Oi afunda 20% em 8 dias; 11 ações que roubaram a cena antes do Brasil x Alemanha

Empresas defensivas lideraram ganhos, enquanto Oi afunda novamente na Bolsa; HRT é destaque de alta fora do Ibovespa

Leonardo Silva

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SÃO PAULO – Apesar do pregão mais curto na Bovespa por conta do jogo do Brasil, muitas ações roubaram a cena nesta terça-feira (8) véspera de feriado paulista – que manterá a bolsa brasileira fechada amanhã.

Na ponta de cima do Ibovespa, aparecem ações do setor elétrico e de concessões, tidas como empresas de caráter mais defensivo e que ganham atratividade dos investidores em dias de queda no mercado – o Ibovespa marcava queda na faixa de 0,4% às 13h30 (horário de Brasília).

Na lanterna do índice, aparecem as ações da Oi, que renovam a mínima histórica ao caírem cerca de 5%, bem como a Gol, que devolveu quase todo o ganho acumulado em abril – quando foi a melhor ação do Ibovespa no mês. Fora do índice, destaque positivo para as ações da HRT, que sobem após notícia de que comprou participação no Campo de Polvo.

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Veja os principais destaques da Bovespa nesta terça-feira:

Oi (OIBR4, R$, 1,68, -4,55%)
O papel da companhia cai pela 6ª vez em oito pregões, acumulando perdas de 20% no período. A empresa ainda reflete o noticiário sobre a compra pela Portugal Telecom, com quem está em processo de fusão, de títulos da dívida da Rioforte. Em comunicado nesta terça-feira, o BNDES, acionista da Oi, afirmou que vê inconsistências com padrões mínimos de governança na compra dos ativos pela Portugal Telecom.

Além disso, segundo informações da Broadcast de hoje, a Portugal Telecom corre o risco de ver sua participação cair quase pela metade na CorpCo, empresa que surgirá da fusão com a Oi, caso não consiga um desfecho positivo para o imbróglio que se tornou o investimento de 897 milhões de euros (cerca de R$ 2,7 bilhões) feito em títulos da Rioforte, empresa que controla o BES (Banco Espírito Santo). 

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Os próximos dias serão decisivos para saber se o episódio irá contaminar ou não a fusão das duas empresas. Pelo desenho inicial, a operadora portuguesa teria 38% da CorpCo ao final do processo, previsto para outubro. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a fatia portuguesa pode baixar para 20% no pior cenário.

HRT (HRTP3, R$ 1,09, +3,81%)
A empresa informou que assinou acordo com Maersk para compra de 40% de participação no Campo de Polvo, na Bacia de Campos. Conforme informou a petroleira, a conclusão da transação de compra e venda entre as empresas está sujeita a determinadas condições, dentre as quais a aprovação final da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Construtoras
Os papéis das construtoras aparecem em queda nesta sessão, com destaque para Cyrela (CYRE3-0,73%, R$ 13,67), Brookfield (BISA3-0,69%, R$ 1,44) e PDG Realty (PDGR3-0,68%, R$ 1,46). 

No caso da Cyrela, reflete o corte de recomendação das ações para neutra pelo Banco Espírito Santo. Já a PDG disse nesta madrugada, em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que ainda está apurando o motivo pelo qual uma sociedade de propósito específico na qual investe foi incluída na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego. A lista, que registra empregadores flagrados explorando mão-de-obra análoga à escrava no país, teve sua última atualização publicada na semana passada.

Americanas (LAME4, R$ 14,26, +0,14%) e B2W (BTOW3, R$ 28,96, +0,84%)
A Lojas Americanas e a B2W anunciaram a captação de R$ 2,66 bilhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Para a primeira, o financiamento é de R$ 1,2 bi, para a abertura de novas lojas, reforma de unidades já existentes, implantação de centros de distribuição e quiosques da Americanas.com nas lojas da rede. Já para a B2W, o crédito é de R$ 1,46 bi, que corresponde a 60% dos desembolsos para um projeto de construção de centros de distribuição, investimentos em logística, tecnologia da informação e comunicações. 

Gol (GOLL4, R$ 11,75, -2,16%)
Com forte queda pelo segundo dia seguido e com volume bastante acima da média – mesmo com o pregão reduzido devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo, as ações da Gol atingem nesta terça-feira seu menor patamar desde 3 de abril e já acumulam perdas na faixa de 20% desde maio – vale lembrar que em abril a companhia aérea foi a empresa que mais se valorizou no Ibovespa em abril, com alta de 30,6%.

O declínio da empresa na Bolsa não reflete o noticiário atual. Na noite anterior, a Gol anunciou a ampliação de sua parceria com a Etihad Airways, companhia aérea com sede em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, ao assinar um acordo de compartilhamento de voos. Além disso, a empresa solicitou autorização à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para iniciar voos para as cidades de Altamira e Carajás, ambas no Pará. A expectativa da empresa é iniciar a operação em setembro de 2014.

