Embalado por China, Ibovespa se recupera e sobe 1,48% guiado por blue chips

Mercado brasileiro acompanhou exterior em dia marcado por livro bege do Fed e vencimento de opções do Ibovespa; Vox Populi sai esta noite e pode mexer com as estatais de novo

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – O Ibovespa encerrou nesta quarta-feira (16) uma sequência de duas quedas ao terminar o dia em alta de 1,48%, a 51.200 pontos, puxado por uma alta generalizada de 62 das 72 ações que compõem o índice, sobretudo de pesos-pesados como Petrobras (PETR3, R$ 15,08, +1,69%; PETR4, R$ 15,78, +3,00%) e siderúrgicas. Em dia que marcou o vencimento de opções sobre o índice, o desempenho do benchmark acompanhou o movimento positivo das bolsas internacionais, que se animaram com os dados da China. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 6,03 bilhões.

O PIB (Produto Interno Bruto) da segunda maior economia do mundo mostrou crescimento de 7,4%, um pouco acima das estimativas de analistas, de 7,3%. Porém, a leitura deste primeiro semestre foi mais baixo do que a registrada nos últimos três meses de 2013 de 7,7%. Outros dados divulgados nesta quarta-feira mostraram que as vendas no varejo cresceram 12,2% no ano, enquanto a produção industrial do país subiu para 8,8%, mas ambos ficaram abaixo da expectativa do mercado. Com isso, as ações da Vale (VALE3, R$ 31,08, +0,45%; VALE5, R$ 28,15, +1,00%) voltaram a subir após caírem forte na véspera por 3 motivos, sendo um deles relacionado com as preocupações sobre a desaceleração chinesa.

No Brasil, além do vencimento de opções sobre o Ibovespa, o dia também marcou ganhou notoriedade no cenário político, com a expectativa de divulgação da pesquisa eleitoral realizada pelo Vox Populi, marcada para esta noite, e do Ibope, com apresentação marcada para até 5 dias – as expectativas são de que os dados sejam divulgados na próxima quinta-feira (17). Na bolsa, tal espera se configurou em novas especulações eleitorais, que contribuíram para novos ganhos das ações das estatais.

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Destaques do pregão
Na Bovespa, olhos se voltam ainda para a segunda prévia do Ibovespa da carteira teórica que entrará em vigor no próximo dia 5 de maio, que retomou os papéis da Prumo (PRLM3), antiga LLX Logística, que havia saído na primeira prévia, com 0,108% de participação na atual carteira. Com isso, as ações companhia tiveram alta, de 3,57%, a R$ 1,16. Os papéis PN do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,67, +1,82%) seguem, assim como a primeira prévia, sendo a ação de maior peso, com 9,524% na segunda prévia, e Bradesco PN (BBDC4, R$ 32,83, +1,17%) passa a ser a segunda maior, com 7,593%.

Já os ativos da Petrobras PN e Vale PNA, ocupam, respectivamente, a terceira e a quarta colocações, com peso de 7,126% e 6,036%. Já a AmBev (ABEV3, R$ 17,49, +0,87%) passa a figurar na quinta colocação, com fatia de 5,610%. A nova carteira passa a valer a partir do dia 5 de maio.

No noticiário corporativo, destaque para a CSN (CSNA3, R$ 9,16, +2,35%), que viu suas ações subirem depois de anunciar seu segundo programa de recompra de ações em um mês. Após encerrar um programa de recompra de 70,2 milhões de ações na última segunda-feira, que teve duração de 14 de março a 14 de abril, a siderúrgica comunicou na véspera um novo programa que prevê a recompra de até 67,8 milhões de ações também no prazo de um mês. As operações poderão ser realizadas entre 16 de abril e 23 de maio.

