“Efeito Santander” faz analistas redobrarem cuidado ao falar do governo em relatórios

Desdobramentos de uma nota do banco, a clientes de alta renda, ampliou o conservadorismo de instituições financeiras

Reuters

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SÃO PAULO – Os desdobramentos de uma nota do banco Santander Brasil, a clientes de alta renda, mostrando pessimismo com a possível reeleição da presidente Dilma Rousseff, ampliou o conservadorismo de instituições financeiras nas referências públicas sobre a eleição presidencial de outubro.

“Vai ter mudanças em todos os processos internos de aprovação de documentos do banco de contato com o público”, disse uma fonte de um grande banco comercial, sob condição de anonimato.

Na sexta-feira, a mídia veiculou o conteúdo de comentários enviados pelo Santander Brasil junto com o extrato bancário de cerca de 40 mil clientes do segmento Select, de renda superior a 10 mil reais. Intitulado “Você e Seu Dinheiro”, o texto afirmava que se a presidente (Dilma Rousseff) subir ou se estabilizar nas pesquisas de intenção de voto, o câmbio se desvalorizará e a bolsa reverterá parte das altas recentes.

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O teor dos comentários provocaram pronta reação do Palácio do Planalto e do PT, partido da presidente, o que levou o Santander Brasil a publicar uma nota com pedido de desculpas.

Consultado, o Santander recusou-se a confirmar ou negar informações publicadas pela mídia de que pelo menos dois funcionários do banco teriam sido demitidos devido ao episódio.

O assunto foi comentado pela presidente Dilma nesta segunda-feira. Em sabatina promovida pelo portal de Internet UOL, jornal Folha de S. Paulo, SBT e rádio Joven Pan nesta segunda-feira, a presidente classificou o conteúdo do documento do Santander Brasil como lamentável.

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“Isso é inadimissível para qualquer (…) candidato, seja eu ou qualquer outro”, disse ela. Perguntada se pretendia processar o banco, ela respondeu que iria “conversar primeiro”.

Economistas e profissionais de investimentos manifestaram preocupação com possíveis pressões para evitarem expressar suas opiniões, em meio a um cenário macroeconômico adverso, pontuado por baixo crescimento e inflação elevada.

“O que está escrito lá é o que 99 por cento dos analistas de mercado falam há no mínimo três meses”, disse um economista de um grande banco estrangeiro no Brasil, que também pediu para não ser identificado. “Está todo mundo preocupado, foi um absurdo.”

Nos últimos meses, a bolsa de valores de São Paulo e o mercado de câmbio têm reagido positivamente a pesquisas de intenções de voto consideradas desfavoráveis à presidente Dilma Rousseff.

(Por Aluísio Alves, com reportagem adicional de Silvio Cascione, Alexandre Caverni)

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