O próprio cenário macroeconômico atual tem colaborado para a companhia. O preço do petróleo atingiu sua série mais longa de quedas desde 2012 – vale mencionar que o combustível representa cerca de 30% dos custos operacionais da Gol. O dólar, outra variável importante nas despesas da empresas – visto que a commodity é cotada na moeda americana -, também está em queda nesta quinta, o que tornaria seus custos mais “baratos”.

Smiles (SMLE3, R$ 37,36, +0,59%)
A parceria com a Etihad também beneficia a Smiles. Em breve, as empresas celebrarão um acordo de “Frequent Flyer Program” por meio do qual oferecerão a todos os clientes os benefícios dos respectivos programas de fidelidade, o Smiles, da Gol, e o Etihad Guest, da Etihad Airways.

“A parceria com a Etihad ampliará nossa disponibilidade de assentos para o Oriente Médio e Ásia, entre outros destinos, e será uma exclusividade do Smiles entre os programas de fidelidade brasileiros”, afirma Leonel Andrade, CEO da Smiles. “A ampliação das parcerias aéreas reflete a estratégia de aumentar a disponibilidade de bilhetes para destinos internacionais e fortalece a posição da empresa como uma das melhores opções para resgate de milhas do mercado. Vamos continuar trabalhando neste sentido”, destaca o executivo.

WEG (WEGE3, R$ 26,91, -2,50%)
Apesar do setor automobilistico não ser o principal segmento da WEG, o analista Elad Revi da Spinelli, acredita que o principal motivo pela queda das ações da empresa seja os dados divulgados pela Anfeva (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) na última segunda-feira

A produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no mercado brasileiro somou 215.934 unidades em junho, queda de 23,3% na comparação com maio e recuo de 33,3% ante junho de 2013, divulgou a associação. Com o resultado, a produção acumula retração de 16,8% nos seis primeiros meses do ano, sobre igual período de 2013, para 1.566.049 unidades.

Vale (VALE3, -0,52%, R$ 30,64; VALE5, -0,36%, R$ 27,56)
A queda ocorre mesmo depois que o Barclays elevou a recomendação da mineradora. A classificação da empresa passou de underweight (desempenho abaixo da média) para equalweight (desempenho em linha com a média). Vale mencionar que as ações da mineradora foram destaque de alta na semana passada, subindo 6% por cinco pregões consecutivos.

Embraer (EMBR3, R$ 20,73, -2,36%)
A companhia assinou junto ao governo de Honduras um protocolo para o reparo de aviões da Força Aérea hondurenha e também melhorar a capacidade de defesa do país contra o narcotráfico e situações de desastres naturais. Ainda não foram divulgados os valores financeiros do acordo e se haverá a inclusão de compra ou reparação dos aviões Tucanos da Embraer. Honduras foi o primeiro país a importar aeronaves brasileiras, em 1984. Geraldo Gomes, vice-presidente de Negócios da Embraer, disse em entrevista ao jornal hondurenho que a parceria deve incluir um processo de capacitação da indústria de defesa do país da América Central.

Apesar da queda das ações hoje, é válido mencionar que as ações da Embraer atingiram ontem seu maior patamar desde 23 de julho de 2013, o que pode colaborar para uma realização neste pregão. Além disso, vale destacar o movimento de queda do dólar nesta sessão, que recua 0,5%, voltando para o patamar de R$ 2,21. Como a maior parte dos contratos da companhia são feitos em dólar, uma queda da divisa acaba prejudicando a receita da Embraer.

CVC (CVCB3, R$ 12,93, 2,78%)
A companhia informou que as reservas confirmadas no mês de junho recuaram 15% por causa da Copa do Mundo. No total, as reservas somaram R$ 330,4 milhões, ante R$ 386,8 milhões um ano antes. “A Copa do Mundo tem impactado negativamente as indústrias de viagens e de lazer, bem como o segmento de varejo no Brasil”, afirmou a CVC.

Cielo  (CIEL3, R$ 45,31, -0,13%)
Hoje, o Barclays rebaixou a classificação dos papéis da empresa de overweight (desempenho acima da média) para equalweight (desempenho em linha da média). No ano, as ações acumulam valorização de
40,07%

HRT (HRTP3, R$ 1,09, +3,81%) 
A empresa informou que assinou acordo com Maersk para compra de 40% de participação no Campo de Polvo, na Bacia de Campos. Conforme informou a petroleira, a conclusão da transação de compra e venda entre as empresas está sujeita a determinadas condições, dentre as quais a aprovação final da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 

(Com Reuters)