Itaú sobe 2% com resultado “estupendo” enquanto Tim despenca 9%; veja destaques

As ações da Hering também foram destaque, subindo mais de 2% em um dia predominantemente negativo, quando somente 14 ações registraram ganhos na sessão

Marina Neves

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SÃO PAULO – A terça-feira (5) foi muito agitada com noticiários corporativos e com o Ibovespa virando após fala do presidente russo Vladimir Putin. Apenas 14 ações subiram nesta sessão, com destaque para os papéis da varejista Hering e para a Petrobras. Chamou atenção também a MRV (MRVE3, R$ 7,61, +2,70%), que assumiu os ganhos do Ibovespa no final do pregão.

Além destas, as ações do Itaú Unibanco também foram destaque nesta terça após a divulgação do “estupendo” resultado do banco, que reportou lucro líquido de R$ 4,9 bilhões no 2º trimestre de 2014 – valor 7,2% maior do que apresentado no mesmo período do ano anterior. Do lado negativo do índice aparecem as ações do setor elétrico, reagindo a notícia de que as distribuidoras terão que bancar com dinheiro do próprio caixa a compra de energia no mercado em junho. 

Ainda na ponta de baixo, figuraram as ações do setor de telecomunicações, repercutindo a oferta da Telefónica pela GVT, que fizeram com que as ações da Tim despencassem 9% nesta sessão. Além das companhias de telecomunicação, as construtoras Rossi (RSID3, R$ 1,30, -6,47%) e Gafisa (GFSA3, R$ 3,19, -3,63%) seguem caindo com uma possível antecipação do mercado com seus resultados, que não devem vir como o esperado.

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Confira os principais destaques desta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 18,37, +0,55%; PETR4, R$ 19,70, +1,29%)
No final de semana, a revista Veja informou que teve acesso a um vídeo que revela que houve uma farsa na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras. Segundo a denúncia, a CPI foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT decidiram não correr riscos e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigados as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores.

Hoje, a Petrobras esclareceu que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos da CPI e CPMI da Petrobras, através do site do Senado, nos dias 14 de maio e 2 de junho, respectivamente, onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões. Nestes, além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações. A estatal ainda completou afirmando que, com base nas informações do site do Senado, realizou simulações e treinos com seus funcionários para que estes estivessem preparados para a realização das perguntas na CPI.

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Fora a denúncia, ainda aparece no radar da empresa uma pesquisa eleitoral de intenção de votos Ibope, que deve ser divulgada na quinta-feira. Vale mencionar que as ações da companhia têm se mostrado bem sensíveis a essas pesquisas. A queda na intenção de votos em Dilma Rousseff tem levado os papéis da companhia a forte valorização. 

Hering (HGTX3, R$ 23,70, +2,60%)
As ações da companhia subiram na sessão desta terça – após já terem registrado ganhos ontem com o rumor de mercado envolvendo uma suposta fusão entre Lojas Renner e Marisa – por terem seus papéis recomendados para compra de curto prazo pelos analistas do Credit Suisse. De acordo com o comunicado, a empresa tem se esforçado dado o nível atual do papel, mas nada mudou em termos de fundamento para a varejista.

As ações do restante das companhias de varejo Lojas Renner (LREN3, R$ 70,15, -2,09%) e Marisa (AMAR3, R$ 16,00, -1,30%) não seguem os ganhos da companhia, já que ontem amenizaram os ganhos e hoje caíram após negarem os rumores da fusão entre ambas.

MMX e Prumo Logística
As ações da Prumo Logística (PRML3, R$ 1,06, +1,92%) subiram neste pregão após a empresa informar que o controlador Eike Batista vai transferir 10,44% das ações emitidas pela empresa para o fundo Mubadala, de Abu Dahbi, diretamente ou por meio de suas filiadas. A fatia representa 185.630.627 ações da companhia. 

Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Prumo informa que a transferência das ações está sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais e está prevista para ocorrer no terceiro trimestre deste ano.

Ontem, a mineradora MMX (MMXM3, R$ 1,40, -2,10%), de Eike, já havia informado ao mercado que o empresário se comprometeu a transferir ao Mubadala 17.065 milhões de ações ordinárias da companhia, o correspondente a 10,52% das ações emitidas pela mineradora. A transferência também deve ocorrer no terceiro trimestre deste ano.

