De estatais a small cap que quadruplicou de valor; veja as 10 ações da semana

Dentre as blue chips, Petrobras, bancos e imobiliárias subiram forte, enquanto a Oi afundou; fora do radar, Tecnosolo atinge valorização impressionante

Marina Neves

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SÃO PAULO – A semana foi agitada na Bovespa em meio às especulações eleitorais que rondaram os investidores e que trouxeram forte euforia nesta sexta-feira após a divulgação da pesquisa Datafolha. Com isso, estatais e bancos dispararam nesta sessão e ocuparam lugar de destaque na ponta positiva, junto com imobiliárias e a Marfrig.

Já na ponta debaixo, a Oi decepcionou e trouxe mais quedas aos seus acionistas. Mesmo movimento foi visto com as ações da BR Insurance fora do Ibovespa. Dentre as small caps, a principal atenção ficou com a Tecnosolo, que ganhou impressionantes 318% de valor de mercado na semana.

Confira as 10 ações que agitaram a Bovespa nesta semana:

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Petrobras
As ações das estatais foram fortemente impulsionadas durante esta semana por causa das expectativas de que a intenção de votos da atual presidente diminuísse nas próximas pesquisas eleitorais – lembrando que o Sensus deve sair entre amanhã e domingo. Após a divulgação da pesquisa do Datafolha o dia hoje na Bovespa foi eufórico para as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3 , R$ 19,12, +5,17% ;PETR4, R$ 20,54, +5,01%), que fecharam a semana ocupando a segunda e terceira colocações das maiores altas do Ibovespa, com ganhos de 13,12% e 12,80% respectivamente.

Também foram impulsionadas pelas pesquisas eleitorais os papéis da estatal Eletrobras (ELET3, R$ 6,85, +6,20%; ELET6, R$ 11,39, +1,24%), que fecharam a semana com alta de 8,90% e 6,13%, respectivamente, e do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 28,39, +3,24%), que fechou a semana com alta de 7,91%.

Bancos
Assim como as estatais, os bancos privados também reagiram com forte alta. Bradesco (BBDC3, R$ 36,54, +4,22%; BBDC4, R$ 34,91, +4,46%) e Itaú (ITUB4, R$ 35,03, +4,57%) subiram mais de 4% nesta sexta-feira e fecharam a semana com ganhos entre 5% e 7%. Vale lembrar que na quarta-feira Itaú e Bradesco lideraram as perdas do Ibovespa após o Morgan Stanley dizer que “era hora de vender ações de bancos” no Brasil.

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Nesta sexta-feira, Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander Brasil divulgaram um novo acordo de acionistas para a empresa Tecnologia Bancária (TecBan), para consolidação de suas redes externas de autoatendimento em terminais da Rede Banco24Horas. O novo acordo, que também envolve HSBC Brasil, Caixa Econômica Federal e Citibank, prevê substituição, em cerca de quatro anos, de parte da rede externa de terminais de autoatendimento dos bancos pelos terminais da Rede Banco24Horas, que são e continuarão sendo geridos pela TecBan.

Marfrig
A Marfrig (MRFG3, R$ 6,80, +3,34%) foi a maior alta da semana no Ibovespa, com ganhos de 14,29% na variação semanal. Uma das maiores altas da Bolsa no 1º semestre, a companhia segue em rali de alta, sobretudo após o Bank of America Merrill Lynch elevar a recomendação de “neutro” para “compra”, citando os preços mais baixos de grãos e o recente recuo no custo da dívida da empresa de alimentos. O preço-alvo da ação também foi revisado, passando de R$ 5,50 para R$ 8,00.

Ainda nesta semana, a companhia informou na última quarta-feira (16) que investirá 170 milhões de libras para promover o crescimento orgânico de sua unidade europeia Moy Park nos próximos 5 a 7 anos. A companhia disse que a projeção de investimentos em 2014, de R$ 600 milhões, inclui os investimentos na Moy Park para este ano.

Além disso, ontem saiu o acordo entre Brasil e Japão, que prevê que o país asiático suspenda o embargo à importação de carne bovina brasileira, que havia sido imposto ao produto em 2012. Além do acordo, uma entidade do setor de carnes afirmou que outros países podem retirar o embargo, seguindo o movimento da China. A JBS (JBSS3, R$ 8,56, +2,49%) também se deu bem com isso e fechou a semana com alta de 9,16%.

CSN
As ações da siderúrgica tiveram alta de 10,08% e só perderam posição para as ações da Petrobras e da Marfrig, após 
ter anunciado seu quinto programa de recompra de ações. A siderúrgica pretende recomprar até 64.205.661 ações, o equivalente a 10% do “free float” (ações em circulação no mercado). O objetivo, segundo a CSN, é “maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital”.

O programa terá duração de 30 dias, indo desta sexta até 18 de agosto. As corretoras escolhidas para fazer o intermédio das compras são Itaú, BTG e Spinelli.

É importante lembrar que quem operou vendido com CSN, esperando que os papéis da siderúrgica caíssem, foi pego de surpresa pela arrancada das ações graças ao novo programa de recompra de ações da companhia, que fizeram com que ela atingisse ontem seu maior patamar desde janeiro deste ano.

