Ibovespa intensifica perdas repercutindo dados industriais da China e dos EUA

Na China, o PMI (Índice de Gerente de Compras) do gigante asiático atingiu 48,3 pontos em abril, ante 48 em março, enquanto os EUA mostraram expansão da atividade, mas abaixo do esperado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa intensifica as perdas registradas na abertura da sessão desta quarta-feira (23), acompanhando o movimento de baixa das bolsas mundiais e repercutindo os dados da China, assim como os dos EUA. Às 12h45 (horário de Brasília), o índice registrava queda de 1,09%, a 51.409 pontos. 

Na China, o PMI (Índice de Gerente de Compras) do gigante asiático atingiu 48,3 pontos em abril, ante 48 em março, com esta leitura mostrando uma contração na economia da China pelo quarto mês consecutivo. Segundo a equipe de análise da LCA, o fraco desempenho da China no setor industrial, confirma a necessidade de novas medidas de estímulo para garantir o cumprimento da meta de crescimento do PIB deste ano, de 7,5%. “Esperamos algumas medidas pontuais, especialmente em projetos de infraestrutura, mas nada capaz de proporcionar substancial mudança ao longo deste trimestre”, completa o relatório da LCA.

Repercute ainda no mercado os dados do setor industrial dos EUA, que expandiu menos do que o esperado em abril com recuo dos estoques, mas o crescimento da produção industrial atingiu o ritmo mais rápido em três anos, de acordo com o PMI. O Markit informou que seu PMI preliminar de indústria dos EUA caiu para 55,4 em abril, ante 55,5 em março. Economistas consultados pela Reuters esperavam 56,0. 

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Enquanto isso, as vendas de novas moradias para uma única família nos Estados Unidos despencaram para o menor nível em oito meses em março, em um revés para a recuperação do setor imobiliário.

Blue chips em queda
Em meio aos dados não animadores da China, as ações da Vale (VALE3;VALE5) registram baixa de 1,20% para os ativos ON e também expressiva para os papéis PNA, com queda de 1,18%. As ações de siderúrgicas também têm um dia negativo na Bolsa, com destaque para CSN (CSNA3, R$ 9,13, -1,30%) e Usiminas (USIM5, 9,26, -1,17%). 

No noticiário corporativo, a Petrobras (PETR3, R$ 15,11, -0,79%; PETR4, R$ 15,86, -0,63%) vê suas ações registrarem queda. Nesta data, a empresa chamou a atenção mais uma vez do mercado ao devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Bacia de Santos, foi entregue no último mês à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível, após a estatal não ter cumprido o prazo para declaração de comercialidade da área, informou O Estado de S. Paulo.

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Essa foi a primeira vez que a companhia devolveu uma área de pré-sal. Para o mercado, a decisão foi um sinal de que a empresa está revendo suas prioridades de exploração para cumprir os investimentos previstos. A meta da Petrobras é dobrar a produção até 2020, atingindo 4 bilhões de barris de óleo por dia.

Enquanto isso, as ações das imobiliárias seguem chamando a atenção, , após a divulgação das prévias operacionais das construtoras e incorporadoras MRV (MRVE3), EVEN (EVEN3) e Gafisa (GFSA3). As ações da MRV, que iniciaram o dia com ganhos de cerca de 2%, viraram para baixa, enquanto os papéis da Gafisa, que estavam perto da estabilidade, também passaram a registrar expressiva queda, de 2,97%. O destaque de baixa é a Even, com desvalorização de 3,27%, a R$ 7,11. 

A MRV informou na terça-feira que os lançamentos subiram 6% na comparação anual, mas as vendas subiram 40% no mesmo período, em mais um sinal de redução de estoques. No ano passado, a construtora e incorporadora mineira concentrou seus lançamentos no quarto trimestre, com alta de 101% frente ao mesmo período de 2012. 

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Já a Even divulgou queda tanto de lançamentos quanto de vendas. Os lançamentos recuaram 33,5% em relação aos dados divulgados um ano antes, e as vendas contratadas, também focadas na redução dos estoques, diminuíram 18,6%. 

Por outro lado, a Gafisa apresentou forte alta nos lançamentos no primeiro trimestre, de 172%. As vendas também mais do que dobraram no período, mas a redução de estoques também predominou e representou 76% dos empreendimentos comercializados no período.

Por outro lado, poucas ações registram ganhos dentre as que compõem o Ibovespa, com destaque também para uma imobiliária: a Rossi Residencial (RSID3, R$ 1,61, +2,55%). 

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Europa e Ásia
As bolsas no continente asiático fecharam a quarta-feira sem uma única direção. O Nikkei, benchmark do Japão, terminou a sessão com alta de 1,09%, superando as perdas do pregão anterior. Já na China, os benchmarks do país reagiram aos fracos dados divulgados e fecharam em queda. O índice de Shangai Composto encerrou o dia com perdas de 0,3%, enquanto o Hang Seng fechou o dia negativo com queda de 0,97%.

Na Europa, apesar dos dados positivos da Zona do Euro, investidores reagem também aos dados ruins da China, e registram queda. Na Europa, a leitura preliminar do PMI composto calculado pela Markit subiu para 54,0, ante 53,1 em março, o segundo patamar mais elevado desde maio de 2011, e consiste no décimo mês consecutivo de expansão, enquanto a prévia do PMI da indústria avançou para 53,3, ante 53,0 em março, ao passo que a prévia do indicador de serviços passou de 52,2 para 53,1. Ambos os indicadores ficaram acima das estimativas do mercado.Destaque ainda para a ata da última reunião de política monetária do BoE (Bank of England).

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.