As 4 campeãs da Bolsa que não seguiram o rali e fecharam no vermelho

Gol, que decolou semana passada, sofre com euforia dos investidores esta semana indo no contra fluxo das ações mais "arriscadas" do Ibovespa

Marina Neves

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SÃO PAULO – Esta semana foi agitada após a expectativa das novas pesquisas eleitorais e a especulação dos investidores acerca da queda das intenções de voto da atual presidente Dilma Rousseff. Ontem à noite foram divulgados novos dados da pesquisa do Datafolha, que mostrou um empate técnico entre Dilma e Aécio Neves em um possível segundo turno, fazendo com que esta sexta-feira (18) fosse de ainda mais euforia, levando o Ibovespa a alta de 2,47%.

Como o usual, as ações das estatais Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil subiram neste pregão, impulsionados com tamanha euforia dos investidores; outras ações que também subiram foram as dos bancos, que seguem o mesmo padrão das estatais, e, principalmente, sobem as ações de maior risco da Bovespa.

Em uma explicação simples, quando a Bolsa passa por uma fase de euforia, é comum ao investidor “migrar” de investimentos mais seguros, com menor volatilidade, e que, portanto, geram menores lucros – como os papéis da Ambev e Souza Cruz – para companhias mais arriscadas, que lhes proporcionarão maior lucro, como ações de companhias com menor volume na Bovespa, como as small caps – como foi visto esta semana com a Tecnosolo – e empresas como as do setor imobiliário.

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Nesta semana, 4 ações não seguiram a onda de euforia do mercado brasileiro, confira quais são:

Gol
O melhor papel do Ibovespa da semana passada fechou esta semana no vermelho. A queda da Gol (GOLL4, R$ 12,97, +2,93%) registrada foi de 3,57% no período. 

Na última semana as ações subiram 9,44% em meio a notícias de que Raymond James elevou a recomendação das ações da empresa para outperform (desempenho acima da média), alegando que as ações deveriam subir assim que os “ventos contrários do câmbio diminuem”.

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A arrancada ocorreu em meio também a um relatório do UBS que ressaltou que a Gol e TAM não perderão slots lucrativos no aeroporto de Congonhas, após o governo publicar as regras para a redistribuição dos slots, determinando que as empresas tenham a maioria dos slots redistribuídos.

Estácio 
A companhia do ramo educacional Estácio (ESTC3, R$ 27,69, -1,28%) fechou a semana com queda de 6,92% refletindo justamente o movimento de migração na Bolsa, já que as companhias do setor educacional costumam ser bem cotadas no mercado já que são investimentos seguros. Nesta quarta-feira a companhia informou ao mercado que a família Zaher, do empresário Chaim Zaher, passou a deter 19,8 milhões ações ordinárias da empresa, o que equivale a 6,3% do capital social. 

Em comunicado enviado a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa informou que a participação da família Zaher soma as fatias detidas por Chaim (0,64%) e de Adriana Baptiston Zaher (5,66%), que detinham as mesmas parcelas no capital social da Uniseb, e passaram a ter papéis da Estácio após a incorporação. Chaim é o fundador da Uniseb, que foi comprada pela Estácio em operação de R$ 615 milhões, anunciada em setembro do ano passado.

Cielo
Esta semana as ações da Cielo (CIEL3, R$ 43,38, +0,76%) registraram perdas de 6,45%. Após 4 pregões seguidos de queda, as ações da companhia fecharam em alta nesta sexta-feira, mas isto não foi o bastante para mudar seu resultado semanal. Porém, apesar da queda, os papéis chegaram a bater sua máxima história (R$ 47,10) na segunda-feira.

Contribuiu para a queda a divulgação, na quarta-feira, um levantamento que mostra queda de 7,2% no tíquete médio gasto por turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, na comparação com o padrão dos primeiros cinco meses do ano. No período do mundial, os estrangeiros gastaram em média R$ 241 por compra, enquanto que, entre janeiro a maio, o gasto médio foi de R$ 260.

BB Seguridade
Mesmo com o noticiário positivo para a empresa, as ações do BB Seguridade (BBSE3, R$ 32,76, +1,64%) – grupo segurador do Banco do Brasil -, fecharam a semana no vermelho, com queda de 1,18%. Mesmo que tímida, a perda dos papéis demonstra que a confiança dos investidores foi tanta que eles resolveram investir em ações mais arriscadas. 

Nesta quinta-feira a Citi Corretora afirmou, em relatório, que os investidores ainda tem três fortes motivos para comprar os ativos da companhia, afinal, eles ainda tem potencial para valorizar mais.