Dia de viradas:Oi fecha em queda e Vale e Cielo têm dia volátil; 11 ações foram destaque

Embraer cai forte mesmo após fechar acordo com governo de Honduras; mesmo com menos força, CSN mantém alta da véspera

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em dia de pregão reduzido por conta do jogo do Brasil pela Copa do Mundo, o Ibovespa atingiu mais um dia de queda. Apesar de não registrar um queda tão acentuada, o índice viu apenas 20 de suas 71 ações fecharem em alta.

Mesmo com um pregão reduzido o noticiário chamou atenção e algumas ações tiveram um dia bastante agitado, como a Oi – que chegou a subir e fechou como a maior queda – e a Vale, que também acabou virando durante a manhã.

Na ponta positiva, destaque para as acessões das companhias de concessões rodoviárias. Enquanto isso, na ponta negativa, 7 ações fecharam com queda de mais de 2%.

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Veja os principais destaques:

Oi (OIBR4, -5,68%, R$ 1,66)
As ações da Oi viraram para forte queda depois de tentar uma recuperação durante a manhã. O papel da companhia caiu pela 6ª vez em oito pregões, acumulando perdas de 20% no período. A empresa ainda reflete o noticiário sobre a compra pela Portugal Telecom, com quem está em processo de fusão, de títulos da dívida da Rioforte. Em comunicado nesta terça-feira, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), acionista da Oi, afirmou que vê inconsistências com padrões mínimos de governança na compra dos ativos pela Portugal Telecom.

Além disso, segundo informações da Broadcast de hoje, a Portugal Telecom corre o risco de ver sua participação cair quase pela metade na CorpCo, empresa que surgirá da fusão com a Oi, caso não consiga um desfecho positivo para o imbróglio que se tornou o investimento de 897 milhões de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões) feito em títulos da Rioforte, empresa que controla o Banco Espírito Santo (BES). 

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Os próximos dias serão decisivos para saber se o episódio irá contaminar ou não a fusão das duas empresas. Pelo desenho inicial, a operadora portuguesa teria 38% da CorpCo ao final do processo, previsto para outubro. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a fatia portuguesa pode baixar para 20% no pior cenário.

Vale (VALE3, +0,03%, R$ 30,81; VALE5, +0,29%, R$ 27,74)
A Vale foi outra que ameaçou subir, mas que virou e fechou o dia no negativo. A queda ocorreu mesmo depois que o Barclays elevou a recomendação da mineradora. A classificação da empresa passou de underweight (desempenho abaixo da média) para equalweight (desempenho em linha com a média). Apesar da elevação, o banco disse que a mineradora deve registrar um resultado fraco no segundo trimestre deste ano. A instituição financeira avaliou que o resultado deve ser afetado pelo ajuste dos preços de vendas que ocorreu no fim do primeiro trimestre.

Embraer (EMBR3, -2,78%, R$ 20,64)
As ações da Embraer fecharam em queda mesmo após a notícia de que a companhia assinou junto ao governo de Honduras um protocolo para o reparo de aviões da Força Aérea hondurenha e também melhorar a capacidade de defesa do país contra o narcotráfico e situações de desastres naturais.

Ainda não foram divulgados os valores financeiros do acordo e se haverá a inclusão de compra ou reparação dos aviões Tucanos da Embraer. Honduras foi o primeiro país a importar aeronaves brasileiras, em 1984. Geraldo Gomes, vice-presidente de Negócios da Embraer, disse em entrevista ao jornal hondurenho que a parceria deve incluir um processo de capacitação da indústria de defesa do país da América Central.

Apesar da queda, ontem as ações da Embraer atingiram seu maior patamar desde 23 de julho de 2013, o que pode colaborar para uma realização neste pregão. Além disso, vale destacar o movimento de queda do dólar nesta sessão, que recua 0,5%, voltando para o patamar de R$ 2,21. Como a maior parte dos contratos da companhia são feitos em dólar, uma queda da divisa acaba prejudicando a receita da Embraer.

CVC (CVCB3, -2,63%, R$ 12,95)
Após bater sua menor cotação desde 26 de fevereiro, a R$ 12,80, as ações da CVC voltaram a recuar. Nesta manhã, a companhia informou que as reservas confirmadas no mês de junho recuaram 15% por causa da Copa do Mundo. No total, as reservas somaram R$ 330,4 milhões, ante R$ 386,8 milhões um ano antes. “A Copa do Mundo tem impactado negativamente as indústrias de viagens e de lazer, bem como o segmento de varejo no Brasil”, afirmou a CVC.

Cielo (CIEL3, +0,02%, R$ 45,38)
Mais uma ação do grupo das “viradas”. A Cielo fechou em queda nesta sessão após o corte de recomendação. Hoje, o Barclays rebaixou a classificação dos papéis da empresa de overweight (desempenho acima da média) para equalweight (desempenho em linha da média). No ano, as ações acumulam valorização de 40,07% no ano.

CSN (CSNA3, 0,00%, R$ 10,43)
Se ontem a CSN subiu forte após o que o mercado entendeu como uma forte recompra da companhia dentro de seu programa, ocorrida em meio ao rebaixamento dos papéis pelo Brasil Plural. Hoje as ações da CSN conseguiram se manter neutras. No último pregão os papéis subiram mais de 3% após uma forte onda de compras feita pela Itaú Corretora, utilizada pela empresa para intermediar seu programa de recompra de ações.

HRT (HRTP3, +0,95%, R$ 1,06)
As ações da HRT Petróleo avançaram hoje depois da empresa ter informado que assinou acordo com Maersk para compra de 40% de participação no Campo de Polvo, na Bacia de Campos. Conforme informou a petroleira, a conclusão da transação de compra e venda entre as empresas está sujeita a determinadas condições, dentre as quais a aprovação final da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Ecorodovias (ECOR3, +0,92%, R$ 15,28)
Com um dia de “atraso”, as ações da Ecorodovias fecharam entre as maiores altas do dia após os dados divulgados ontem mostrando que o tráfego de veículos nas rodovias administradas pela companhia registrou um aumento de 13,7% no primeiro semestre deste ano sobre igual período do ano anterior. O crescimento foi impulsionado pela alta de 17,4% no tráfego de veículos comerciais no período. Entre os veículos de passeio, o aumento foi de 10%.

Construtoras
Os papéis das construtoras apareceram em queda nesta sessão, com destaque para Cyrela (CYRE3, -0,51%, R$ 13,70), Brookfield (BISA3, -0,69%, R$ 1,44) e PDG Realty (PDGR3, -2,72%, R$ 1,43). 

No caso da Cyrela, reflete o corte de recomendação das ações para neutra pelo Banco Espírito Santo. Já a PDG disse nesta madrugada, em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que ainda está apurando o motivo pelo qual uma sociedade de propósito específico na qual investe foi incluída na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego. A lista, que registra empregadores flagrados explorando mão-de-obra análoga à escrava no país, teve sua última atualização publicada na semana passada.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.