Ações de banco problemático português desabam 50% após prejuízo bilionário

Banco Espírito Santo anunciou prejuízo acumulado de 3,488 bilhões de euros no segundo trimestre; nos primeiros seis meses, a perda atingiu 3,577 bilhões de euros

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações do problemático Banco Espírito Santo, de Portugal, chegaram a desabar 50% na manhã desta quinta-feira (31) na Bolsa de Lisboa, após as negociações terem sido suspensas até às 10h em Londres, ou 6h em Brasília, seguindo resultados decepcionantes do segundo trimestre. Neste momento, no entanto, o movimento era um pouco mais ameno, com o papel registrando desvalorização de 20,17%, a US$ 0,27. O desempenho ocorre em meio à crise financeira do controlador que culminou em calote de empresas do Grupo Espírito Santo e pedido de recuperação judicial de parte do conglomerado.

O Banco Espírito Santo anunciou na noite de ontem que acumulou prejuízo de 3,488 bilhões de euros no segundo trimestre de 2014. No acumulado dos primeiros seis meses, a perda atingiu 3,577 bilhões de euros. 

O maior banco privado português em ativos, liderado por Vítor Bento há duas semanas, adiantou que registou perdas contábeis e contingências da ordem de 4,253 bilhões de euros.

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O BES afirmou que os resultados foram “significativamente influenciados” pela constituição de provisões devido à exposição a empresas do Grupo Espírito Santo (GES), para anular juros irrecuperáveis sobre crédito concedido no BES Angola e constituição de provisões para contingências fiscais na filial. 

O agravamento do risco da carteira de crédito também pesou, assim como o reconhecimento da perda contábil na participação na Portugal Telecom e contingências sobre dívida emitida.

O Banco de Portugal tem reiterado que a solvência do BES está assegurada, mesmo que o atual colchão de capital de 2,1 bilhões de euros seja insuficiente, pois há agentes privados que querem entrar num aumento de capital.

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Na semana passada, três holdings da família Espírito Santo, que é maior acionista do BES com 20 por cento do capital, pediram recuperação judicial no tribunal de comércio do Luxemburgo por serem incapazes de pagarem suas dívidas. O tribunal já aceitou que a Espírito Santo International (ESI), a Rio Forte Investments e a Espírito Santo Financial Group (ESFG) tenham um regime de gestão controlada para evitar vendas descontroladas de ativos. A ESI tem 100% da Rio Forte, a holding que tem ativos não-financeiros como hotéis e hospitais, e também 49,2% da ESFG, detentora da participação da família no BES.