BB tem lucro de R$ 2,8 bi e Gol tem prejuízo; veja mais 12 resultados

Resultados devem repercutir no pregão de hoje; após o fechamento mais 20 empresas devem soltar os dados operacionais

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em meio as incertezas políticas após a trágica morte de Eduardo Campos, a temporada de resultados volta a chamar a atenção do mercado e deve ser o principal “driver” do dia, enquanto as dúvidas sobre o futuro das eleições continuam.

Entre o fechamento do mercado na última quarta-feira e hoje, mais de 20 empresas divulgaram o balanço operacional do segundo trimestre. Dentre elas, destaque para os dados operacionais do Banco do Brasil (BBAS3), Gol (GOLL4), Cyrela (CYRE3), Lojas Americanas (LAME4) e Cosan (CSAN3) – ambas listadas no Ibovespa. 

Veja os principais resultados desta quinta-feira (14):

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BB
O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre com resultado acima do esperado pelo mercado, apesar de aumento da taxa da inadimplência e de provisões para perdas com calotes. O maior banco do país em ativos também alterou algumas projeções para 2014. 

O banco teve lucro líquido contábil de 2,829 bilhões de reais, um recuo sobre os R$ 7,472 bilhões registrados no segundo trimestre do ano passado, quando o resultado foi catapultado pela bilionária oferta pública inicial de ações (IPO) da BB Seguridade. Porém, em termos recorrentes, o lucro líquido do BB teve alta anual de 14%, a R$ 3,002 bilhões, ficando acima da previsão média de analistas consultados pela Reuters, de R$ 2,579 bilhões.

Para a equipe de análise da XP Investimentos, mesmo com o desempenho econômico brasileiro fraco, a instituição conseguiu entregar uma evolução razoável em seu resultado final. “O mercado pode reagir bem aos dados divulgados, excluindo fatores políticos”, ressalta a corretora.

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Gol
A Gol Linhas Aéreas (GOLL4) reduziu prejuízo no segundo trimestre, apoiada na forte expansão da receita por passageiro no período, mas o resultado ficou aquém das previsões de analistas.

A Gol teve prejuízo líquido de R$ 145 milhões no período de abril a junho, perda inferior à de R$ 433 milhões sofrida no mesmo período de 2013. O prejuízo, porém, foi maior que a previsão média de analistas de perda R$ 93,7 milhões.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e leasing de aeronaves (Ebitdar, na sigla em inglês) ficou positiva em R$ 375,2 milhões, avanço de 59,6% na mesma base de comparação.

Favoreceu o resultado da Gol um crescimento de 24% na receita líquida, que atingiu nível recorde para o segundo trimestre, a R$ 2,38 bilhões.

A dívida líquida da companhia recuou 8,5% na comparação anual para R$ 2,59 bilhões no segundo trimestre.

Cyrela
A Cyrela Brazil Realty (CYRE3) teve lucro líquido de R$ 169 milhões no segundo trimestre, queda de 7,6% na comparação anual e em linha com as estimativas de analistas. 

“Julgamos o resultado como levemente negativo, devido a margem operacional e Ebitda abaixo das expectativas”, conclui a equipe de análise da XP Investimentos

Em julho, a incorporadora informou que as vendas contratadas diminuíram 42,3% ano a ano e encerraram o trimestre em R$ 1,26 bilhão de reais. Os lançamentos recuaram 49,5% no segundo trimestre ante mesma etapa de 2013, a R$ 890,2 milhões.

“Mesmo com um cenário macroeconômico mais desafiador quando comparado ao ano passado, o primeiro semestre foi positivo para”, disse a incorporadora.

A receita líquida do trimestre caiu 1% ano a ano, a R$ 1,4 bilhão.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 1,2% na mesma base de comparação, a R$ 271 milhões. No trimestre, a geração operacional de caixa foi de R$ 159 milhões, ante R$ 154 milhões um ano antes.

Lojas Americanas
A varejista Lojas Americanas (LAME4) teve lucro líquido de R$ 40,5 milhões no segundo trimestre, alta de 15,1% na comparação anual, informou a empresa nesta quarta-feira. No semestre, o lucro líquido caiu 28,4 por cento, a 66,4 milhões de reais, sob impacto da piora do resultado financeiro no período.

A receita líquida trimestral da Lojas Americanas foi de 3,6 bilhões, alta anual de 37,6 por cento. Parte do resultado foi impulsionado pela ocorrência da Páscoa em abril este ano, e em março em 2013.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 33,2% na mesma base de comparação, encerrando o trimestre em R$ 412 milhões. “Em suma, a companhia reportou um bom resultado operacional, com melhora da margem Ebitda”, disse a equipe de análise da XP Investimentos.

Até o momento, foram inauguradas 32 lojas, e a empresa já tem mais de 70 contratadas ou em estágio avançado de negociação, afirmou. 

Cosan
A empresa de infraestrutura e energia Cosan (CSAN3) teve lucro líquido de R$ 104,1 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 201,5 milhões na mesma etapa de 2013.