Tecnosolo
A small cap subiu incríveis 318,7% na variação semanal e foi a maior alta fora do índice do Ibovespa, seguindo em nova disparada na Bolsa. Sua máxima do dia nesta sexta-feira (R$ 0,69) é o maior patamar alcançado desde agosto de 2011. Em entrevista ao InfoMoney na última terça-feira, o diretor de RI da empresa, André Camacho, ressaltou que a empresa deu a volta por cima depois de quebrar em 2012, conseguindo uma nova carteira de serviços, e que o mercado deve estar acompanhando essa evolução da empresa, o que tem refletido nas ações.

Biosev
Fora do radar, as ações da Biosev subiram 15,22% durante a semana, mas mesmo assim, vem notícia nem tão boa para o mercado: o controlador da empresa de açúcar e etanol está prestes a enfrentar um de seus piores pesadelos. Quando lançou suas ações na Bolsa, em fevereiro de 2013, a controladora da empresa, a francesa Louis Dreyfus, ofereceu uma opção de venda aos acionistas que entraram na oferta, dando o direito destes investidores receberem o dinheiro investido após 15 meses, caso os papéis não estivessem cotadas a pelo menos R$ 16,57. Hoje, no entanto, as ações são cotadas 53% abaixo desse valor, tendo fechado o pregão da última quinta-feira a R$ 7,70. E o prazo para os investidores exercerem estas opções termina justamente na próxima segunda-feira (21).

MRV
Após divulgarem resultados, as ações das imobiliárias fecharam em alta na semana. As ações da MRV (MRVE3, R$ 7,63, +8,53%) fecharam a semana com alta de 4,40%, após mostrar crescimento anual de vendas e lançamentos no segundo trimestre, apoiada em estratégia focada no segmento de moradias econômicas, que têm mostrado resistência à desaceleração da economia e onde a concorrência tem se mostrado reduzida. 

“A Copa teve algum impacto, fosse um ano normal a venda teria sido mais alta”, disse à Reuters o diretor-executivo de finanças da companhia, Leonardo Côrrea. “O nosso mercado, ou as nossas operações, estão muito mais resilientes”, disse o executivo citando queda de vendas e lançamento de empresas que atuam nos segmentos de médio e alto padrões.

MMX
A MMX segue em trajetória de queda, com a aposta dos analistas de mercado que a ação da empresa deixará de fazer parte do Ibovespa devido à sua perda de liquidez nos últimos meses. No vermelho pelo 5º pregão seguido, o papel da mineradora acumulou perdas de 12% e estende a desvalorização no ano para 64%.

A carteira do Ibovespa, que será revista em setembro mas já terá a primeira prévia divulgada no começo de agosto, deverá perder MMX e Brookfield, segundo estimativas feitas pelas equipes de Santander e Itaú BBA.

BR Insurance
As ações da Brasil Insurance caíram forte nesta semana, com variação semanal demonstrando queda de 17,88%. No seu 4º dia de queda, as ações acumulam perdas na faixa de 15% neste breve período, embora ainda marquem alta de 27% de junho pra cá. A companhia vem tentando se reerguer na Bovespa após a trágica repercussão dos seus resultados do 1º trimestre, que foram divulgados no final de abril e fizeram com que as ações caíssem mais de 60% em apenas 5 dias.

Ontem a companhia realizou uma reunião com analistas e investidores para apresentar o novo presidente da companhia Edward Lange, detalhar alguns aspectos principais da reestruturação em curso e reafirmar suas expectativas quanto ao futuro da companhia, que conta hoje com 52 corretoras. De acordo com os analistas da Planner Corretora, a reunião foi positiva, já que o mercado pareceu receber bem a mudança administrativa, mesmo com os papéis enfrentando momento de muita volatilidade na Bolsa. A companhia distribuiu nos últimos dois anos 95% dos lucros , porém, este ano a BR Insurance resolveu por não pagar os dividendos em base trimestral, graças aos seus resultados; de acordo com o relatório da Planner, a companhia ainda não decidiu se distribuirá os dividendos de forma semestral ou anual. 

Oi
A companhia fechou a semana com queda semanal de 2,48% após a novela com a sua maior acionista Portugal Telecom se estender, e mesmo com a notícia de qua a fusão iria ocorrer mesmo com o calote da RioForte tendo “acalmado” o mercado. A companhia de telefonia foi rebaixada ontem para “junk” (grau especulativo) pela Fitch, já que os analistas avaliam que parte relevante da conta gerada pelo polêmico investimento da Portugal Telecom ainda será bancada por acionistas da empresa de telecomunicação brasileira.

Sabesp
Entre as maiores quedas da semana ficaram as ações da Sabesp (SBSP3), que seguem pressionadas diante do complicado cenário do abastecimento em São Paulo. Os papéis da companhia terminaram a semana com queda de 4,96%. E o cenário pode ser ainda pior que o que temos visto nos noticiários. Além da Cantareira, o sistema do Alto Tietê também abastece a cidade, e segundo afirmou o ex-diretor da Sabesp, José Roberto Kachel, em entrevista exclusiva ao InfoMoney nesta semana, este sistema não deve passar de 120 dias.