Com rali do Ibovespa, vendidos “somem” da Bolsa; aluguel atinge menor nível do ano

Posição de contratos em aberto em todo mercado de aluguel está em cerca de R$ 30 bilhões; No último dia de julho, era de R$ 33,7 bilhões

Paula Barra

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Com o rali do Ibovespa, os investidores que operam vendidos buscando ganhar com a queda das ações “sumiram” da Bolsa nos últimos dias. Para apostar na baixa de uma ação, o investidor precisa primeiramente alugar o papel depois para vendê-los. Justamente os contratos em aberto desses “empréstimos” caíram para o menor nível de 2014. 

A posição de contratos em aberto em todo mercado de aluguel está em cerca de R$ 30 bilhões, o menor patamar do ano. “Nos últimos dias, não tivemos nenhuma procura muito relevante, o que temos visto mais é investidores trocando de posições”, disse um operador que pediu para não ser identificado.

Caso esse nível permaneça até o final do mês, será o menor mês de contratos abertos na Bolsa desde outubro de 2012, quando encerrou o mês em R$ 29,9 bilhões, segundo informações disponibilizadas pela BM&FBovespa, que considera apenas os contratos abertos no último dia de cada mês. No último dia de julho, os contratos abertos na Bolsa totalizaram R$ 33,7 bilhões. 

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Com a disparada do Ibovespa desde março – que já subiu cerca de 25% até agora -, o mercado encerrou um ciclo, disse um outro operador que pediu para não ser identificado. “O mercado virou a mão e passou a ser bem mais ‘comprador’. Isto aconteceu até com ações que antes eram difíceis de operar vendido, hoje já não temos tanta dificuldade em encontrar esses papéis para alugar”, disse. 

Como funciona o aluguel de ações?
O aluguel de ativos é muito utilizado pelos investidores que operam vendido, ou seja, que apostam na queda do papel. Eles (os “tomadores”) primeiramente alugam ações para posteriormente vendê-las. Depois que o preço recua, recompram a mesma quantidade de papéis por um preço mais barato para devolvê-los, ganhando com a diferença entre o valor da venda e da compra. 

É importante lembrar que apostar na baixa do mercado costuma ser mais arriscado do que investir acreditando na alta, principalmente quando o investidor não tem muita experiência. Para isso, o investidor deve enxergar fortes indícios de que o papel vai cair, caso contrário, corre o risco de amargar prejuízos com a prática. 

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Para os “doadores” (quem empresta a ação), o maior risco é não poder operar com aquele papel enquanto ele estiver alugado. Com isso, se quiser se desfazer do papel por conta de alguma notícia ou movimento muito atípico, terá de esperar.