Ibovespa intensifica perdas com Petrobras e elétricas e tem baixa de cerca de 1%

SÃO PAULO – O Ibovespa intensifica as perdas na sessão desta terça-feira (29) e registra baixas de cerca de 1%. Os bancos, que chegaram a subir mais cedo e levaram o índice para cima em meio aos dados de crédito apresentados pelo Banco Central, zeraram os ganhos, enquanto as imobiliárias intensificaram as perdas e as ações da Vale (VALE3;VALE5), que subiam com China, zeraram a alta. Já os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) registram perdas de 2,5%. Com isso, às 12h39 (horário de Brasília), o índice registrava baixa de 0,99%, a 57.122 pontos. 

O mercado também segue Wall Street, que registra menores ganhos de olho em novas sanções contra a Rússia. Os governos da União Europeia aprovaram uma medida nesta terça-feira para impor sanções contra o país em setores como de petróleo, defesa, entre outros. Além disso, os investidores seguem de olho no início da reunião de política do Fomc (Federal Open Market Committee). 

As ações das imobiliárias e varejistas operam em queda nesta sessão na expectativa pelas próximas sinalizações do Federal Reserve. Segundo o analista João Pedro Brugger, da Leme Investimentos, o Fed pode sinalizar uma elevação na taxa de juros e isto pode acabar refletindo como um fator a mais para forçar o Banco Central do Brasil elevar ainda mais a Selic. “Isso traz um reflexo direto nas imobiliárias e varejistas, que são mais sensíveis a essas questões. Além disso, o mercado como um todo está mais sensível hoje, adotando um tom mais de cautela”, disse.

No setor imobiliário, destaque para os papéis da Cyrela (CYRE3, R$ 13,02, -3,05%), MRV Engenharia (MRVE3, R$ 7,58, -2,82%), Rossi (RSID3, R$ 1,52, -3,18%), PDG Realty (PDGR3, R$ 1,47, -2,65%) e Even (EVEN3, R$ 6,40, -2,44%).

Já nas varejistas, chamam atenção os papéis da Arezzo (ARZZ3, R$ 30,73, -2,83%), Lojas Renner (LREN3, R$ 71,42, -2,31%), Lojas Americanas (LAME3, R$ 12,37, -2,14%), que caem mais de 2% nesta sessão. 

Vale zera ganhos e Oi sobe; elétricas caem
A Vale zerou os ganhos nesta terça-feira, após abrirem em alta pela quinta vez em sete pregões. Ontem, dados positivos da China – principal destino das exportações da mineradora – trouxeram otimismo. Dados mostraram um salto robusto nos lucros registrados por empresas industriais na segunda maior economia do mundo. Os lucros contabilizados por companhias industriais chinesas subiram 17,9% em junho, para 588,08 bilhões de iuanes (US$ 94,98 bilhões) ante o ano anterior, subindo com força ante um crescimento de 8,9% em maio, segundo a Agência Nacional de Estatísticas.   

As ações da Oi (OIBR4, R$ 1,50, +2,74%) diminuem os ganhos e sobem cerca de 2%, após subirem cerca de 4%. Em relatório, o Itaú BBA destacou que os acionistas da Oi estão isolados de qualquer risco da Portugal Telecom. A Oi procura garantir recomposição da posição de caixa comprometida pelos papéis da Rioforte. Em comunicado de ontem, a companhia informou que as ações que serão entregues pela Portugal Telecom para salvar a fusão das companhias não precisarão ser mantidas na tesouraria da empresa brasileira nem da companhia resultante, a CorpCo.  

As ações da TIM (TIMP3, R$ 12,33, -0,88%) viram para perdas, após abrirem com ganhos. Segundo El Economista, Marco Patuano, presidente do Conselho da Telecom Italia, discutiu possível aliança entre TIM Brasil e GVT com a presidente Dilma, citando pessoas não identificadas com conhecimento da situação. 

Conforme destaca a XP Investimentos, se a TIM for vendida ou associada a GVT é ruim para as concorrentes, pois mantém um competidor e forte (GVT) no mercado, sendo positivo para a TIM e negativo para o setor. Porém, a melhor solução para o setor de telecom é a companhia ser fatiada entre as três outras empresas, Vivo (VIVT4), Claro e Oi (OIBR4), pois retiraria um competidor do mercado.

Já entre as maiores quedas, estão os papéis da Gol (GOLL4), com os investidores embolsando os lucros após fortes ganhos e após o Raymond James rebaixar a recomendação dos ativos para marketperform (desempenho em linha com a média do mercado). 

As empresas de energia elétrica recuavam forte, com destaque para Cemig (CMIG4) e Eletropaulo (ELPL4), após a diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidir adiar até 28 de agosto o prazo para liquidação das despesas das distribuidoras com as operações de maio do mercado de energia de curto prazo, que não estão cobertas pela tarifa. Com o novo prazo, o governo ganha mais tempo para negociar com um pool de bancos, incluindo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), um empréstimo de cerca de R$ 6,5 bilhões para cobrir os custos adicionais das distribuidoras até o fim do ano. Segundo um operador ouvido pela Reuters, o adiamento pesa nas ações do setor pois sinaliza dificuldade do governo em negociar o novo empréstimo com bancos.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

(Com Reuters)