Petrobras devolve área do pré-sal; Eletrobras e mais 9 empresas no radar

MRV, Even e Gafisa voltam a desovar estoques no 1° trimestre; Marisa compra 20% da Netpoints Fidelidade

Paula Barra

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SÃO PAULO – A quarta-feira (23) inicia com o noticiário corporativo agitado. Em meio a denúncias de irregularidades e alto endividamento, a Petrobras (PETR3; PETR4) optou por devolver a área em que realizou a primeira perfuração do pré-sal. O bloco BM-S-10, na Bacia de Santos, foi entregue no último mês à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível, após a estatal não ter cumprido o prazo para declaração de comercialidade da área, informou O Estado de S. Paulo.

Essa foi a primeira vez que a companhia devolveu uma área de pré-sal. Para o mercado, a decisão foi um sinal de que a empresa está revendo suas prioridades de exploração para cumprir os investimentos previstos. A meta da Petrobras é dobrar a produção até 2020, atingindo 4 bilhões de barris de óleo por dia.

Minoritário da Eletrobras entra com ação contra União e CVM
Além disso, ganha destaque uma notícia de O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, um acionista minoritário da Eletrobras (ELET3; ELET6) entrou com ação no Ministério Público Federal contra a União e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para impedir a celebração de um compromisso entre a União e o órgão fiscalizador do mercado de capitais.

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O minoritário alega que o governo, como acionista majoritário da Eletrobras, teria votado em conflito de interesse em assembleia realizada em 2012 para aprovação da renovação antecipada das concessões conforme proposto pela MP 579, com uma indenização inferior à prevista inicialmente pela companhia. 

MRV, Even e Gafisa
As construtoras e incorporadoras MRV Engenharia (MRVE3), EVEN (EVEN3) e Gafisa (GFSA3) deram continuidade à venda de estoques no primeiro trimestre, um período que deve ser mais fraco para o setor depois de fortes lançamentos entre outubro e dezembro do ano passado.
 

A MRV informou na terça-feira que os lançamentos subiram 6% na comparação anual, mas as vendas subiram 40% no mesmo período, em mais um sinal de redução de estoques. No ano passado, a construtora e incorporadora mineira concentrou seus lançamentos no quarto trimestre, com alta de 101% frente ao mesmo período de 2012.

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Já a Even divulgou queda tanto de lançamentos quanto de vendas. Os lançamentos recuaram 33,5% em relação aos dados divulgados um ano antes, e as vendas contratadas, também focadas na redução dos estoques, diminuíram 18,6%.

Por outro lado, a Gafisa apresentou forte alta nos lançamentos no primeiro trimestre, de 172%. As vendas também mais do que dobraram no período, mas a redução de estoques também predominou e representou 76% dos empreendimentos comercializados no período. 

Na semana passada foi a vez da Cyrela (CYRE3) apresentar seus números. A companhia viu seus lançamentos dobraram entre janeiro e março na comparação com 2013 e chegaram a R$ 1,914 bilhão. As vendas subiram 13,9% no período.

“Com poucas exceções, o primeiro trimestre deve ser mais fraco para a construtoras”, disse em relatório a analista do Credit Suisse, Nicole Hirakawa. Fatores como o efeito calendário devido ao Carnaval mais tarde este ano e o alto volume de lançamentos observados no último trimestre devem pressionar as companhias, adicionou.

Duratex vê lucro crescer 8,3% no 1° tri
Dando continuidade à temporada de balanços no Brasil, a Duratex (DTEX3) divulgou nesta manhã que seu lucro líquido recorrente no primeiro trimestre caiu 8,2%, indo para R$ 131,194 milhões. Já o lucro líquido ficou em R$ 161,233 milhões, aumento de 8,3%. 

Segundo a empresa, apesar das pressões de custos, que acabaram por prejudicar o resultado operacional medido pelo Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o lucro líquido do período acabou beneficiado pelo efeito da variação do valor justo dos ativos biológicos e exaustão do ajuste em R$ 16,3 milhões e pela redução da alíquota efetiva do imposto de renda, com efeito positivo no resultado de R$ 40 milhões, decorrente da declaração de JCP (Juros sobre Capital Próprio extraordinário. A receita líquida consolidada ficou em R$ 929,588 milhões, crescimento de 7,5%, enquanto o Ebitda totalizou R$ 346,463 milhões, alta de 0,3%. 