A receita líquida consolidada somou R$ 9,6 bilhões no segundo trimestre, avanço de 9,5% sobre abril a junho do ano passado. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 881,4 milhões, alta de 6,5% na comparação anual.

A Raízen Combustíveis, unidade de distribuição e venda de combustíveis por meio de postos da marca Shell, teve receita líquida de R$ 13,7 bilhões, alta de 16,2%. “Este incremento é explicado principalmente pelo aumento de 8,7 por cento no volume total de combustíveis vendidos, com destaque para o etanol e gasolina, que cresceram respectivamente 10,5% e 11,5% na comparação entre os trimestres”, disse a companhia em seu relatório de resultados.

Já a Raízen Energia, que produz e vende derivados de cana-de-açúcar, teve receita de R$ 1,686 bilhão, alta de 14,1%. A Comgás, unidade de distribuição e venda de gás natural no Estado de São Paulo, teve receita bruta de R$ 1,98 bilhão no período, avanço anual de 1,2%.

Prumo Logística
A Prumo Logística (PRML3), ex-LLX, teve lucro líquido de R$ 2,1 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo de R$ 73,6 milhões em igual período de 2013 com a ajuda da receita advinda de novos contratos no Porto do Açu.

A receita da empresa no segundo trimestre somou R$ 19,5 milhões, alta de 36,3% na comparação anual, impulsionada pelos novos contratos de aluguel de áreas no Porto do Açu com Edison Chouest e NFX. O porto está em construção em São João da Barra, no norte fluminense.

O resultado financeiro líquido positivo de R$ 27,1 milhões da Prumo também contribuiu para o resultado. No segundo trimestre do ano anterior, essa linha apresentara resultado negativo de R$ 10,2 milhões. A Prumo terminou o trimestre com endividamento de R$ 2,52 bilhões incluindo os juros e atualização monetária. 

B2W
A companhia de varejo online B2W (BTOW3), controlada pelas Lojas Americanas, ampliou seu prejuízo no segundo trimestre, prejudicada pelo resultado financeiro e com aumento das despesas operacionais.

A empresa informou nesta quarta-feira prejuízo líquido de R$ 64,6 milhões no período de abril a junho, alta de 31% em relação ao prejuízo de R$ 49,3 milhões do mesmo período do ano passado. A receita líquida atingiu R$ 1,64 bilhão, avanço de 36,2%. Já as despesas operacionais somaram R$ 332,2 milhões, alta de 30,4%.

O resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 170,6 milhões, crescimento de 48% frente aos R$ 115,3 milhões negativos do mesmo período do ano passado. As despesas financeiras subiram 51,7%, para R$ 243,3 milhões.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 116,1 milhões, avanço de 32,8% na comparação anual.

Brazil Pharma
A holding de farmácias Brasil Pharma (BPHA3) teve prejuízo líquido de R$ 143,1 milhões no segundo trimestre, ante lucro líquido ajustado de R$ 7,8 milhões um ano antes. “Apesar da reorganização da companhia e da clara melhora operacional nas redes, o resultado do segundo trimestre de 2014 continuou bastante pressionado”, disse a Brasil Pharma, mencionando ações como a reestruturação das equipes de trabalho e criação de novas diretorias.

A margem bruta no período caiu de 31,5% em 2013 para 19,6% em 2014, o que se deu pelo vencimento de produtos em virtude das compras elevadas do passado e por ações promocionais realizadas no período.

“Além disso, as ações tomadas para reduzir o quadro de despesas durante o trimestre terão seu efeito completo somente nos trimestres subsequentes. Entre elas, foi realizada uma redução de aproximadamente 1.600 colaboradores entre os meses de maio e junho”, disse a BR Pharma.

A receita bruta subiu para R$ 953,2 milhões no segundo trimestre, ante R$ 845,4 milhões um ano antes. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi negativo em R$ 82,8 milhões entre abril e junho, comparado ao resultado positivo de R$ 48,4 milhões no ano anterior.

Light
A Light (LIGT3) anunciou nesta quarta-feira que teve lucro líquido de R$ 15,3 milhões no segundo trimestre, queda de 73,8% ante mesmo período de 2013, impactada por aumento com custos com compra de energia da distribuidora. No segmento de geração, a empresa foi penalizada porque teve de recorrer ao mercado de energia para garantir o cumprimento de contratos com clientes, já que as hidrelétricas têm gerado menos energia para poupar o nível dos reservatórios devido à estiagem.

A empresa não manteve os bons números reportados no primeiro trimestre e apresentou um desempenho fraco e abaixo das expectativas do mercado, diz a equipe de análise da XP Investimentos. O resultado operacional pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa que atua em geração, distribuição e comercialização de eletricidade foi de 239 milhões de reais, queda anual de 13,9 por cento.

Analistas consultados pela Reuters esperavam lucro líquido de R$ 57,7 milhões e Ebitda de R$ 246,5 milhões.

No trimestre, os custos e despesas não gerenciáveis da empresa foram de R$ 1,08 bilhão, alta de 15,8% ante mesmo período de 2013, explicada principalmente pelo aumento com custo de compra de energia. Nesse resultado, a Light contemplou o repasse de recursos por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) à distribuidora, referente a abril e maio, de R$ 224,3 milhões.