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 43,20, -6,55%), TIM (TIMP3, R$ 11,23, -8,48%) e Oi (OIBR4, R$ 1,34, -7,59%)
As ações das empresas de telecomunicações desabaram hoje em meio ao comunicado divulgado pela empresa francesa Vivendi de que a Telefónica fez uma oferta pela sua subsidiária GVT no Brasil. Segundo a empresa, a proposta feita pela Telefónica envolve um negócio total de R$ 20,1 bilhões (cerca de 6,7 bilhões de euros).

A notícia fere as expectativas da Telecom Italia, dona da TIM Brasil. Rumores de ontem apontavam que a Telefónica entrou na disputa para evitar que a GVT caísse nas mãos da Telecom Italia, que vinha estudando a compra de operadoras brasileiras há meses.

Além disso, o mercado vinha especulando que a TIM poderia ser dividida entre as operadoras brasileiras. As empresas que possuem menor market share levariam uma fatia maior no negócio, ou seja, seguindo essa ordem: Oi, Claro e Telefônica. Com a Telefônica comprando a GVT, pode ser que ela não queria entrar na divisão e a Claro e Oi precisariam pagar um valor maior para isso, comentou um analista que pediu para não ser identificado. Além disso, ele comenta que essa oferta não deixa que a TIM vire um ativo maior. “O pior cenário é a Telefônica (que atualmente possui o maior market share no Brasil) comprar a GVT e entrar no mercado muito mais forte ou a TIM ser vendida para alguém de fora, ou seja, com a entrada de novo player”, comentou. 

A oferta feita pela Telefônica para a aquisição da totalidade do capital social da brasileira GVT prevê o pagamento à vista de R$11,962 bilhões (60%), e o restante na forma de ações de emissão da companhia representativas de 12% do capital social desta após a aquisição da GVT.

Segundo a Guide Investimentos, já era esperado uma reação negativa dos ativos da Telefônica/Vivo em função da possibilidade de diluição de acionistas no aumento de capital. Vale mencionar também as restrições que podem ser anunciadas por parte do órgão regulador. As ações da Telefónica recuam quase 2% em Madri, enquanto que as ações da Vivendi apresentam desempenho positivo de 3%.

Elétricas
As ações do setor elétrico caíram forte na abertura deste pregão, após a notícia de que as distribuidoras terão de contar com dinheiro do próprio caixa para bancar as despesas com a compra de energia no mercado em junho, pelo menos temporariamente, com a demora do governo em fechar um acordo com os bancos e garantir um novo empréstimo para o setor elétrico. Destaque para os papéis de Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,23, -1,45%), Copel (CPLE6, R$ 36,50, -2,30%) CPFL Energia (CPFE6, R$ 19,90, -2,69%) e Cemig (CMIG4, R$ 19,17, -1,13%)

gasto deve atingir R$ 300 milhões e as empresas terão prazo entre quinta-feira, 07, e sexta-feira, 08, para pagar.

Diferentemente do adotado na liquidação de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não vai adiar o prazo do desembolso de junho. Um novo adiamento, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, seria um sinal “muito ruim” para o mercado. Investidores, sobretudo estrangeiros, questionam as empresas sobre os rumos do setor, cada vez mais imprevisível e dependente de aportes emergenciais.

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,95, +1,35%)
As ações do Itaú Unibanco apareceram como a terceira maior alta do Ibovespa, juntamente com os papéis da Itaúsa (ITSA4, R$ 9,62, +1,26%), holding que controla o Itaú, após resultado do segundo trimestre. O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$ 4,97 bilhões no segundo trimestre, ante uma expectativa de R$ 4,62 bilhões, segundo compilação feita pela Bloomberg. No mesmo período de 2013, o banco teve lucro de R$ 3,62 bilhões. No primeiro semestre, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 9,3 bilhões.

Segundo a XP Investimentos, o desempenho pode ser considerado, de fato, como a melhor performance do setor financeiro. A instituição de grande porte, mesmo em um ambiente de negócios desfavorável, conseguiu entregar uma evolução extraordinária em termos de resultado final, reflexo de sua estratégia focada em ganhos de eficiência, expansão dos níveis de spreads praticados, evolução de suas operações de crédito e inadimplência sob controle, comentaram os analistas. 

Os analistas do banco BTG Pactual também ressaltam que o resultado do lucro líquido da companhia foi 4% mais alto do que o esperado por eles. O relatório ainda diz que os resultados do banco Itaú têm sido de sucesso ao contornar um “ambiente de fraco crédito”. Para os analistas, mesmo com cautela com o setor dos bancos, ações como as do Itaú estão performando acima do esperado, mantendo-na como “ação preferida” do BTG.

