Lucro da Tractebel cai 77% e da Hypermarcas sobe 4 vezes; tensão na Oi agita a noite de 6ª

Enquanto a companhia elétrica viu seu lucro cair 77% no segundo trimestre, a Hypermarcas aumentou seu lucro em mais de 6 vezes

Rodrigo Tolotti

(Divulgação/Eletrobras)

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SÃO PAULO – Entre os destaques da noite desta sexta-feira (25) está o resultado da Tractebel (TBLE3), que viu os efeitos negativos das transações no mercado de curto prazo pressionaremseu balanço. No segundo trimestre, o lucro líquido somou R$ 73,7 milhões, queda de 77,2% ante os R$ 324 milhões de um ano antes, informou a companhia.

No segundo trimestre, a receita no mercado de curto prazo, inclusive no âmbito da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi de R$ 5,8 milhões, ante R$ 47,8 milhões um ano antes. Já o resultado líquido decorrente de transações de curto prazo no período, inclusive as realizadas na CCEE, foi negativo em R$ 468 milhões ante o também resultado negativo de R$ 18,4 milhões, também na comparação anual.

Essa variação ocorreu pela mudança da posição vendedora na CCEE para compradora no período, em decorrência da estratégia de alocação de energia, além do efeito negativo do Fator de Ajuste da Energia Assegurada (GSF), disse a Tractebel.

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Além disso, houve o impacto negativo do Preço de Energia de Curto Prazo (PLD), pela diferença dentre os submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, acrescentou a companhia. Mas a receita líquida da companhia subiu 7,2% e encerrou o segundo trimestre em R$ 1,36 bilhão.

O preço médio de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita, atingiu R$ 148,19/MWh entre abril e junho, 7 mais alto na comparação ano a ano, devido à atualização de contratos. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) no período foi de R$ 301,5 milhões, recuo de 58,1% na comparação anual.

Hypermarcas
O lucro líquido da companhia de produtos de consumo e medicamentos Hypermarcas (HYPE3) cresceu mais de seis vezes na comparação anual e ficou acima das expectativas de analistas, apoiado na melhora do resultado financeiro e uma base de comparação mais fraca.

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A empresa divulgou nesta sexta-feira que teve lucro líquido de R$ 122,2 milhões no segundo trimestre, após resultado positivo um ano antes de R$ 19,3 milhões, quando foi afetada por despesas financeiras ligadas à sua exposição cambial. A média das estimativas de analistas consultados pela Reuters apontava para lucro líquido de R$ 111,6 milhões.

O desempenho veio com uma melhora de R$ 109,8 milhões no resultado financeiro ante o segundo trimestre de 2013, para R$ 99,2 milhões, que foi obtida com o fim de impactos relativos à exposição cambial e fornecedores, afirmou a Hypermarcas no relatório de resultados. Desde o final do ano passado, a companhia utiliza instrumentos de hedge que mitigam totalmente estes efeitos.

Do lado operacional, a receita líquida subiu 6 por cento ano a ano e encerrou julho em R$ 1,13 bilhão, com base na expansão de 7,4% da divisão farma e 4,1% na de consumo. A Hypermarcas disse que na divisão de consumo não pode atender cerca de R$ 20 milhões em pedidos em função de falta de estoque. Os pedidos representariam um crescimento adicional de 4,3 pontos percentuais na receita da divisão.

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Já na divisão de fármacos, a companhia disse que excluído efeito do encerramento de contratos de fabricação de medicamentos para terceiros, “o crescimento do portfólio de produtos da companhia foi de 12% no mesmo período”.

As despesas gerais e administrativas tiveram aumento anual de 12,3% no segundo trimestre e encerraram o período em R$ 61,7 milhões. As despesas com marketing, subiram 4%, a R$ 223 milhões. A empresa teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado de R$ 287,6 milhões no período, avanço anual de 11,5%. No semestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 546,6 milhões, montante que representa 49,6% da projeção de geração de caixa da Hypermarcas para 2014, disse a empresa.

Oi
Os sócios brasileiros da Oi (OIBR4) estão reunindo informações e preparando um documento para se resguardarem, no caso de a Portugal Telecom (PT) falhar no cumprimento do acordo assinado na última semana, com revisão dos termos da fusão entre as companhias, de acordo com fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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O memorando de entendimento, que ainda precisa ser formalizado para entrar em vigor, foi firmado depois que veio à tona uma aplicação de risco feita pela tele portuguesa na Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo, que, por sua vez, tem 10,05% da PT. O principal ponto acertado foi a redução da participação da PT de 37,3% para 25,6% na CorpCo, empresa que surgirá da união. A fatia poderá ser retomada pela tele portuguesa em até seis anos.

O documento em elaboração, porém, só será usado caso a PT não honre todos os pontos do acordo. Segundo a fonte, não é descartada uma ação judicial contra a PT, se a empresa falhar em algum item acertado no memorando. No entanto, neste momento, a possibilidade de recorrer à Justiça não está na mesa, uma vez que as empresas ainda estão em negociação.

Entre os sócios brasileiros, a percepção é de que é necessário se protegerem ainda mais agora, depois que a sócia portuguesa fez o investimento de 897 milhões de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões) sem informar a Oi. Nesta semana, o calote foi confirmado. A ação contra a Rioforte, caso ocorra, será ajuizada pela PT na Justiça portuguesa.

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“Se começar a degringolar o acordo, certamente será feito um novo documento. O que os sócios brasileiros estão fazendo agora é preparando o documento se alguma coisa desandar, como forma de precaução”, disse a fonte.

Também foi feita uma ata do memorando de entendimentos que permite que os sócios brasileiros tenham o direito de fazer questionamentos à PT.

Na próxima semana, sócios brasileiros da Oi irão se reunir para discutir os principais pontos do novo documento. Neste momento, cada um está discutindo internamente o que acha mais relevante e isso será posteriormente reunido.

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Uma das preocupações é não prejudicar o orçamento do próximo ano da CorpCo. A estrutura orçamentária de 2015 está em aprovação e os sócios não querem comprometer as prioridades da companhia, entre elas a redução de reclamações nos atendimentos. “Isso estava previsto e não pode atrasar, porque vai prejudicar muito a imagem da empresa”, disse a fonte.

Com Reuters e Agência Estado

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.