18,30, +2,52%), fecharam em sinais opostos, após ambas abrirem com forte queda. Nesta sessão, o Credit Suisse rebaixou a recomendação das duas ações: para a Taesa, o corte foi de neutra para “underperform” (similar a venda); para a Alupar, o rebaixamento foi de “outperform” (similar a compra) para neutra.