Cielo e Gerdau caem mais de 2% após resultados e Petrobras sobe; veja destaques

Cielo lidera as perdas do índice, enquanto Gerdau e Souza Cruz também registram perdas após divulgarem seus resultados

Marina Neves

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SÃO PAULO – Em uma quarta-feira (30) agitada na Bolsa em meio à temporada de resultados e após a reunião do Fomc (Federal Open Market Comittee) nesta tarde, as ações da Gerdau, Souza Cruz e Cielo fecharam esta sessão em queda após a divulgação de seu balanço do 2º trimestre. Já na ponta de cima, destaque para as ações da Telefônica, que também subiram após a divulgação de seus números trimestrais.

Em mais uma reunião do Fomc, outra redução no QE3 (Quantitative Easing 3), o programa de estímulos à economia dos EUA, foi anunciada. As sinalizações cada vez mais claras de que a maior economia do mundo estaria se recuperando da crise de 2008 permitiram o quinto corte seguido de US$ 10 bilhões mensais nas compras de títulos públicos, agora em até US$ 25 bilhões. O mercado esperava que uma sinalização de quando poderia ocorrer o aumento na taxa de juros, o que poderia refletir nas ações das imobiliárias e varejistas, porém, contrariando as expectativas, nenhum comentário foi feito.

Dentro do Ibovespa, as ações da Marfrig (MRFG3, R$ 6,66, +4,72%) fecharam a sessão desta quarta como a maior alta do índice, e de acordo com o analista chefe da SLW Pedro Galdi a movimentação pode ser atrelada a uma antecipação do mercado sobre os resultados do segundo trimestre da companhia; além dela, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 18,68, +1,36%; PETR4, R$ 19,85, +1,17%) também ajudaram a amenizar o dia negativo na bolsa brasileira. 

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Veja os principais destaques da Bolsa:

Cielo (CIEL3, R$ 42,15, -4,75%)
A Cielo fechou a sessão desta quarta como a maior queda do Ibovespa, chegando a registrar -4,18% de queda após mostrar lucro líquido de R$ 796,8 milhões no segundo trimestre, crescimento de 25,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida atingiu R$ 1,84 bilhão, alta de 13,6% na mesma base de comparação. 

Em relatório, a XP Investimentos disse que os resultados da Cielo não superaram de forma contundente as elevadas expectativas do mercado, não havendo grande perspectiva de ganho de capital no curto prazo, devido ao patamar de valor observado e grandes expectativas já devidamente precificadas.  

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Vale e Ambev
Duas das 3 principais empresas da bolsa, as blue chips Vale (VALE3, R$ 32,22, -2,13%; VALE5, R$ 28,93, -1,43%) e Ambev (ABEV3, R$ 16,40, 0,00%) divulgarão seus resultados entre hoje a noite e amanhã de manhã, o que certamente deixará os investidores em alerta na quinta-feira (31). O mercado estima que a Vale tenha um lucro líquido ajustado de R$ 5,1 bilhões e receita líquida de R$ 23,3 bilhões. No caso da Ambev, o mercado aguarda um lucro líquido de R$ 2,29 bilhões e receita líquida de R$ 8,41 bilhões.

Odontoprev (ODPV3, R$ 9,30, -0,28%
As ações da Odontoprev chegaram a operar com alta de 1,82% hoje após resultado da companhia no segundo trimestre, porém fecharam o pregão desta quarta com perdas amenas. A empresa apresentou receita obtida de R$ 283,24 milhões, o que corresponde a uma alta de 7,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. O lucro líquido, por sua vez, cresceu 21,4%, ao bater na cifra de R$ 47,78 milhões. “A companhia mostrou uma combinação de crescimento menor e margens melhores. As oscilações com a Copa Mundo provavelmente puxaram a utilização para baixo”, analisa o Itaú BBA.

“A expansão da receita é determinada principalmente pela disciplina de reajustes em todos os segmentos”, escreveu o CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Mauro Figueiredo, em relatório que acompanha o balanço. Já o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado ficou em R$ 76,88 milhões entre abril e junho de 2014, 23,9% acima na comparação anual. 

