Usiminas e exportadoras disparam na semana e MMX cai 15%; veja maiores altas e baixas

Ações das exportadoras subiram forte com a alta do dólar, anúncio de Mantega e dados da China, enquanto cenário complicado afetou ações da MMX e da Oi

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após duas quedas seguidas, a semana foi bastante positiva para o Ibovespa, com o índice fechando com ganhos de 1,69%, a 54.055 pontos. E neste período, quem ganhou o maior destaque de alta foram as ações das companhias exportadoras, que subiram forte. 

As ações da Usiminas (USIM5, R$ 8,44, +11,35%), (EMBR3, R$ 21,25, +8,25%), CSN (CSNA3, R$ 10,11, +8,01%), Vale (VALE3, R$ 31,22, +7,43%; VALE5, R$ 27,86, +6,30%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 16,63, +6,60%), Fibria (FIBR3, R$ 23,10, +6,94%) e Gerdau (GGBR4, R$ 13,75, +5,69%) foram os grandes destaques da semana. 

No início do período, as exportadoras foram beneficiadas com a alta do dólar em relação ao real, em meio à expectativa com os números dos Estados Unidos do mercado de trabalho, que foram revelados ontem. O mercado projetava uma aceleração da criação de postos de trabalho no país, o que aumentaria as expectativas de juros maiores nos Estados Unidos. As projeções se tornaram realidade, mas a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yelen, destacando que continuará com a política de juros baixos ainda por um longo período, tranquilizou os mercados e levou o dólar a registrar menores valorizações.

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Porém, nem por isso as exportadoras diminuíram os ganhos. Isso porque, por outro lado, a China animou os mercados com sinais de que a sua economia estaria se estabilizando em meio á divulgação de diversos PMIs (Índice de Gerente de Compras) por lá. 

Na leitura do CFLP, o índice PMI da indústria subiu a 51 em junho, de 50,8 em maio, ante previsão de avanço a 51,1. É a maior leitura do ano do índice oficial, igualando a marca registrada em dezembro de 2013. Já o PMI industrial medido pelo HSBC subiu a 50,7 na leitura final de junho, de 49,4 em maio, ficando ligeiramente abaixo da leitura preliminar, de 50,8. É a primeira vez que o indicador encerra um mês de 2014 mostrando melhora da atividade.

A mineradora também repercutiu a recuperação dos preços de minério de ferro. Enquanto isso, as siderúrgicas ainda reagiam ao anúncio feito na segunda-feira pelo ministro da fazenda, Guido Mantega, que manteve a alíquota reduzida do IPI, lembrando que o setor automotivo é um dos grandes clientes das siderúrgicas. A continuidade da tarifa menor foi anunciada após o ministro se reunir com representantes da Anfavea. As montadoras têm sofrido com alto nível de estoques e reduziram em 18% a produção de veículos nas linhas de montagem em maio, na comparação com o mesmo mês de 2013.

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MMX e Oi são os destaques de queda
Já entre os destaques de queda, estão as ações da MMX Mineração (MMXM3), que encerrou a semana com perdas de 15,14%, seguindo as fortes baixas de 12,10% na sessão anterior, quando anunciou os resultados do primeiro trimestre.  

Em meio a muitas turbulências, a companhia que em 2013 passou por uma reestruturação com venda de ativos devido a dificuldades financeiras do grupo EBX, de Eike Batista, demonstrou em seu resultado trimestral prejuízo líquido de R$ 69,2 milhões entre janeiro e março, um aumento de 24,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado foi influenciado pela ampliação do resultado financeiro negativo da companhia em quase três vezes, a R$ 129,2 milhões.

A MMX concluiu em fevereiro deste ano a venda de 65% do Porto Sudeste à trading holandesa Trafigura Beheer e ao fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, num acordo envolvendo investimentos de 400 milhões de dólares e assunção de dívidas da MMX no valor de R$ 1,3 bilhão.

Na última quinta-feira (26), a mineradora disse que buscava um parceiro para mina no projeto Serra Azul, em Minas Gerais, enquanto lida com o colapso do conglomerado de petróleo, energia, mineração, construção naval e operações portuárias do empresário. O minério de ferro no mercado à vista caiu mais de um terço nos últimos 10 meses e agora opera perto de mínimas de dois anos e, de acordo com a mineradora, isto estava dificultando o encontro de uma parceria.

Vale lembrar que a mineradora informou, na última quarta-feira,  que seu conselho de administração aprovou a contratação da empresa de consultoria Angra Partners para auxiliar sua controlada MMX Sudeste na reestruturação de dívidas e o consequente reposicionamento da companhia no mercado, após os fortes baques do ano passado. A companhia é uma “velha conhecida” das empresas do grupo EBX, que a contratou em setembro do ano passado para superar dificuldades financeiras.

Enquanto isso, a Oi (OIBR4) tem uma nova semana de perdas, de 11,44% em meio ao impasse com a Portugal Telecom. A companhia disse que não foi informada pela Portugal Telecom sobre o investimento na dívida da Rio Forte Investiments, acrescentando que tomará medidas para defender seus interesses. Em fato relevante, a Oi afirmou ter solicitado esclarecimentos adicionais à Portugal Telecom, com a qual está em processo de fusão, sobre a compra de 897 milhões de euros em notas promissórias da Rio Forte, que faz parte do Grupo Espírito Santo.

Segundo a Oi, o investimento da parceira portuguesa foi feito antes da subscrição e integralização do capital da Oi pela Portugal Telecom.

Maior banco listado de Portugal, o Banco Espírito Santo (BES), que era controlado pela família Espírito Santo até uma emissão de ações neste mês, é o maior acionista da Portugal Telecom, com uma fatia de 10%. Por sua vez, a Portugal Telecom detém cerca de 2 por cento do Banco Espírito Santo. A reação do mercado se deve uma vez que a PTestaria refinanciando a si própria através da dívida de sua principal acionista, o que tem impacto reputacional. 

Veja as maiores altas da semana no Ibovespa:

Ação Cotação Desempenho na semana
Usiminas R$ 8,44 +11,35%
Embraer R$ 21,25 +8,25%
CSN R$ 10,11 +8,01%
VALE ON R$ 31,22 +7,43%
Fibria R$ 23,10 +6,94%

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.