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A ALL (ALLL3, R$ 8,35, +3,09%) também viu seus papéis registrarem fortes ganhos de, após o conselho de administração da operadora logística aprovar a proposta para incorporação da empresa pela Rumo, do grupo de energia e infraestrutura Cosan (CSAN3, R$ 38,73, +4,68%), que também vê seus papéis registrarem ganhos na Bolsa, mas menores em relação aos ganhos de mais de 3%. A proposta envolve a formação de uma gigante do setor de logística no Brasil avaliada em cerca de R$ 11 bilhões e prevê o encerramento de disputas judiciais entre ambas as companhias em torno de contratos de transporte de commodities.

Pelos termos da proposta, anunciada no final de fevereiro, a Rumo deve incorporar a totalidade das ações de emissão da ALL, ficando com 36,5% da companhia resultante da união, enquanto os demais 63,5% do capital caberiam aos sócios da ALL.

As ações da Localiza (RENT3, R$ 34,55, +2,37%) também fecharam em alta, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, abrindo a temporada de resultados. Nos três primeiros meses do ano, a empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas registrou um avanço de 19,1% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado e totalizou R$ 105,8 milhões.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 GFSA3 GAFISA ON 3,66 +5,17 +3,68 31,99M
 MRFG3 MARFRIG ON 4,38 +4,78 +9,50 13,07M
 CSAN3 COSAN ON 38,73 +4,68 -2,15 99,82M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 10,91 +4,00 -11,52 69,12M
 SBSP3 SABESP ON EJ 20,35 +3,83 -20,16 45,83M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 DASA3 DASA ON 13,33 -2,06 -8,45 2,92M
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 19,51 -1,86 +2,20 55,35M
 HGTX3 CIA HERING ON 25,19 -1,10 -15,75 61,00M
 TBLE3 TRACTEBEL ON 33,69 -0,97 -6,26 23,86M
 CMIG4 CEMIG PN 15,74 -0,38 +12,35 53,58M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 15,78 +3,00 445,40M 644,90M 31.594 
 VALE5 VALE PNA EJ 28,15 +1,00 341,74M 454,13M 21.912 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN 34,67 +1,82 320,68M 389,79M 22.006 
 BBDC4 BRADESCO PN 32,83 +1,17 261,38M 329,53M 20.528 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 17,49 +0,87 211,52M 174,72M 22.161 
 BBAS3 BRASIL ON 23,11 -0,26 156,86M 182,17M 16.868 
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 26,30 +0,38 156,70M 166,01M 15.054 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 11,30 +1,53 145,92M 149,16M 30.034 
 CIEL3 CIELO ON 37,55 +2,68 129,22M 96,05M 12.958 
 PETR3 PETROBRAS ON 15,08 +1,69 120,36M 210,44M 17.110 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Wall Street e dólar
O dia positivo da bolsa brasileira acompanhou o movimento das principais bolsas internacionais. Nos Estados Unidos, os três principais índices acumularam ganhos superiores a 1%, repercutindo com otimismo a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, e os dados macroeconômicos do país. Nesta quarta-feira, Yellen deu um tom de otimismo ao mercado, afirmando que a economia americana pode chegar ao pleno emprego e estabilidade de preços até 2016.

Quem não seguiu a toada otimista do dia foi o dólar, que não apresentou seu natural movimento de queda normalmente visto em dias de ganhos na Bovespa. Ao contrário: a moeda americana terminou o dia com nova valorização de 0,15% ante o real, cotado a R$ 2,2418 na venda, acompanhando o movimento de alta visto na véspera – quando subiu mais de 1%.

Outros destaques
O crescimento na economia chinesa, impulsionou os principais índices acionários do continente. O Nikkei, benchmark do japão, encerrou o pregão com ganhos de 3%, seu segundo dia consecutivo de alta e seu maior nível na última semana. Na China, o índice Shangai Composto, teve leve alta de 0,2%, enquanto o Hang Seng terminou com alta de 0,11%.

Reagindo principalmente ao PIB chinês e ofuscando dados de desemprego no Reino Unido, que caiu para 6,9%, as bolsas europeias terminaram a quarta-feira em alta. Divulgada nesta sessão, a taxa de desemprego atingiu o menor nível em 5 anos e ficou abaixo da meta estabelecida pelo banco central da Inglaterra.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.