Indústrias Romi (ROMI3,
 R$ 3,96, +2,86%)
A fabricante de máquinas e ferramentas Romi anunciou na terça-feira programa de recompra de cerca de até 8 por cento de suas ações em circulação no mercado, ou cerca de 3 milhões de papéis.

A companhia também informou que encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 722 mil ante resultado positivo um ano antes de R$ 5,13 milhões, em meio à fraca performance do setor industrial brasileiro que fez a receita da companhia cair abaixo da média histórica. Para o Itaú BBA, os resultados foram pouco inspiradores e a queda do Ebitda ressalta a pior utilização da capacidade e, consequentemente, diluição de custos. 

A Romi apurou faturamento líquido de R$ 143,6 milhões no segundo trimestre, queda anual de 5,2%.

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 46,20, +2,48%)
As ações da Telefônica Brasil fecharam em forte alta depois da empresa apresentar um lucro líquido de R$ 1,9 bilhão no segundo trimestre, um aumento substancial de 118% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Já a receita líquida da empresa cresceu 5,1% na comparação anual e encerrou junho em cerca de R$ 5,8 bilhões, impulsionada principalmente pela crescente na receita de dados. 

Segundo comunicado enviado a CVM, explica que o aumento substancial no lucro da companhia aconteceu “devido principalmente à revisão das bases fiscais de certos intangíveis decorrentes de combinações de negócios, após a entrada em vigor de uma lei, cujo efeito líquido positivo no resultado foi de R$ 1,1 bilhão.

Arezzo (ARZZ3, R$ 30,00, +2,28%)
Fora do Ibovespa, as ações da Arezzo repercutiram seus resultados trimestrais e registram alta na sessão de hoje. A empresa mostrou um crescimento de 8,9% no lucro líquido, atingindo R$ 31,6 milhões no segundo trimestre de 2014, ante R$ 29 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida da companhia apresentou um aumento de 6,8% na comparação anual, indo para R$ 253,7 milhões no trimestre. Nesta manhã, o BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações.

Elétricas
As ações das elétricas foram revisadas pelo Itaú BBA nesta quarta-feira. A Light (LIGT3, R$ 21,47, -1,15%,) é a única do setor com recomendação outperform (desempenho acima da média), com novo preço justo de R$ 30, ante R$ 32. Apesar do bom desempenho no ano, a analista Paula Kovarsky acredita que a ação ainda está sendo negociada com desconto em relação ao seu preço justo.

A Copel (CPLE6, R$ 36,44, -2,36%) tem novo preço justo de R$ 41,6, frente a R$ 37, e sua recomendação continua sendo de market perform (desempenho em linha média com o mercado). A Cemig (CMIG4, R$ 19,13, +0,42%) também possui novo valor justo de R$ 20. A analista reiterou a recomendação market perform, mas tem uma visão cautelosa com o papel, devido ao final da concessão São Simão. Por fim, para Energias do Brasil (ENBR3, R$ 10,77, +0,84%), o preço justo foi elevado para R$ 12,8, frente a R$ 12, principalmente por conta de valuation e risco limitado de queda no curto prazo.

Renar Maçãs (RNAR3, R$ 0,24, -4,00%)
As ações da Renar Maçãs chegaram a subir neste pregão, mas fecharam em queda após disparada na sessão da última terça-feira (29). O que chamou atenção do mercado no último pregão foi que o volume apresentado, muito discrepante do restante, movimentando um total de R$ 2,10 milhões em pouco mais de mil negócios – batendo seu maior volume desde dezembro do ano passado. Além disto, é de se notar que o principal saldo comprador de hoje foi do HSBC, voltado para o investidor pessoa jurídica. 

