Tensões entre Rússia e Ucrânia afetam bolsas mundiais e Ibovespa vira para queda

Bovespa acompanha maior parte das bolsas pelo mundo, que passaram a registrar menores ganhos em meio às notícias de que a Rússia planeja fazer exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia; no Brasil, destaque para resultados do Bradesco, Usiminas, Fibria, Klabin e Natura

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após abrir com ganhos com os EUA e a expectativa por um dia positivo por lá, o Ibovespa passou a registrar perdas logo na primeira hora de pregão nesta quinta-feira (24). Às 10h49 (horário de Brasília), o índice registrava queda de 0,56%, a 51.281 pontos, com as tensões na Ucrânia dando o tom do mercado e aumentando a aversão ao risco. 

A agenda econômica dos EUA teve números mistos, com os pedidos de auxílio desemprego registrando alta para 329 mil, acima da expectativa do mercado de 315 mil. Enquanto isso, o número de encomendas de bens duráveis ficou acima do esperado ao registrar alta de 2,6% na comparação mensal. Nos EUA, o dia aponta para ser positivo em meio às boas notícias corporativas da Apple e Facebook. A Apple aprovou uma ampliação do programa de recompra de ações em US$ 30 bilhões, enquanto o Facebook registrou bons números no primeiro trimestre, com a receita saltando 72% no período.

Contudo, as bolsas norte-americanas também passaram a registrar menores ganhos, assim como as europeias e a brasileira, em meio a maior tensão na Ucrânia, que volta à tona. As notícias de que a Rússia planeja lançar exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia, em resposta aos últimos confrontos nos quais pelo menos cinco ativistas pró-russos foram mortos, no leste da Ucrânia repercutem no mercado e aumentam a aversão ao risco. Segundo o The Wall Street Journal, o ministro da Defesa da Rússia também disse que os exercícios incluem operações aéreas, perto da fronteira com a Ucrânia.

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O noticiário corporativo brasileiro também é bastante movimentado, com destaque para a temporada de resultados do primeiro trimestre, com a divulgação dos números de quatro empresas que fazem parte do Ibovespa: Bradesco (BBDC4, R$ 33,40, +1,21%; BBDC3, R$ 34,58, +0,82%), Usiminas (USIM5, R$ 9,59, +0,95%), Fibria (FIBR3, R$ 22,00, -2,83%), Klabin (KLBN4, R$ 2,24, +0,48%) e Natura (NATU3, R$ 38,47, -4,23%). Enquanto Usiminas e Bradesco lideram os ganhos do Ibovespa após o balanço, mesmo diminuindo os ganhos em relação ao início da sessão, as ações da empresa de cosméticos registram queda de mais de 4% e lideram as perdas do índice. Já as ações da Fibria, após abrirem em leve alta após o balanço, passaram a registrar perdas. 

Bradesco, segundo maior banco privado brasileiro, anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 3,47 bilhões no primeiro trimestre, o que representa um crescimento de 18% sobre o mesmo período de 2013. O resultado ficou levemente acima do esperado pelo analistas do BB Investimentos, que apontavam para um lucro de R$ 3,37 bilhões. Usiminas anunciou os resultados do primeiro trimestre de 2014, registrando um lucro líquido de R$ 222 milhões, 372% superior ao do quarto trimestre de 2013 e revertendo o prejuízo líquido de R$ 123 milhões registrados entre janeiro e março do ano passado.  

Fibria registrou um lucro líquido de R$ 19 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 20,8% frente ao mesmo período do ano anterior. No quarto trimestre, a companhia havia registrado um prejuízo líquido de R$ 185 milhões. Enquanto isso, a Klabin divulgou que o lucro líquido do primeiro trimestre triplicou ante igual período do ano passado, a R$ 607 milhões.Por fim, o lucro da Natura caiu 6%, afetado por despesas com depreciação e amortização e financeiras, além do impacto de impostos, afirmou a empresa. 

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Fibria (FIBR3) registrou um lucro líquido de R$ 19 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 20,8% frente ao mesmo período do ano anterior. No quarto trimestre, a companhia havia registrado um prejuízo líquido de R$ 185 milhões. Por fim, o lucro da Natura (NATU3) caiu 6%, afetado por despesas com depreciação e amortização e financeiras, além do impacto de impostos, afirmou a empresa. 

Fora da temporada de balanços, chama atenção as notícias envolvendo a Petrobras (PETR3PETR4). A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber aceitou o pedido da oposição e decidiu na véspera que o Senado deve instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) exclusiva sobre a Petrobras. As ações da companhia têm um novo dia de forte volatilidade e, após abrirem com alta de mais de 1%, passaram a registrar queda. 

O noticiário político também chama a atenção, em meio à matéria publicada pelo jornal Valor Econômico de que o presidente do Banco Central Alexandre Tombini pode substituir Guido Mantega no comando do ministério da fazenda ainda em 2014. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.