Marisa compra 20% da Netpoints Fidelidade
A Lojas Marisa (AMAR3) adquiriu da Smiles (SMLE3) 20% da Netpoints Fidelidade por R$ 26,026 milhões. A empresa afirmou que terá direito de veto em matérias relevantes e poderá indicar um membro do Conselho de Administração e outros três eventuais comitês criados pela Netpoints.

A Smiles, rede de fidelidade da Gol, comprou 25% da Netpoints em outubro passado por R$ 25 milhões, em uma operação que previa uma opção de aquisição de controle da empresa.

“Esclarecemos que permanece inalterado o direito da companhia de aquisição de controle da Netpoints após o término do exercício social de 2018”, disse a empresa em comunicado. Também estão garantidos o veto em matérias relevantes e a indicação de um assento no Conselho de Administração da Netpoints.

Oi resiste ao leilão 4G
A Oi (OIBR4) é a última a insistir em um adiamento do leilão de frequência do serviço de internet móvel do governo, de US$ 3 bilhões, programado para agosto, disse um funcionário da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) à Bloomberg. As principais concorrentes da Oi – Vivo (VIVT4), Claro e TIM (TIMP3) – recuaram após terem pedido adiamento anteriormente, disse disse Carlos Baigorri, superintendente de fusões e aquisições da reguladora Anatel, em Brasília. O que comenta é que para a Oi adiar o leilão daria mais tempo para que a companhia concluísse sua fusão com a Portugal Telecom e para trabalhar para recompor seu balanço, o mais endividado entre as operadoras brasileiras de telefonia. 

Elétricas
A CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) cobrirá cerca de R$ 4,7 bilhões em gastos das distribuidoras no mercado de curto prazo em fevereiro, informou diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), nesta terça-feira (22).

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, disse que a Superintendência de Regulação Econômica da agência deverá divulgar na quarta-feira um despacho com os valores de aporte da CDE para as distribuidoras, referentes às operações de fevereiro. O valor previsto para fevereiro é significativamente maior que o R$ 1,2 bilhão de cobertura em janeiro. A liquidação dessas operações está marcada para ocorrer nos próximos dias 28 e 29.

Rufino disse a jornalistas, após reunião da Aneel, que a necessidade de cobertura de gastos de fevereiro é o maior valor já registrado até agora, mas que a tendência é que esse número diminua após o leilão de energia A-0, marcado para 30 de abril, e à medida que outros empreendimentos novos de geração de energia iniciam a operação.

Além disso, agentes do setor elétrico aprovaram em assembleia geral extraordinária da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), a contratação de empréstimo para ajudar as distribuidoras de energia elétrica com gastos no curto prazo.

Segundo o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata, nove dos 13 bancos anunciados como possíveis participantes da operação confirmaram que participarão do empréstimo, estimado em R$ 11,2 bilhões. Esses bancos são: Banco do Brasil, Bradesco, Santander, BTG Pactual, Itaú Unibanco, Citibank, JPMorgan, Caixa Econômica Federal, Bank of America Merrill Lynch.

Morgan Stanley adquire mais ações da HRT
A HRT (HRTP3) informou nesta noite que o Morgan Stanley, por meio de suas subsidiárias, Morgan Stanley Uruguay, Caieiras Fundo de Investimento Multimercado e Morgan Stanley Smith Barney, informou que detém um total de 17.235.357 ações ordinárias da companhia, equivalente a 5,8% do capital social da HRT.

O Morgan Stanley declarou que “a aquisição da participação não se trata de aquisição de controle da companhia, mas sim de investimento que não busca alterar a administração, composição do controle ou funcionamento da mesma”.

Restoque elege Livinston Bauermeister é eleito presidente
A Restoque (LLIS3) comunicou que seu diretor presidente, Alexandre Calixto Afrange, deixou o cargo na companhia. Livinston Bauermeister foi eleito pelo conselho de administração da empresa para ocupar o cargo, após um período de transição iniciado em agosto do ano passado com sua eleição como diretor geral de operações. Ele também foi membro do conselho de administração da companhia por mais de 6 anos.

Klabin aprova emissão de debêntures
O Conselho de Administração da Klabin (KLBN4) aprovou a emissão de R$ 800 milhões em debêntures, parte do financiamento do projeto de construção de uma fábrica de celulose na cidade de Ortigueira, no Paraná.

A emissão era condição para a efetivação de financiamento aprovado junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) no valor de R$ 3,37 bilhões.

(Com Reuters)