De acordo com dados do programa Profit Chart, as corretoras que mais intermediaram ordens de compra e venda hoje foram a XP Investimentos e a Concórdia, ambas conhecidas por terem maior participação de investidor pessoa física, o que pode justificar a grande parcela. Porém, ao analisar os dados do saldo final – diferença entre ações compradas e vendidas -, os números do HSBC ficaram positivos em 440 mil, indicando que provavelmente algum “peixe grande” encarteirou ações da Renar Maçãs

MMX Mineração (MMXM3, R$ 1,48, 0,00%)
As ações da MMX Mineração chegaram a liderar os ganhos do Ibovespa hoje e fecharam estáveis. A Vetria Mineração, controlada por Triunfo e ALL, assinou contrato com a MMX Corumbá para arrendamento de direitos minerários localizados em Corumbá (MS), no valor fixo anual de US$ 500 mil, informaram as companhias na terça-feira. A transação contempla, ainda, a assinatura de um documento para aquisição futura, pela Vetria, da totalidade das ações de emissão da MMX Corumbá.

Vale e Ambev
Duas das 3 principais empresas da bolsa, as blue chips Vale (VALE3, R$ 32,22, -2,13%; VALE5, R$ 28,93, -1,43%) e Ambev (ABEV3, R$ 16,40, 0,00%) divulgarão seus resultados entre hoje a noite e amanhã de manhã, o que certamente deixará os investidores em alerta na quinta-feira (31). O mercado estima que a Vale tenha um lucro líquido ajustado de R$ 5,1 bilhões e receita líquida de R$ 23,3 bilhões. No caso da Ambev, o mercado aguarda um lucro líquido de R$ 2,29 bilhões e receita líquida de R$ 8,41 bilhões.

Duratex (DTEX3, R$ 8,47, -0,94%)
Os papéis da Duratex registraram leves perdas depois que a empresa apresentou queda de 1,5% na receita líquida na comparação anual, atingindo R$ 958 milhões no segundo trimestre deste ano. O lucro líquido da empresa caiu 56,4% no período, passando de R$ 135 milhões no ano passado para R$ 59 milhões no segundo trimestre. Segundo a XP Investimentos, o resultado ficou abaixo das expectativas, com a linha Deca apresentando maior queda, devido a descontinuação das operações da Deca Piazza, na Argentina. 

Gerdau (GGBR4, R$ 13,37, -2,55%)
As ações da Gerdau caíram forte após divulgação de resultado, assim como os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 16,14, -3,30%). A empresa viu seu lucro cair 2% no segundo trimestre, atingindo R$ 393 milhões, pressionada por fraqueza nas operações siderúrgicas e de minério de ferro no Brasil. A empresa também anunciou corte de 500 milhões de reais no investimento previsto para este ano.

Na avaliação da Planner Corretora, o resultado ficou abaixo das projeções, citando que a Gerdau teve no trimestre queda nos volumes e preços, principalmente no Brasil, com uma consequente redução no lucro comparado ao primeiro trimestre deste ano. 

receita líquida da companhia alcançou R$ 10,443 bilhões no segundo trimestre deste ano, crescimento de 5,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O Ebitda ficou em R$ 1,17 bilhão, queda de 2,2% na mesma base de comparação. Já a margem Ebitda passou de 13,6% para 12,1% no período.

Souza Cruz (CRUZ3, R$ 21,57, -4,13%)
As ações da Souza Cruz chegaram a aparecer como a maior queda do Ibovespa nesta sessão refletindo divulgação do resultado do segundo trimestre. A fabricante de cigarros teve lucro líquido de R$ 392,9 milhões no segundo trimestre, queda de 9,8% na comparação anual. A receita líquida caiu 4,9% na mesma base de comparação e encerrou junho em cerca de R$ 1,48 bilhão. O recuo foi pressionado pela diminuição de 30,7% na receita líquida de tabaco para exportação, disse a empresa. “A expectativa é de que haja desaceleração na queda de volume de tabaco exportado no segundo semestre de 2014 quando comparado com o primeiro semestre de 2014”, acrescentou a Souza Cruz.

Em relatório, a Planner comentou que a Souza Cruz é líder absoluta do mercado brasileiro, mas enfrenta todo tipo de dificuldades, com as restrições à propaganda e o consumo de tabaco, sem contar a tendência verificada no país nos últimos anos de redução no consumo do produto. Assim, seus resultados refletem este contexto difícil de mercado, disseram os analistas.

(Com Reuters)