Ex-Itaú na Marisa, ex-TAM na Via Varejo, Petrobras, Vale e imobiliárias agitam a noite

Petrolífera estatal anuncia corte de custos, enquanto o governo da Guiné cancelou concessões de minério de ferro da joint venture entre Vale e BSGR

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em noite agitada pré-feriado, diversas empresas divulgaram comunicados na noite desta quinta-feira (17). Entre elas a Petrobras (PETR3; PETR4), que pretende ampliar em mais de 10% a redução de seus custos operacionais neste ano, a R$ 7,3 bilhões, depois de ter conseguido economizar R$ 6,6 bilhões no ano passado, informou a empresa em nota divulgada nesta quinta-feira (17). A meta faz parte do Procop (Programa de Otimização de Custos Operacionais da estatal), que estenderá seu escopo de atuação para a Área Internacional.

“As iniciativas incorporarão os ativos operacionais da Petrobras em oito países (Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Estados Unidos e Japão), nos segmentos de produção de petróleo e gás natural, refino e distribuição”, disse a empresa, acrescentando que as metas para a área internacional serão estabelecidas em setembro.

O Procop foi lançado em dezembro de 2012 após a Petrobras ter registrado seu primeiro prejuízo trimestral em mais de 13 anos. Na época, a então nova gestão da estatal passou a buscar formas de operar de com mais eficiência, para melhorar suas margens, tendo em vista a defasagem entre os preços dos combustíveis no mercado doméstico e internacional.

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Quando lançado, o Procop previa uma economia de R$ 32 bilhões entre 2013 e 2016, meta que depois foi ampliada para 34 bilhões de reais com a inclusão das subsidiárias Liquigás, BR Distribuidora e Petrobras Biocombustível em julho de 2013.

Após superar meta de economia em 2013, estimada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, o objetivo do Procop para o período de 2013 a 2016 foi elevado a R$ 37,5 bilhões, segundo Plano de Negócios da estatal divulgado no início do ano. “A economia de R$ 6,6 bilhões obtida por meio do Procop equivale ao ganho que se obteria com a produção de 130 mil barris diários de petróleo ou ao valor do bônus de assinatura pago pela Petrobras no 1º leilão do regime de partilha de produção pela área de Libra”, disse a empresa.

Vale
O governo da Guiné aceitou relatório recomendando o cancelamento das concessões de minério de ferro de uma joint venture formada pela Vale (VALE3; VALE5) e a BSG Resources (BSGR), disse uma porta-voz do governo nesta quinta-feira.

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“O gabinete aprovou as recomendações do comitê técnico”, afirmou o porta-voz do governo, Damantang Albert Camara, acrescentando que a decisão está relacionada à “natureza fraudulenta nas quais as permissões foram concedidas”.

Uma fonte do governo havia antecipado a decisão do governo mais cedo à Reuters.

A BSGR vendeu 51 por cento de seus ativos na Guiné para a Vale em 2010, quando criou a VBG, em um negócio de 2,5 bilhões de dólares. A Vale pagou 500 milhões de dólares no ato, com pagamento futuros condicionados ao cumprimento de metas de produção.

O relatório disse que a Vale, maior acionista da VBG, não participou da corrupção.

A BSGR, braço de mineração do bilionário israelense Beny Steinmetz, negou as alegações e disse que irá buscar arbitragem internacional.

Cyrela
A Cyrela (CYRE3) viu seus lançamentos dobrarem no primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, marcando a cifra de R$ 1,914 bilhão, impulsionados por novos empreendimentos no Rio de Janeiro e uma base de comparação fraca, com forte redução na participação de parceiros da companhia.

Do total arrecadado, apenas R$ 195 milhões corresponderam a parceiros, uma queda anual de 50 por cento diante da ausência de lançamentos para o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

A participação da Cyrela nos lançamentos do período atingiu 89,8 por cento, sendo superior à apresentada um ano antes, quando foi de 58,8 por cento.

