Petrobras, resultados e oferta da Telefónica pela GVT agitam noticiário

Entre os destaques, Itaú Unibanco registrou lucro líquido de R$ 4,899 bilhões no segundo trimestre, avanço de 36,7% na comparação com 2013; BR Malls vê lucro cair 13,6% no período

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com a temporada de balanços e uma série de outras notícias corporativas, esta terça-feira (5) inicia agitada no mercado brasileiro. Entre os destaques, a Petrobras (PETR3; PETR4) não deverá atingir sua meta de elevar a produção de petróleo no Brasil em 2014 em 7,5%, estimativa que inclui uma margem de tolerância de 1 ponto percentual para mais ou para menos, disse à Reuters nesta segunda-feira uma fonte do governo federal a par do assunto.

Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, o atraso da entrada em operação de algumas plataformas impedirá a Petrobras, que é controlada pela União, de atingir a meta de aumento da produção neste ano.

No primeiro semestre, a produção da Petrobras no país cresceu 1,4% ante o mesmo período do ano passado, para 1,947 milhão de barris de petróleo por dia (bpd), levantando dúvidas sobre o cumprimento da meta por parte de especialistas do setor privado. Em todo o ano passado, a média de produção da empresa no Brasil foi de 1,931 milhão bpd. Assim, a Petrobras teria que produzir entre 2,057 milhão e 2,095 milhão de bpd para cumprir a meta deste ano, considerando a faixa de sua estimativa.

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Itaú Unibanco
Entre a temporada de balanços, o Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou nesta terça-feira que teve lucro líquido de R$ 4,899 bilhões no segundo trimestre, avanço de 36,7% ante mesma etapa de 2013. Em bases recorrentes, o lucro do maior banco privado do país atingiu R$ 4,973 bilhões, variação positiva de 37,3% também na comparação anual. A previsão média de sete analistas consultados pela Reuters para esta linha era de R$ 4,634 bilhões. 

No fim de junho, a carteira de crédito do Itaú Unibanco somava R$ 487,623 bilhões, com expansão de 9,6% em 12 meses. Os destaques foram os segmentos de consignado (+62,1%), imobiliário (+26,1%) e cartão de crédito (+28,6%). O índice de inadimplência da carteira do banco, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, chegou a 3,4% no final do semestre, ante 4,2% um ano antes. Foi o oitavo trimestre consecutivo de queda.

BR Malls
O lucro líquido da administradora de shopping centers BR Malls (BRML3) caiu 13,6% no segundo trimestre, na comparação anual, mas ficou acima do previsto por analistas. A empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 105,9 milhões no segundo trimestre ante R$ 122,6 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para um lucro de R$ 93,5 milhões. 

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As vendas nos shoppings companhia somaram R$ 5,36 bilhões no segundo trimestre, alta de 6,8% na comparação anual, conforme a prévia operacional divulgada em julho. As vendas no critério mesmas lojas (abertas há mais de 12 meses) nos shoppings da empresa subiram 7,5%, ante incremento de 6,2% um ano antes.

Restoque
A Restoque teve lucro líquido de R$ 1,780 milhão no segundo trimestre de 2014, revertendo o prejuízo de R$ 3,830 milhões um ano antes. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 45,2 milhões, com aumento de 39,3% ante o registrado em igual período de 2013. Trata-se do meio valor trimestral já alcançado pela companhia.

Por sua vez, o Ebitda ajustado totalizou R$ 47,3 milhões, com melhora de 41,4%, na mesma base comparativa. A receita líquida foi de R$ 176,4 milhões, com avanço de 5% ante o segundo trimestre do ano passado.

CVC
A CVC Brasil (CVCB3) teve lucro líquido de R$ 8,2 milhões no segundo trimestre de 2014, revertendo o prejuízo de R$ 1,8 milhão registrado em igual período do ano passado. No primeiro semestre, a companhia anotou lucro de R$ 47,5 milhões, alta de 38,9% ante os primeiros seis meses de 2013.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de abril a junho cresceu 62%, para R$ 42,5 milhões, com margem de 32,5%, alta de 10 pontos porcentuais. No semestre, o Ebitda somou R$ 140,0 milhões, elevação de 30,3%, com margem de 44,3%, 6 p.p, a; acima da registrada em igual intervalo do ano passado.

A receita líquida de vendas foi de R$ 130,7 milhões no segundo trimestre, alta de 12,1%, e alcançou R$ 316,4 milhões de janeiro a junho, expansão de 12,8%.

Telefónica
A espanhola Telefónica ofereceu R$ 20,1 bilhões pela GVT, unidade brasileira da francesa Vivendi, em uma estratégia para fortalecer sua liderança no mercado de telecomunicações móveis no país. A medida vem após a Vivendi, liderada pelo presidente de seu Conselho de Administração e maior acionista Vincent Bollore, dizer no fim de junho que gostaria de manter seu último ativo restante de telecomunicações, apesar de se reposicionar como uma empresa de mídia. Na véspera, rumores apontaram que a Telefónica entrou na disputa para evitar que a GVT caísse nas mãos da Telecom Italia, dona da TIM Brasil (TIMP3), que vinha estudando a compra de operadoras brasileiras há meses. Hoje, as ações da Telecom Italia caíam 5,20% na Bolsa italiana, a 0,821 euros. 

