CSN é a campeã da Bolsa em julho e MMX despenca em clima de “despedida” do índice; veja destaques

A siderúrgica CSN liderou os ganhos do índice com alta de 22%, enquanto MMX seguiu na ponta de baixo acompanhada pela queda de 25% da Oi, com novela "interminável" da Portugal Telecom

Marina Neves

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (31) fecha mais um mês na Bolsa, este que foi marcado por noticiário agitado, com a temporada de resultados tendo se iniciado há 10 dias e com bons indicativos vindo da China, sendo refletidos nas ações das siderúrgicas, em especial nos papéis da CSN (CSNA3, R$ 11,45, +21,81%), que fecharam o mês como a maior alta do Ibovespa, tendo contribuído também para a alta uma recompra de ações realizada pela companhia dentro de um programa anunciado no mês passado.

Além dela, as ações da Cemig (CMIG4, R$ 18,47, +14,44%) também ficaram no topo dos ganhos do Ibovespa, seguindo a alta das elétricas registradas em julho, como as ações da Copel (CPLE6, R$35,20, +3,90%) e Cesp (CESP6, R$ 28,93, +4,06%). Em meados deste mês a companhia comprou uma fatia de 40% da Gasmig da petroleira Petrobras. 

Do lado negativo do índice, estão as ações da mineradora MMX (MMXM3), de Eike Batista, que vem figurando constantemente entre as perdas da Bolsa, e ainda as ações da Oi que despencaram neste mês após os diversos capítulos da novela com sua maior acionária, a Portugal Telecom.

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Veja mais destaques do mês:

Bradespar (BRAP4, R$ 23,00, +13,58%)
As ações da Bradespar, holding que detém participação na Vale (VALE3, R$ 32,55, +11,32%; VALE5, R$ 29,13, +10,55%), figuraram entre as maiores altas do Ibovespa no mês, seguindo euforia da mineradora que se beneficiou com a melhoria nos resultados do PMI industrial chinês. A Vale também registra ganhos no mês mesmo com seus resultados tendo ficado em linha com o esperado e não surpreendendo positivamente o mercado.

Gol (GOLL4, R$ 13,73, +14,23%)
Seguindo o traçado registrado no mês passado, quando foi destaque de maior alta mensal do Ibovespa, as ações da Gol registraram altos ganhos no mês, sendo impulsionados principalmente pelos resultados operacionais divulgados pela empresa, que demonstraram que a receita por passageiro no segundo trimestre subiu 27% na comparação anual, ajudada por expansão de 15% no yield, indicador que mede o preço de passagens.

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Banco do Brasil (BBAS3, R$ 27,72, +11,55%)
Julho foi marcado por muita euforia com o estatal Banco do Brasil, que foi beneficiado principalmente com a decisão da Procuradoria Geral da República (PGR), que revisou o impacto dos planos econômicos no setor dos bancos de R$ 441,7 bilhões para R$ 21,87 bilhões. A revisão teve impacto nas ações de todos os bancos, incluindo Itaú Unibanco (ITUB3, R$ 35,10, +9,84%) e Bradesco (BBDC3, R$ 35,38, +9,80%; BBDC4, R$ 34,61, +8,06%), porém, as maiores altas ficaram com os papéis BBAS3. Além disto, novas medidas do Banco Central, como a redução em exigências em depósitos compulsórios e os menores requerimentos de capital para certas operações de financiamento, foram aplaudidas pelos presidentes dos bancos privados.

MMX (MMXM3, R$ 1,45, -28,57%)
A MMX, de Eike Batista, seguiu na ponta de baixo do Ibovespa e foi a pior companhia do mês de julho, sendo que a queda dos papéis MMXM3 se deram graças à possível saída da companhia do Ibovespa a partir da próxima prévia. As ações até chegaram a demonstrar certa euforia após o empresário anunciar que estava tomando novas medidas para tentar salvar a companhia, tentando vender a subsidiária da MMX Sudeste, que engloba a mina de Serra Azul, em Minas Gerais, principal ativo do grupo. 

Oi (OIBR4, R$ 1,47, -24,62%)
A companhia de telecomunicação está passando por momentos difíceis na Bolsa, figurando entre as maiores quedas no mês do Ibovespa, após a novela com sua maior acionária, Portugal Telecom, se estender. Graças aos episódios, em meados deste mês, a Fitch, e a Standard & Poor’s rebaixaram o rating da Oi de ‘BBB-‘ para ‘BB+’, o que representa uma classificação “junk”. Segundo a agência de classificação de risco, este downgrade reflete as métricas de crédito mais fracas do que a S&P esperava no cenário-base, após o não pagamento de 847 milhões de euros em dívidas pela Rioforte, detidos pela Portugal Telecom. 

Relembre os capítulos da novela que derrubaram as ações da Oi neste mês

Imobiliárias
As ações das imobiliárias fecharam o mês de julho na ponta negativa do índice após noticiário conturbado no período. O mercado tem se mostrado cético com o setor imobiliário, já que este está passando por processo de reestruturação e não tem correspondido às expectativas dos investidores. Também influenciou na derrapada dos últimos dias, o aguardo com o resultado da reunião do Fomc, que aconteceu ontem, derrubou as ações das construtoras como Cyrela e Rossi, já que havia uma expectativa de que o Fed sinalizasse um aumento da taxa de juros. Os papéis da Cyrela (CYRE3, R$ 12,57, -9,04%) registram perdas no mês também graças à notícia de que os lançamentos da companhia recuaram 49,5% no segundo trimestre ante mesma etapa de 2013, a 890,2 milhões de reais, informou a companhia nesta segunda-feira. Além dela, os papéis da Rossi (RSID3, R$ 1,42, -17,92%) também registram perdas no fechamento mensal da Bolsa.

Sabesp (SBSP3, R$ 20,09, -14,69%)
Em meio a noticiários de que a água de São Paulo deverá acabar nos próximos meses, as ações da Sabesp também registraram perdas no mês. Além disto, contribuiu para a queda a notícia de que a Sabesp pediu autorização para o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) do Estado de São Paulo para utilizar 100 milhões de metros cúbicos de água da chamada reserva técnica do Sistema Cantareira, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Mesmo com recomendações do Ministério Público Federal (MPF), a Sabesp descartou ainda nesta semana o racionamento de águas nas regiões de São Paulo