Saraiva (SLED4, R$ 19,10, +4,31%)
Em evento realizado na manhã desta terça-feira (5) a Saraiva lançou seu próprio e-reader – leitor de livros em plataforma digital -, o Lev. Com o anúncio, as ações da companhia chegaram a disparar 5,52% na máxima do dia. O volume movimentado pelos papéis já supera sua média de R$ 784 mil e chega a R$ 909 mil.

De acordo com o CEO da companhia, Michel Levy, o aparelho será integrado com toda a biblioteca da Saraiva, sendo o maior acervo de livros em língua portuguesa do mercado, com mais de 30 mil títulos. Utilizando o aplicativo Saraiva Reader será possível baixar uma obra tanto no computador, como em smartphones ou tablets e transferir o conteúdo para o Lev.

ALL (ALLL3, R$ 8,75, -1,80%)
As ações da ALL registraram forte queda neste pregão, repercutindo o resultado do segundo trimestre. A empresa teve lucro abaixo das expectativas do mercado para o segundo trimestre, com as operações ferroviárias enfrentando um fraca demanda e diante da queda no volume transportado pela unidade Ritmo Logística. O lucro líquido foi de líquido de R$ 93,8 milhões, inferior à previsão de lucro líquido de R$ 130 milhões, segundo a média de estimativas compiladas pela Reuters.

A receita líquida consolidada da ALL somou R$ 1,077 bilhão, alta anual de 4,1%, impulsionada pelo aumento do yield médio (indicador de preços de frete) das operações ferroviárias e pelo maiores volume da unidade Brado Logística, parcialmente ofuscado pelo pior desempenho da Ritmo Logística.

A ALL disse esperar melhora nas perspectivas para o segundo semestre, uma vez que “as exportações de grãos devem retomar seu fluxo normal e as exportações de açúcar devem crescer no Porto de Paranaguá”.

Vale (VALE3, R$ 31,62, -1,62%; VALE5, R$ 28,30, -1,39%)
As ações da exportadora caíram nesta sessão após os dados decepcionantes vindos da China. O PMI de serviços de julho do gigante asiático atingiu 50 pontos, ante 53,1 em junho, e ficou na linha que determina expansão e contração. Esta foi a leitura mais baixa desde novembro de 2005, quando os dados começaram a ser coletados, sugerindo que uma recuperação da economia segue sendo frágil e maior apoio governamental pode ser necessário. No pregão desta terça, as ações preferenciais e ordinárias chegaram a cair quase 2% na mínima do dia.

BR Malls (BRML3, R$ 19,99, -1,04%)
Em um dia predominante de quedas, as ações da BR Malls caíram com a divulgação de seus resultados, que apresentaram queda de 13,6% no lucro líquido do segundo trimestre, na comparação anual, mas ficou acima do previsto por analistas. A empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 105,9 milhões no segundo trimestre ante R$ 122,6 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para um lucro de R$ 93,5 milhões.

Segundo a XP investimentos, a empresa apresentou um bom resultado operacional, mas em linha com o esperado. Porém, a corretora acredita que a ação segue negociando a múltiplos elevados. 

Porto Seguro (PSSA3, R$ 31,93, +3,00%)
Nesta terça, as ações da companhia subiram em meio à temporada de resultados; a companhia demonstrou lucro praticamente em linha com as previsões de analistas para o segundo trimestre, favorecida por melhor resultado financeiro. De abril a junho, a seguradora teve lucro líquido de R$ 219 milhões, avanço de 13,4% ante o mesmo período de 2013. A previsão média de cinco analistas consultados pela Reuters apontava lucro de R$ 218 milhões.

CVC (CVCB3, R$ 14,50, +1,40%)
As ações da companhia apresentaram leve alta no dia de hoje reagindo à divulgação de seu resultado para o segundo trimestre, apresentando ucro líquido de R$ 8,2 milhões no segundo trimestre de 2014, revertendo o prejuízo de R$ 1,8 milhão registrado em igual período do ano passado. No primeiro semestre, a companhia anotou lucro de R$ 47,5 milhões, alta de 38,9% ante os primeiros seis meses de 2013. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de abril a junho cresceu 62%, para R$ 42,5 milhões, com margem de 32,5%, alta de 10%.