Em fevereiro, a companhia lançou o “Lead Américas”, com valor geral de vendas (VGV) de 381 milhões de reais e em março, o “Risierva Golf”, de 902 milhões de reais, disse a Cyrela em comunicado.

No trimestre, os lançamentos no segmento médio e alto padrão foram de 1,589 bilhão, alta de 111,2 por cento ante 2013, quando foi de 752 milhões.

Já as vendas contratadas da Cyrela aumentaram 13,9 por cento, a 1,548 bilhão de reais, disse a companhia. Deste total, 75,1 por cento das vendas foram do segmento de médio e alto padrão, que atingiu 1,162 bilhão, crescimento de 37 por cento sobre o primeiro trimestre de 2013.

A companhia divulga resultados completos dos três primeiros meses do ano em 14 de maio, após fechamento dos mercados.

EzTec
Outra companhia que divulgou suas prévias foi a a Ez Tec (EZTC3), afirmando que lançou no dia 27 de março as duas últimas fases do empreendimento Cidade Maia, localizado em Guarulhos. A fase, denominada Botânica, conta com 2 torres residenciais, totalizando 566 apartamentos, e R$ 182,8 milhões em VGV próprio. A fase, denominada Reserva, conta com 2 torres residenciais, totalizando 224 unidades, e R$ 128,5 milhões em VGV. Assim, no primeiro trimestre de 2014, a Companhia lançou 790 unidades, para um VGV de R$ 311,2 milhões.

Além disso, a companhia informou que seu perfil da venda do primeiro trimestre foi, predominantemente, de produtos em estoque. A EzTec atingiu o volume de R$ 142,8 milhões em  vendas, sendo 91% referentes à venda de empreendimentos lançados em trimestres anteriores.

Marisa
A Marisa (AMAR3) informou que a partir desta quinta-feira, Marcio Goldfarb deixa a presidência do conselho de administração da companhia. Marcio continuará como presidente da empresa e como membro do conselho. Para seu lugar de presidente do conselho, foi eleito Israel Vainboim, membro independente eleito em 2013. O executivo é conhecido por ser um dos maiores nomes no Unibanco, participando ativamente da fusão com o Itaú em 2008.

A companhia comunicou, ainda, a chegada ao conselho de Gustavo Wigman como novo membro representante dos acionistas minoritários. Com as mudanças, o conselho de administração da Marisa passa a ser composto por 6 membros: Decio Goldfarb, Denise Goldfarb e Marcio Goldfarb, além dos conselheiros independentes Cassio Casseb e o presidente Israel Vainboim e o representante dos acionistas minoritários Gustavo Wigman.

Via Varejo
A companhia de móveis e eletrodomésticos Via Varejo (VVAR11), do Grupo Pão de Açúcar, anunciou nesta quinta-feira que o diretor presidente da companhia, Francisco Valim, renunciou ao cargo. 

Para o lugar do executivo, o conselho de administração da Via Varejo, empresa que possui as redes de lojas Casas Bahia e Ponto Frio, elegeu Líbano Barroso, atual membro do conselho e vice-presidente de desenvolvimento estratégico do GPA.

Valim foi eleito para ser presidente da Via Varejo no final de agosto do ano passado, com mandato previsto para se encerrar em 21 de novembro deste ano. Barroso, ex-presidente executivo da companhia aérea TAM, foi contratado para a vice-presidência estratégica do GPA em novembro.

A mudança ocorre depois que o executivo Ronaldo Iabrudi substituiu em janeiro Enéas Pestana no comando do Grupo Pão de Açúcar, em meio a uma revisão da estrutura administrativa do GPA depois que o grupo francês Casino obteve controle da companhia brasileira em 2012.

A alteração na presidência da Via Varejo também ocorre em meio a plano do GPA de acelerar abertura de lojas neste ano, mas mantendo o mesmo investimento de 1,85 bilhão de reais aplicado em 2013. No primeiro trimestre, a Via Varejo teve alta de 5,8 por cento na receita líquida, a 5,44 bilhões de reais, enquanto a divisão alimentar do GPA teve expansão de 11,4 por cento, a 8,22 bilhões.

Com Reuters

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.