A receita líquida do trimestre somou R$ 1,6 bilhão, 1,4% acima da receita apurada há um ano.

Kroton
A Kroton Educacional (KROT3) teve lucro líquido ajustado de R$ 286 milhões no segundo trimestre, mais que o dobro do resultado positivo obtido um ano antes, informou a companhia nesta quinta-feira.

“A Kroton manteve o forte crescimento que vimos no 1T14 e ainda conseguiu acelerar o ganho de margem”, destaca a equipe de análise da XP Investimentos.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado totalizou R$ 326 milhões, também mais que duas vezes a geração de caixa ajustada de R$ 149 milhões registrada no segundo trimestre de 2013.

A Anhanguera Educacional, com quem a Kroton está em processo de fusão, teve lucro líquido ajustado de R$ 49,8 milhões, expansão anual de 15,4%. O Ebitda ajustado da companhia ficou em R$ 91,8 milhões, avanço de 6,4%.

Copel
A Copel (CPLE6), companhia paranaense de energia elétrica, teve um lucro líquido de R$ 248,3 milhões no segundo trimestre, queda de 1,3% ante o mesmo período de 2013. Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado reportado pela companhia foi abaixo das expectativas do mercado. “O aumento de despesas com a compra de energia, em função da exposição involuntária, contribuiu significativamente para elevação em 55,7% dos custos e despesas operacionais”, diz a corretora

A empresa teve aumento nas receitas diante do crescimento do mercado atendido pela distribuidora e pela venda de energia da térmica UTE Araucária no mercado de curto prazo. No entanto, a empresa também teve um aumento de 76,8% nos custos com compra de energia para a revenda.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) subiu 6,4%, na mesma comparação, a R$ 466,8 milhões. O lucro ficou pouco abaixo da expectativa média de analistas consultados pela Reuters, de R$ 271 milhões. Já o Ebitda estimado para empresa era de R$ 482,6 milhões.

A empresa teve um aumento de 240% na conta “suprimento de energia elétrica”, decorrente principalmente da maior receita de venda de energia da térmica Araucária no mercado de curto prazo. Além disso, a Copel Geração e Transmisão comercializou mais energia no curto prazo, quando o preço de energia estava elevado.

Custos e despesas operacionais somaram R$ 2,83 bilhões, 55,7% acima do registrado no mesmo perído do ano passado, principalmente pelo aumento na compra de energia para revenda.

Cemig
A Cemig (CMIG4), companhia mineira de energia, teve um lucro líquido de R$ 740,9 milhões no segundo trimestre, alta de 20% ante o mesmo período do ano passado, ajudada pelos ganhos com venda de energia no curto prazo.

Segundo a equipe de análise da XP Investimentos, o resultado reportado foi acima das expectativas do mercado. “No entanto, vale ficar atento a queda de margem operacional reportado pela companhia e ao aumento do endividamento” ressalta a corretora.

A receita da companhia com transações nesse mercado subiu mais de três vezes, para R$ 940,37 milhões no segundo trimestre, na comparação anual, já que a empresa tinha maior disponibilidade de energia para liquidar e o preço de venda dessa energia (PLD) ficou bem mais alto que no ano passado.

O Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) ficou, em média, em R$ 682,20 por megawatt-hora (MWh) no segundo trimestre deste ano, ante R$ 250,58 por MWh no mesmo período de 2013.

O lucro, no entanto, ficou abaixo das estimativas do mercado. Analistas consultados pela Reuters estimavam lucro de R$ 825,2 milhões para a empresa no segundo trimestre.

Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 1,577 bilhão, acima da previsão dos analistas, de que era de R$ 1,44 bilhão. Na comparação com o mesmo período de 2013, o Ebitda da companhia subiu 25,9%.

OSX
A empresa do setor naval OSX (OSXB3), do grupo do empresário Eike Batista, informou nesta quarta-feira prejuízo líquido de R$ 191,4 milhões no segundo trimestre, superior ao prejuízo de R$ 152,7 milhões registrado no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, a empresa em recuperação judicial teve prejuízo de R$ 2,64 bilhões.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, na sigla em inglês) foi negativo em R$ 66,8 milhões no segundo trimestre, ante R$ 100 milhões negativos no mesmo período de 20013.

A empresa, que também realiza afretamentos de plataformas para o setor de petróleo, informou endividamento consolidado em 30 de junho de 2014 de R$ 4,979 bilhões, sendo 85,7% de curto prazo e 14,3% de longo prazo.

“A OSX vem negociando as condições de seus empréstimos e financiamentos, buscando adequá-los ao seu plano de Recuperação Judicial”, disse em nota sobre os resultados.

Taesa
A Taesa (TAEE11), transmissora de energia elétrica controlada pela Cemig (CMIG4), teve lucro líquido de R$ 80,1 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 21,8% ante mesmo período do ano passado.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) subiu 7,7%, na mesma base de comparação, para R$ 209,9 milhões no segundo trimestre.

(Com Reuters)