Sem fundo, MMX vira o novo pesadelo de Eike Batista na Bolsa?

Desde a divulgação de seu resultado do 1° trimestre, o papel só cai na Bovespa: são 9 pregões de queda em 10, acumulando 26% de desvalorização

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – As ações da MMX Mineração (MMXM3), controlada pelo empresário Eike Batista, vivem seu “inferno astral” na Bolsa, em meio a uma combinação de forte queda do preço do minério de ferro no ano e prejuízo no primeiro trimestre. Nem mesmo os anúncios feitos na última quarta-feira, entre eles a contratação da Angra Partners para ajudar na reestruturação de suas dívidas, contribuíram para reverter o cenário de fortes perdas na Bovespa. 

Desde a divulgação de seu resultado dos meses de janeiro a março, em 24 de junho, o papel praticamente só cai na Bovespa. São 9 pregões de perdas em 10, acumulando no período desvalorização de 26%. Na segunda-feira, 7, as ações renovaram sua mínima histórica no intraday, atingindo cotação de R$ 1,81.

Ou seja, os recentes comunicados não tem ajudado muito a empresa na Bolsa, que fechou no início deste ano a venda de 65% do Porto Sudeste para a Trafigura e Mubadala. A mineradora parece ainda não ter fôlego suficiente para respirar mais aliviada. Um dos grandes desafios da empresa tem sido o cenário internacional para o minério de ferro.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Isto é, a contratação da empresa de consultoria Angra Partners para auxiliar sua controlada MMX Sudeste na reestruturação de dívidas e o consequente reposicionamento da companhia no mercado e a assinatura de documentos e contratos referentes ao arrendamento de direitos minerários localizados em Corumbá (MS), bem como cessão de determinados contratos, e eventual alienação futura da totalidade das ações de emissão pela MMX Corumbá detidas pela empresa ainda não cessaram as desconfianças do mercado. Vale lembrar que, segundo balanço enviado pela companhia ao mercado em março deste ano, o Sistema Corumbá gerou R$ 97,83 milhões em despesas comerciais para a MMX, montante ligeiramente abaixo dos R$ 98,15 milhões vistos no ano anterior.

Isso ocorre por conta de um forte pessismo gerado após a divulgação de resultado. Em teleconferência sobre os números do trimestre, a própria empresa disse que a busca por parceiro para ajudar a financiar sua expansão tem sido mais difícil por causa da queda dos preços do minério de ferro. A MMX está em processo de reestruturação e busca um parceiro para mina no projeto Serra Azul, em Minas Gerais, enquanto lida com o colapso do conglomerado de petróleo, energia, mineração, construção naval e operações portuárias do empresário. 

A MMX vende toda a sua produção de minério de ferro no mercado doméstico, mas sofre, indiretamente, com os efeitos da redução da commodity no mercado internacional por força de uma demanda menor da China, principal consumidor mundial do produto. Apesar das altas dos dois últimos dias, o preço do minério de ferro no mercado à vista caiu mais de um terço nos últimos dez meses. 

Continua depois da publicidade

Contribuindo ainda para o cenário nebuloso, a MMX anunciou no primeiro trimestre que suspendeu a produção no sistema Corumbá, passando a contar apenas com o sistema Sudeste. Tudo isso, foi somado ainda a queda de 15% na venda do minério de ferro entre os meses de abril e julho, para 1,2 milhão de toneladas.