Em comunicado, a empresa francesa disse que nenhuma de suas unidades está à venda, mas que irá considerar a oferta da Telefónica na próxima reunião de seu Conselho. A Telefônica Brasil (VIVT4) disse que a oferta consiste em R$ 11,96 bilhões em pagamento em dinheiro mais novas ações de emissão da companhia representando 12% da Telefônica Brasil após a aquisição da GVT.

Ambev
A fabricante de bebidas Ambev (ABEV3) vai investir cerca de R$ 180 milhões na construção de um centro de pesquisa em tecnologia no Rio de Janeiro, informou nesta segunda-feira o governo do Estado. A data para o início das obras não foi divulgada até o momento, mas, segundo fontes do governo, a previsão é que possam começar ainda este ano, com conclusão em até dois anos. 

O centro de inovação e tecnologia será erguido na Ilha de Bom Jesus, perto da Ilha do Fundão, na zona norte da capital, onde já estão instalados ou em fase de construção centros de pesquisa de empresas como Petrobras, General Electric, Siemens e outras.

Oi
Segundo o jornal português Jornal de Negócios, o presidente da Portugal Telecom, Zeinal Bava, deve deixar o comando da companhia para se dedicar à Oi (OIBR4), onde ele pretende realizar uma recuperação financeira e operacional. Segundo a publicação, o executivo apresentou ao conselho de administração da Oi uma proposta para acelerar a integração entre as duas empresas.

Com isso, a presidência da Portugal Telecom ficará com Armando Almeida, ex-vice-presidente executivo para Europa e África da Nokia Siemens Networks, segundo o jornal. A publicação ainda acrescentou que a reestruturação da Portugal Telecom também vai implicar a entrega da área financeira a uma equipe brasileira.

Bava disse que nesta reorganização o vice-presidente financeiro da Oi e também da Portugal Telecom, Bayard Gontijo, sairia da operação de Portugal para se focar com ele “no ‘turnaround’ da Oi e no processo de fusão e ida para o Novo Mercado da Oi, reportando-lhe todas as áreas financeiras das empresas do grupo, incluindo a Portugal Telecom”, disse a Reuters.

“Esta reorganização visa colocar o foco da equipe no ‘turnaround’ da Oi, na cristalização das sinergias operacionais e financeiras em resultado da integração entre a Oi e Portugal Telecom, no reforço da flexibilidade financeira da companhia e na concretização da fusão e adesão ao Novo Mercado”, afirmou Zeinal Bava.

Bradesco
O Bradesco (BBDC4) anunciou ontem que estima perdas de R$ 356 milhões no lucro do terceiro trimestre com investimento no Banco Espírito Santo. Com participação de 3,9% no banco português desde o ano 2000, o Bradesco disse ontem que vai assumir o prejuízo no balanço. O presidente do banco, Luiz Carlos Trabucco Cappi, afirmou que o provisionamento cobre 100% da exposição do Bradesco no BES e que o número não é relevante para o resultado da instituição financeira, que no último trimestre lucrou R$ 3,8 bilhões. Hoje, o Banco Safra elevou a recomendação do Bradesco para outperform (desempenho acima da média). 

Cemig
O conselho de administração da Cemig (CMIG4) aprovou ontem a criação da subsidiária integral Cemig Participações Minoritárias, informou a companhia em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

MMX
A mineradora MMX (MMXM3), de Eike Batista, informou ao mercado que o empresário se comprometeu a transferir ao Mubadala Development Company 17.065 milhões de ações ordinárias da companhia, o correspondente a 10,52% das ações emitidas pela mineradora. 

Ainda de acordo com o comunicado, divulgado após o fechamento do mercado, a transferência destas ações deverá ser realizada no terceiro trimestre de 2014 e se refere à reestruturação do investimento da Mubadala no grupo EBX. Segundo a MMX, “a transferência destas ações está sujeita a condições precedentes usuais e está prevista para ocorrer no terceiro trimestre de 2014”. As ações da companhia fecharam a sessão desta segunda com valorização de 1,42%, cotadas a R$ 1,43.

Lojas Renner e Marisa
A Lojas Renner (LREN3) e Marisa (AMAR3) informaram ontem à noite que notícia sobre fusão entre as companhias não procede. A Marisa disse que desconhece fato que justifique notícia sobre possível fusão. 

Distribuidoras
Com a demora do governo em fechar um acordo com os bancos e garantir um novo empréstimo para o setor elétrico, as distribuidoras terão de contar com dinheiro do próprio caixa para bancar as despesas com a compra de energia no mercado em junho, pelo menos temporariamente. O gasto deve atingir R$ 300 milhões e as empresas terão prazo entre quinta-feira, 07, e sexta-feira, 08, para pagar.

Diferentemente do adotado na liquidação de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não vai adiar o prazo do desembolso de junho. Um novo adiamento, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, seria um sinal “muito ruim” para o mercado. Investidores, sobretudo estrangeiros, questionam as empresas sobre os rumos do setor, cada vez mais imprevisível e dependente de aportes emergenciais.

(Com Agência Estado e Reuters)